Por Reuters
Um brasileiro cuja detenção levou autoridades dos Estados Unidos a descobrirem US$ 17 milhões escondidos em um colchão foi condenado nesta quinta-feira (8) a quase três anos de prisão por tentar lavar dinheiro ligado ao esquema de pirâmide financeira conhecido como TelexFree.
Promotores federais em Boston disseram que Cleber Rene Rizerio Rocha, 28, viajou aos Estados Unidos em várias ocasiões para ajudar a recuperar dinheiro que um co-fundador da TelexFree deixou para trás quando fugiu do país.
Raymond Sayeg, advogado que representa o brasileiro, argumentou que Rocha não deveria cumprir mais do que os 13 meses que ele já cumpriu desde sua prisão em janeiro de 2017.
Mas o promotor Andrew Lelling disse que Rocha, que se declarou culpado em outubro de conspiração e lavagem de dinheiro, desempenhou papel-chave em atividade ilícita ao atuar como mensageiro e custodiante de dinheiro de um esquema de pirâmide que o co-fundador da TelexFree Carlos Wanzeler escondeu.
“O senhor Rocha não é um cordeiro inocente”, disse Lelling.
O juiz Leo Sorokin, ao impor uma sentença de 33 meses de prisão, deu crédito a Rocha por ter colaborado com as autoridades ao menos inicialmente, ao ajudá-las a localizar o apartamento em Westborough, no Estado de Massachusetts, onde os US$ 17 milhões foram encontrados.
“É essencialmente uma cooperação imperfeita, pode-se dizer, e essa cooperação revelou um montante gigantesco de dinheiro”, disse.
Esquema de pirâmide
Promotores disseram que a TelexFree vendia um telefone via internet, mas na verdade se tratava de um esquema de pirâmide, cujo dinheiro vinha não do produto, mas de pessoas que pagavam para se inscrever para serem “promotoras” e divulgavam anúncios online para isso.
Sediada em Massachusetts, a TelexFree faliu em 2014, provocando US$ 3 bilhões em perdas para quase 1,89 milhão de pessoas em todo o mundo, disseram promotores.
James Merrill, outro co-fundador da TelexFree, foi preso em maio de 2014 e sentenciado a 6 anos de prisão em março de 2017 depois de se declarar culpado das acusações de fraude e conspiração.
Wanzeler, que é cidadão brasileiro, fugiu para o Brasil em 2014 e não pode ser extraditado. Ele deixou para trás dezenas de milhões de dólares que lavou de contas da TelexFree, disseram os promotores.
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