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David Hall: “Está na hora da sociedade acreana ganhar as eleições escolhendo um governador qualificado além do poderio econômico”

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Nelson Liano Jr.

O eleitor acreano terá mais uma alternativa para escolher o seu candidato a governador nas eleições de 2018. Trata-se do jovem professor de filosofia da UFAC e do Estado, David Hall (Avante), que tem 30 anos de idade. Ele será candidato ao Governo pelo Avante, um partido que foi refundado a partir do PT do B, e que tem atualmente seis deputados federais e, consequentemente, um tempo representativo de rádio e televisão na campanha. Acompanhe a entrevista com o mais jovem candidato a disputar o Governo do Acre, em 2018.


AC24horas – Por que o senhor resolveu ser candidato a governador?


David Hall – Eu e um grupo de colegas avaliamos a situação política do nosso Estado e sentimos a carência de uma candidatura que dialogue efetivamente com a sociedade e apresente um bom plano de governo com soluções plausíveis para resolver os nossos problemas. Nesse sentido a gente não consegue vislumbrar nenhuma renovação na política por parte das candidaturas que estão postas. O nosso desafio é renovar a política no Acre.


AC24horas – O senhor é candidato a governador no limite de idade que a legislação permite que é 30 anos. O senhor se sente preparado para fazer a gestão do Estado, caso ganhe a eleição?


DH – Me sinto preparado porque acredito que a gente não pode fazer nada sozinho. Estou me unindo com pessoas competentes e técnicos capacitados. Estou cercado de gente qualificada que poderá me auxiliar. Ao longo das gestões passados os nossos representantes nunca fizeram nada sozinhos, sempre tiveram o acompanhamento de suas equipes. Nesse sentido estou me cercando de pessoas que podem me auxiliar na condução do Estado.


AC24horas – Na sua opinião, qual hoje é o principal problema do Acre? E o que senhor imagina fazer para solucionar esse problema?


DH – Existem diversas áreas que estão em situação critica. Por exemplo, a saúde e a educação. Mas o maior destaque é o da segurança pública. A gente consegue visualizar no nosso dia a dia que Rio Branco e o Acre viraram um verdadeiro caos com a violência. Temos algumas propostas que estamos dialogando com pessoas especializadas da área. Uma delas é unificação das Polícias Civil e Militar. Existem algumas operações que são muito pontuais onde há o trabalho dessas duas policias. Mas há que se fazer uma relação muito mais efetiva. Existe uma competitividade e situações em que a Polícia Civil não dialoga com a Polícia Militar. É preciso uma integração maior. Mas temos também outras propostas que estamos avaliando e vendo se serão possíveis as suas implementações.


AC24horas – Além da segurança, qual seria o outro ponto que o senhor desejaria trabalhar com mais empenho para mudar o Estado?


DH – Por ser um professor e educador vejo também que a educação precisa ser revisitada e repensada. Houveram ao longo das gestões políticas voltadas para a educação. Mas destaco uma mais recente que foi um verdadeiro desastre, que é a educação de ensino integral. Foi pego uma proposta que teve um resultado bom em Pernambuco e tentaram copiá-la no Acre. Mas os resultados não estão sendo satisfatórios porque a maneira como esse política de ensino integral está sendo implementado tem deixado a desejar. Tem sido colocada de maneira autoritária e não dialogam com aquilo que nós sabemos sobre ensino integral. Essa política deu certo em Pernambuco, mas da maneira que estão fazendo no Acre desvirtua completamente o projeto original.



AC24horas – Estão usando de autoritarismo com os educadores acreanos?


DH –  Sim. Fui um entusiasta na condição de educador e cheguei a participar do começo do processo. Mas percebi que os professores eram muito cobrados sem as condições estruturais mínimas para dar suporte a eles. Constatei a presença da Secretaria de Estado de Educação nas escolas com o objetivo meramente de vigiar e punir os profissionais de educação. Isso fez com que não se alcançasse o objetivo humanitário da perspectiva da proposta do ensino integral. A gente precisa repensar a educação se a gente quiser ter um futuro melhor para o Acre.


AC24horas – A sua candidatura é do vera ou do brinca? Qual a estrutura que o seu partido, o Avante, tem para fazer uma campanha a nível estadual?


DH – A minha candidatura é pra valer. A gente não está aqui brincando de fazer política. Temos uma proposta e queremos apresentar para a sociedade. O Avante é um partido que resolveu se refazer e teve a humildade de ouvir os anseios da sociedade que não acredita mais nos partidos e nos políticos. E nós aqui no Acre estamos dando o tom do partido e queremos ocupar os espaços de debate para mostrar à sociedade que é possível não só pensar política, mas realizar na prática as ações sob outras perspectivas. Enquanto todas as outras candidaturas postas estão escolhendo os seus candidatos a deputados estaduais e federais com base em recurso financeiros e tempo de televisão a gente está dialogando em torno de ideias e valores. Nisso a gente já difere dos outros.


AC24horas – Todo mundo sabe que as campanhas do Acre são feitas através da força econômica dos partidos e candidatos. As outras candidaturas têm um poder financeiro muito maior que o seu. Mesmo assim o senhor acha que tem como enfrentar essas candidaturas com um poderio econômico muito alto?


DH – Acho que é possível. As eleições de 2018 acredito que serão diferentes das anteriores. Não será o tempo de televisão, os recursos econômicos ou marqueteiros que irão ganhar as eleições. Está na hora da própria sociedade ganhar as eleições. Que vença o candidato mais qualificado que consiga apresentar soluções plausíveis para a sociedade em sintonia com o que a população almeja. Nesse sentido, a gente já se considera competitivo. Obviamente que ainda há muitos resquícios da velha política, mas a gente precisa plantar a semente para colher os frutos vindouros. Acredito que é possível fazer uma nova política. É fácil a gente apontar o dedo e dizer que as coisas estão ruins. Precisamos mostrar o nosso pertencimento, ir à luta e enfrentar essas estruturas que estão dominando o Estado do Acre há anos. A gente não consegue vislumbrar nenhuma perspectiva de mudança com a continuação do projeto da FPA e nem o da oposição, que não consegue apresentar um projeto com um conteúdo denso e profundo que dialogue com os anseios da sociedade. Nós queremos discutir as propostas no mérito.


AC24horas – Evidentemente que o senhor não está entrando numa eleição para perder. E deve sonhar em ir para o segundo turno. Mas caso não vá, qual seria a sua tendência e do seu partido, apoiar as candidaturas da oposição ou continuísmo da FPA?


DH – Olha esse diálogo ainda não estamos fazendo dentro do Avante. Vamos deixar para discutir o segundo turno só no segundo turno.


AC24horas – Além da sua candidatura ao Governo o que mais o Avante vai apresentar ao eleitorado acreano?


DH – Nós temos um time de pré-candidatos a deputado estadual e de candidatos a federal. Esse time está passando por um processo de qualificação. Mais do que apresentar um número quantitativo de candidatos queremos mostrar a qualidade dos nossos candidatos. Nesse sentido a gente é o diferencial.


AC24horas – Especula-se que o Avante poderá fazer uma aliança com a Rede. Qual a possibilidade disso acontecer?


DH – Acredito que é alta. O candidato ao Senado da Rede, Minoru Kimpara,  é um grande entusiasta da nossa candidatura. Estamos num processo de diálogo e acredito que essa aliança além de beneficiar os candidatos e os partidos deve beneficiar a sociedade. Tanto a Rede quanto o Avante têm ideais comuns e unindo essas forças poderemos apresentar um bom projeto político para o Acre.



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