Parece que a postura do pré-candidato da FPA ao Governo, Marcus Alexandre (PT), irá mudar radicalmente em relação a sua reeleição à prefeitura de Rio Branco. Ao contrário de 2016, Marcus está se assumindo como petista. Trouxe para o seu lado as lideranças mais conhecidas do PT, voltou a vestir o vermelho e terá o governador Tião Viana (PT) como seu principal apoiador. A quê se deve essa mudança? Na minha opinião, o candidato petista acredita no desgaste do Governo de Michel Temer (MDB) e nos avanços sociais conseguidos pelo seu partido nos últimos 20 anos comandando o Governo do Acre. As denúncias de corrupção contra o PT, que era o alvo principal das investigações em 2016, também contaminaram vários outros partidos. Na disputa municipal não poderia ser avaliado o desempenho de Temer. Agora, existe um descontentamento com a perda de direitos dos trabalhadores e outras medidas impopulares do Governo Federal. Assim a sensação que tenho é que a estratégia do partido mudou para aproveitar o rastro de descontentamentos deixado por Temer.
Mais político?
O prefeito de Rio Branco, Marcus Alexandre, que deixa o cargo na sexta, 6, se tornou um político. Ao contrário da sua primeira eleição, em 2012, quando era considerado um técnico. Marcus aprendeu rápido os árduos caminhos da política. Resta saber como será a leitura do eleitor em relação ao fato.
Vítima
Se o ex-presidente Lula (PT) for preso após o julgamento no STF que acontece nesta quarta, 5, poderá se tornar uma “vítima”. Liderando todas as pesquisas para a presidência, apesar da “tragédia” humana, o seu sacrifício será amplamente usada nas eleições.
Coisa de acreano
Resta saber o quanto a política nacional influencia as eleições no Acre. Em todas as que cobri jornalisticamente tiveram muito pouco efeito por aqui. Mesmo nos momentos de pico de popularidade Lula perdeu no Acre para outros candidatos da direita. Ganhou apenas uma no segundo turno ainda assim por margem muito apertada.
Tirando o corpo fora
Evidentemente que os candidatos majoritários da oposição não irão empunhar bandeiras pró-Temer. Vão tentar se afastar da sua imagem e baixa popularidade o máximo possível. O problema é se o Temer virar candidato à reeleição. Aí vai ficar difícil para os candidatos oposicionistas se livrarem dele.
Cada um que carregue os seus mortos
Se a oposição terá que segurar na alça do caixão do Temer a FPA terá que enterrar a impopularidade do atual Governo Estadual nas eleições. Vinte anos no poder é um tempo longo. Os desgastes e descontentamentos são naturais. Resta saber qual dos defuntos dará mais trabalho para velar.
Tucanos paulistas
O Governo de São Paulo está nas mãos do PSDB há 23 anos. O falecido Mário Covas foi o primeiro governador da série tucana. É o único estado que tem uma permanência maior do que o Acre do mesmo grupo político no poder. Ali o PT, mesmo no momento de maior popularidade, nunca conseguiu chegar ao Palácio Bandeirantes.
Caminho provável
O ex-superintendente do INCRA no Acre, Eduardo Ribeiro, que sempre esteve ligado ao MDB, deve mudar de ares. Irá se filiar provavelmente ao PSB para ser candidato a deputado estadual. Assim sairá da oposição em direção a FPA.
Vem forte
Recebi informações em off que a esposa do prefeito de Sena Madureira, Mazinho Serafim (MDB) virá forte para a disputa de uma vaga na ALEAC. Alguém falava baixinho sobre as articulações para Meire Serafim (MDB) obter importantes apoios nos municípios do Alto Acre.
Rivalidade
Por outro lado, a presidente do PTB Charlene Lima (PTB) apostas nos supostos desgastes, segundo ela, da gestão de Mazinho para ter uma votação grande em Sena para federal. Charlene depende do apoio da sua terra natal se quiser sonhar em ganhar uma difícil vaga à Câmara Federal.
Corriqueiro
O interessante é que Charlene e Mazinho foram grandes parceiros nas eleições municipais. Agora, serão adversários ferrenhos. É o jogo natural da política. Quando se chega ao poder cada um quer puxar a “sardinha para o seu lado”.
Correndo da raia
Recebi uma informação de que o candidato ao Governo, Lyra Xapuri (PRTB), vai disputar uma vaga a deputado federal. Deverá desistir da disputa majoritária para apoiar o Coronel Ulysses (PSL). Se a notícia se confirmar jogou bem o Locutor do Formigão. Se projetou na mídia como candidato a governador e, agora, pode ir para a proporcional com seu nome mais conhecido.
Quem bater mais perde
A campanha ao Governo do Acre esquentou com a confirmação da saída de Marcus Alexandre da prefeitura. Agora, terá tempo para andar pelo interior e fazer a sua pré-campanha. Mas fica uma aviso para o pessoal da FPA e da oposição. Quem bater mais no adversário irá perder. Vejam a campanha feita pela ex-deputado Perpétua Almeida (PC do B) ao Senado, em 2014. Apesar de ter sido uma ótima deputada federal por três mandatos terá que enfrentar o desgaste da sua campanha majoritária para o Senado quatro anos depois.