SÃO BERNARDO DO CAMPO e BRASÍLIA – Depois de 36 horas refugiado no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva subiu há pouco em cima de um carro de som cercado de aliados e ovacionado pela militância. Lula participa da missa em homenagem à Dona Marisa Letícia, morta no ano passado e que completaria 68 anos neste sábado. Um show de vários artistas, como Maria Gadu e Tulipa Ruiz, acontece em seguida à missa.
Aos gritos de “Lula Guerreiro, do povo brasileiro”, o ex-presidente acenou para a militância e cerrou os punhos enquanto era aplaudido por colegas de partido. O nome de Marisa também era exaltado pelos manifestantes. Estão em cima do caminhão a ex-presidente Dilma rousseff, os presidenciáveis Guilherme Boulos (Psol) e Manuel D´Ávila (PcdoB), o ex-ministro Alouzio Mercadante, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, e outros aliados.
Envolvidos nas tratativas da entrega do ex-presidente à Polícia Federal informaram ao GLOBO que ele se entregará aos policiais neste sábado, mas que isso não deve acontecer antes das 15h. Em decisão publicada na quinta-feira, o juiz Sergio Moro deu a Lula a chance de se entregar voluntariamente até as 17h desta sexta-feira, mas o prazo não foi respeitado.
Na noite desta sexta-feira, a ideia era que Lula se entregasse logo após a missa em homenagem a sua esposa Marisa Letícia, que morreu em 2017. No entanto, já foi definido que o petista não sairá antes das 15h.
Mais cedo, petistas que chegavam a São Bernardo do Campo afirmavam que o ex-presidente seria preso logo depois da missa. Ao chegar ao Sindicato dos Metalúrgicos, o senador Humberto Costa disse que a negociação entre a defesa de Lula e a Polícia Federal fechou o acordo ainda na madrugada.
— Não sei informar os detalhes, mas ele vai se entregar logo depois da missa — disse Costa.
Há informação de que a prisão de Lula deve ser a mais discreta possível, segundo os negociadores. Lula deve sair em carro descaraterizado da PF. De São Bernardo, não se sabe se Lula seguirá direto para o aeroporto de Congonhas ou se passará, antes, na sede da PF de São Paulo.