Vestido de terno branco com blusa e gravata vermelhas e sapato de cromo, Seu Zé Pilintra, o advogado dos pobres e excluídos, saiu com sua Pantera Cor-de-Rosa, ontem à noite, e esqueceu seu ofício: o de advogar a favor dos excluídos, que do lado de fora dos muros do baile carnavalesco viviam o terror de uma cidade violenta.
Que tiro foi esse? Pergunta um dos hits do carnaval. A resposta? Mais um morto em algum lugarejo pobre, distante da convivência de Seu Zé e sua Pantera.
Contam que Seu Zé não tem nada de mané. Ao contrário. É um sujeito malandro, não no sentido da picaretagem e safadeza, mas no sentido da boemia, do gosto pelas mulheres, prazer pela vida noturna, e pelo jogo e por uma boa bebida.
Ele adora observar acontecimentos ao redor. Parece fazer um diagnóstico. Mas ultimamente tem falhado, e muito, esse Zé. Põe a culpa em outras entidades, aquelas que estão acima dele, e elas pouco se importam.
Seu Zé adora um samba carioca. Tem preferência por Cartola, Dona Ivone Lara, Noel Rosa, e não despreza um Diogo Nogueira…
Sua Pantera Cor-de-Rosa também. Principalmente dos desfiles chiques da Sapucaí…
Sorte da Cades que tem seu Acre Solidário…
Azar do Acre violento, sem solidariedade…
E o hit continua… Já são mais de 50 mortes violentas em 35 dias…
Aliás, Seu Zé, na foto, faltou o chapéu panamá com fita vermelha.
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