Conversei com o reitor da UFAC Minoru Kinpara sobre uma polêmica que surgiu em relação a instalação de um curso de medicina no Campus Floresta de Cruzeiro do Sul. O deputado federal Alan Rick (DEM) deu algumas declarações deixando transparecer que a atual gestão da UFAC não tinha interesse na instalação do curso que seria gratuito. Minoru rebateu com veemência: “Acho lamentável o deputado Alan Rick dizer que não tínhamos interesse no curso de medicina que sempre foi um sonho nosso. O pior foi ele se referir a uma reunião com o secretário do Ministério da Saúde, Abdala, na qual eu participei para tentar viabilizar a instalação do Hospital Escola da UFAC. De fato nesse encontro não tratamos do curso de medicina porque isso tem que ser tratado com o Ministério da Educação e não da Saúde,” afirmou o reitor. Minoru garante que conversou com muitos parlamentares acreanos ao longo dos anos, como os senadores Jorge Viana (PT) e Gladson Cameli (PP), para conseguir apoio à instalação da medicina no Campus de Cruzeiro do Sul. “A UFAC depende 100% dos recursos federais. O gestor por mais que queira viabilizar um projeto se não tiver apoio político não irá conseguir. Na minha opinião, o Ministério da Educação do Governo Temer (PMDB) não autorizou abrir o curso de medicina público em Cruzeiro do Sul porque isso envolve grandes investimentos financeiros em laboratórios, professores e infraestrutura. Quando se trata de um curso particular os investimentos ficam por conta da instituição interessada sem custos para o poder público,” explicou Minoru. Por outro lado, Minoru não condenou o fato de existir a possibilidade de uma faculdade privada abrir o curso em Cruzeiro do Sul. “Não sou contra as instituições particulares que têm um papel relevante na educação brasileira e oferecem mais de 70% das vagas para a formação de profissionais. Mas medicina é um curso muito caro e os Programas Prouni e Fies não atendem a todos os interessados. A nossa intenção ainda é de viabilizar o curso de medicina na UFAC do Juruá com uma política de reserva para os estudantes acreanos através das médias de notas no ensino médio,” garantiu o reitor.
Erro de foco
Acho uma vitória do deputado Alan Rick ter conseguido o curso de medicina particular em Cruzeiro do Sul. Mas desnecessárias as críticas ao reitor da UFAC alegando que não havia interesse da instituição na instalação do curso. Isso não tem nenhuma lógica. Qual reitor não iria querer viabilizar uma faculdade de
medicina na sua gestão?
Vida que segue
Agora, o deputado Alan Rick e o prefeito de Cruzeiro do Sul, Ilderlei Cordeiro (PMDB), que se tornou seu aliado, devem procurar uma empresa interessada em instalar o curso de medicina particular no munícipio. Se a crise econômica será um impeditivo isso já são outros quinhentos.
Quem pode, pode…
Outra questão é se haverá alunos interessados em pagar as mensalidades numa faculdade de medicina em Cruzeiro do Sul. A empresa pretendente deverá fazer um estudo de mercado para ver se é viável sua instalação. Isso é um negócio como qualquer outro que requer um alto investimento.
…Quem não pode se sacode
Acredito que os jovens do Juruá que sonham em fazer medicina terão algumas alternativas. Estudar em faculdades federais, como a UFAC em Rio Branco, que recentemente aumentou a oferta de vagas, ou no Amazonas que tem a Federal e a Estadual com medicina. Conseguir um financiamento do curso ou uma bolsa pelo FIES ou Prouni. Quem sabe até ir estudar nas faculdades de medicina na Bolívia como acontece atualmente com milhares de estudantes acreanos.
A questão política
A instalação do curso de medicina na UFAC, no Campus de Cruzeiro do Sul, foi amplamente utilizado como “cavalo de batalha” na campanha para o Governo do Acre e o Senado, em 2014. O governador Tião Viana (PT) colocou a viabilização dessa faculdade como uma das prioridades da sua gestão. Mesmo porque como senador já tinha ajudado a instalar a medicina no Campus da Capital. A então candidata derrotada ao Senado Perpétua Almeida (PC do B) também prometeu se empenhar para conseguir o curso para o Juruá.
As coisas mudam…
Claro que tanto Tião como Perpétua apostavam num Governo do PT até 2018. Mas com o impeachment da presidente Dilma (PT) as coisas mudaram em Brasília. Dificilmente o ministro da educação, Mendonça Filho, do DEM, iria colocar a azeitona na empada dos seus adversários da esquerda. Mesmo porque partidos como o DEM e o PSDB são muito mais simpáticos à privatização do ensino universitário do que ao ensino público.
A batalha começou…
Também não poderia deixar de lembrar que o Alan e o Minoru serão candidatos na próxima eleição. Evidentemente que o deputado do DEM, que deve concorrer à reeleição ou a vice, tem que otimizar o máximo possível as suas ações parlamentares. Conseguir uma faculdade particular de medicina em Cruzeiro do Sul foi uma delas. Por outro lado, Minoru deverá empunhar a bandeira da educação na sua campanha para o Senado. Assim teria todo o interesse de conseguir uma vitória instalando um curso gratuito de medicina na UFAC no Juruá. Não teria lógica ser omisso em relação a isso. Tudo dentro do jogo da política com suas idas e vindas.
A mágoa do Bocalom
Essa movimentação em Brasília que pode levar o DEM para as mãos do deputado federal Alan Rick está deixando o Bocalom de cabelo em pé. Conversei com ele esses dias que me disse o seguinte: “Espero que nos deixem seguir com a candidatura do Coronel Ulysses (Sem partido) sem nos atrapalhar. Nas eleições de 2016 não quiseram me ouvir e olhe no que deu. Eu acredito no Ulysses para fazermos uma grande mudança que o Acre necessita. Não vão me puxar pelo beiço. Nós não temos projetos pessoais. Temos projetos para beneficiar a todo o povo do Acre, e não uma panelinha,” afirmou Bocalom.
Erro de cálculo
Na minha opinião, o pré-candidato ao Governo, Gladson Cameli (PP) não deveria se preocupar com o DEM. Acho muito difícil que o seu vice seja do partido. Se tiver uma outra candidatura de oposição não será um “Deus nos acuda”. A eleição será em dois turnos e o melhor é usar a diplomacia do que deixar um rastro de mágoas para trás. Se o Ulysses conseguir manter a sua candidatura e ter uma votação com dois dígitos será um aliado importante no segundo turno. Claro, estou falando de uma possível derrota do Ulysses. Mas lembrando sempre que uma eleição começa no zero a zero e todos os candidatos têm chances de vitória. Então o Ulysses tem chances reais de surpreender.
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