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O blefe do Truco do MDB

Por
Luis Carlos Moreira Jorge

Conhece o Truco, aquele jogo em que os jogadores ficam aos gritos e blefando? É o caso de setores do MDB ameaçar não se engajar na campanha do candidato ao governo Gladson Cameli, caso não seja ouvido e não concorde com o nome indicado para a vice do parlamentar do PP. O presidente do MDB, deputado federal Flaviano Melo, jamais embarcaria nesta canoa, não tem outra opção política para tentar derrotar o PT. Se fosse blefe de Poker, era até aceitável, mas de Truco? Um rompimento, pregado pelos setores mais radicais do MDB é mais retórica para impressionar. Da teoria à prática há o abismo. Vão para os braços do Coronel Ulisses Araújo? Duvido! Para o palanque do Marcus Alexandre? Jamais! Pode até haver algum alvoroço, mas ficará nisso. O vice que for anunciado, não tirará o MDB da campanha, pelo simples fato que não matariam a única galinha dos ovos de ouro. A sua direção não é burra.


NÃO DARIA PASSO ERRADO
O deputado federal Flaviano Melo (MDB) coloca acima de tudo a sua eleição. Sempre foi assim. Mas não é idiota. Jamais deixaria o partido não apoiar a candidatura do Gladson Cameli (PP), mesmo contrariado nos seus interesses políticos, porque seria vendido na campanha como coveiro da oposição. Por isso, não creiam numa palavra, da ameaça de um racha pelo MDB.


O RESTO É FUXICO
Caso o eleitor decida votar no Gladson Cameli (PP) para o governo não tem MDB, PSDB, cacique nenhum que atrapalhe. Em candidatura majoritária o eleitor vota no perfil do nome, vota pela empatia, nem quer saber de quem tem apoio ou deixa de ter. O resto é fuxico.


BALSA CERTA
Na verdade, a oposição unida com Gladson Cameli (PP) já não será fácil bater o candidato Marcus Alexandre (PT), imagine quanto mais a oposição desunida! A balsa seria certa.


CAMPANHA EM ORGANIZAÇÃO
Tenho dúvida que o Coronel Ulisses Araújo levará a sua candidatura ao governo até o registro no TRE. Mas, seus apoiadores garantem que não tem volta e que já estão trabalhando na montagem da campanha. Dão a chance de vir a desistir antes da convenção como sendo zero.


É DA DEMOCRACIA
O bipartidarismo de MDB e de ARENA, já acabou. Mais algumas cabeças ocas continuam na defesa de só ter duas candidaturas ao governo. Não entro no mérito quem beneficia. Mas defendo o direito de quem quer ser candidato ao governo que venha a ser. E ponto.


QUEM CONDENA É A URNA
A candidatura do Coronel Ulisses Araújo ao governo (se é que vai levar até o fim) é perfeitamente legítima. Só quem tem o direito de condenar a sua postulação é a urna.


NÃO APOSTAM MUITO
Mas em se tratando do DEM, os apoiadores da candidatura Ulisses Araújo não têm tanta certeza de que fica no comando do atual presidente Tião Bocalom (DEM). Consideram serem fortes as possibilidades do DEM ficar com o deputado federal Alan Rick, por ter um mandato.


PASSAPORTE QUE VALE
O deputado federal Alan Rick (DEM) tem o passaporte que pesa em Brasília: mandato federal.


BRIGA PELO NADA
Enquanto a oposição briga pela escolha do candidato a vice-governador, a FPA está com a sua chapa completa, trabalha no plano de governo e com o planejamento da eleição traçado. Você pode não gostar do PT, mas tem de reconhecer serem muito organizados nas suas campanhas.


SABE QUE NÃO PASSA
O deputado federal Major Rocha (PSDB) concluiu seu pedido de intervenção federal na secretaria de Segurança do Acre. Mas sabe de antemão que o seu pedido não prosperará no governo federal. Tanto é que a idéia é restrita a ele, sem o apoio do restante da bancada.


PRESENTE E SE ANTECIPANDO
Um fato não se pode negar: o prefeito Marcus Alexandre tem estado presente na ajuda aos alagados. Pode ser dito que não faz mais do que a sua obrigação. E é verdade. Só que conheci muito gestores da Capital que só faziam uma visita em barcos ou olhavam a cheia de longe


ORELHA DE FREIRA
Que o ex-prefeito Tião Bocalom (DEM) deve ser bem votado para deputado federal não tenho dúvida alguma. Não sei se do tamanho que seus aliados imaginam, em torno de 40 mil votos. Ainda que tivesse este patamar precisaria de uma chapa para inteirar a sua eleição. Só que os nomes desta chapa estão mais escondidos que orelhas de freiras. Ninguém consegue ver.


SABE O QUE FAZ
Tião Bocalom é maior de idade, dono do seu nariz, conhece o processo eleitoral, as regras do jogo, para estar recebendo orientação política de que esta será a eleição da sua vida. Se ganhar abre-se um horizonte para disputar cargos majoritários no futuro, se não ganhar some.


NÃO TERIA CHANCE
O deputado federal Flaviano Melo (MDB) jamais sairia para o Senado no atual contexto. Sabe que teria uma eleição improvável, por isso buscará a reeleição, por ser muito mais viável.


GARANTIR VAGA
O PHS trabalha sem coligações para garantir uma cadeira de deputado estadual do partido. Aprendeu com o erro de ter se coligado com o PODEMOS, que elegeu um vereador tirando uma vaga do PHS.


TRAZER PARA O CHAPÃO
Os candidatos a deputado federal do PTB-SOLIDARIEDADE- PSC-PPS vão acabar formando no chapão ao lado do MDB. Há toda uma pressão para que isso ocorra por parte da direção do MDB. Márcio Bittar foi encarregado da missão de trazer todos para o chapão da morte.


FAVORITISMO, NEM SEMPRE!
Não será fácil aos candidatos a Federal do PPS-PTB- SOLIDARIEDADE-PSC conseguir se eleger na coligação do MDB e outros aliados. Se bem que ninguém é dono de votos e favoritismo, nem sempre se confirma. Quem acreditava que, um Nabor Junior, que era favoritíssimo ao Senado, perderia para Geraldinho Mesquita, uma zebra gigante? E foi varrido nas urnas.


BATALHA INTERESSANTE
Uma batalha interessante e fervorosa está prevista para acontecer pelos votos de Cruzeiro do Sul para Federal. O prefeito Ilderlei Cordeiro apoiando o familiar Rudiley Estrela (PP) e o ex-prefeito Vagner Sales a filha e deputada federal Jéssica Sales (MDB), que sairá à reeleição.


NISSO É QUE É INTERESSANTE
A disputa é interessante no sentido de que Ilderlei Cordeiro só elegeu-se prefeito de Cruzeiro do Sul por ter sido apoiado pelo ex-prefeito Vagner Sales. É a briga da Criatura e o Criador.


UMA MISSÃO DIFÍCIL
O deputado federal Major Rocha (PSDB) sabe fazer a leitura do cenário político. Se mantida a candidatura da sua irmã Mara Rocha para o Senado, por mais otimista que seja, sabe que poderá ter uma boa votação e dificilmente conseguirá ficar com uma das duas vagas abertas.


CAMPANHAS MAIS SEDIMENTADAS
Mara Rocha (PSDB) enfrentaria campanhas mais sedimentadas para senador, tanto na oposição como na FPA, e que já estão nas ruas há muito tempo e altamente estruturadas.


JOGANDO NO SEGUNDO VOTO
Aliados do deputado Ney Amorim (PT) estão entusiasmados com as parcerias que, ele vem montando com políticos da oposição, principalmente, deputados estaduais, e vereadores de todos os municípios. Ney joga tudo para conquistar o flutuante segundo voto do Senado.


REGISTRO POSITIVO
A inauguração de uma quadra poliesportiva para APAE, obra do prefeito Marcus Alexandre, deve ser inserida num contexto de muito positiva, porque atinge um público que geralmente não é beneficiado pelos gestores e pelos políticos. E bom que este segmento seja lembrado.


MELHORADA VISÍVEL
As ações da Polícia Civil e da PM deram uma refreada na criminalidade, nas últimas semanas. Fora os casos pontuais a melhoria deu para ser sentida na cidade. O secretário de Segurança, Emylson Farias, acertou em divulgar pelas redes sociais as operações e os resultados.


LIMPAR A ÁREA
Não vejo outro sentido para a tentativa do presidente Luiz Tchê, em querer tirar o deputado Heitor Junior (PDT) do partido, ao não ser limpar a área para sua eleição de deputado estadual. Tchê sabe que, dificilmente, teria mais votos que o Heitor, caso a chapa do PDT só eleger um.


NÃO É ASSESSOR
O ex-prefeito de Epitaciolândia, Luizinho Hassem, ligou para dizer que não integra o gabinete de nenhum político. “Não estou lotado em nenhum gabinete”, garantiu o manim Luizinho.


PRECISA SER LIDO
O artigo do prefeito de Manaus, Artur Virgílio (PSDB), na última VEJA, sob o título “Acordem, Tucanos”, deve ser lido por desnudar o partido e os seus caciques. Cita que não é nenhum mérito para o PSDB ser o segundo partido do Brasil envolvido em denúncias de corrupção, logo atrás do PT. Dá um pau no ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e em Geraldo Alckmin.


NOME FINAL
Um velho amigo bem relacionado no meio político fez ontem a observação que transcrevo: “o nome que será anunciado como o vice na chapa do Gladson Cameli será o do Conselheiro do TCE, Valmir Ribeiro, por ser o que transita bem no clã maior dos Camelis”. Fica o registro.


COMO ENXUGAR GELO
Tanto no episódio da chuva torrencial como da cheia do Rio Acre, que deixaram centenas de famílias desabrigadas tem uma culpa que não pode ser debitada ao poder público: a construção de casas próximas de igarapés ou do Rio Acre. Virou uma rotina de todos os anos, as cenas de remoção dessas famílias atingidas pela alagação. Pode se perguntar por qual razão os prefeitos e governadores não solucionaram este problema crônico em Rio Branco? Por que motivo, eles não proibiram as construções? Por, simplesmente, mesmo que ganhem outro espaço para morar, não desocupam a área sujeita às inundações. Voltam novamente mesmo sabendo que podem sofrer com nova cheia no ano seguinte. Vai entrar prefeito e sair, entrar e sair governador, e todo o inverno vai se assistir o mesmo drama, as mesmas soluções paliativas, num enxugar de gelo sem fim.


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Luis Carlos Moreira Jorge

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