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Racha provocado por Bittar favorece Minoru para segundo voto ao Senado

Por
Nelson Liano Jr.

O vazamento das declarações do ex-deputado Márcio Bittar (PMDB) sobre o pré-candidato ao Governo Gladson Cameli (PP) e o senador Petecão (PSD) poderá ter consequências de longo prazo. A turma política que acompanha o Petecão já declarou que não irá pedir o segundo voto para o peemedebista. Assim o maior beneficiário poderá ser o reitor da UFAC Minoru Kimpara (Rede) que já foi declarado pré-candidato pela Rede. Muitos eleitores simpáticos e fiéis ao Petecão poderão escolher outros nomes. O senador Jorge Viana (PT) também poderá ser favorecido pelo racha e se tornar uma opção. Obviamente que se confirmadas as pré-candidaturas do advogado Sanderson Moura, do empresário Fernando Lage (DEM) e da jornalista Mara Rocha (PSDB), eles também serão beneficiados com a debandada gerada pelos conflitos de Bittar com parte da oposição. Pelas minhas informações os aliados do Bittar já tinham a tendência anterior de optar por Ney Amorim (PT), ao segundo voto. Isso devido a proximidade da publicitária Charlene Carvalho, presidente do PTB, ao deputado petista. Definitivamente a dobradinha entre Bittar e Petecão não tem muitas possibilidades de prosperar. A não ser que hajam novos acontecimentos relevantes na oposição. Assim muita gente nova pode entrar no jogo com chances de vitória.


Por que Minoru?
Tem um perfil leve para o segundo voto tanto dos candidatos do PT quanto da oposição. Minoru Kimpara teve seu trabalho como reitor da UFAC reconhecido pela comunidade acadêmica e a população. Não é radical politicamente falando e não deve entrar em polêmicas ideológicas durante a campanha.


Luta nas cabeças
O perfil de Jorge Viana é para puxar o primeiro voto. Em todas as pesquisas que vi atéagora lidera a corrida ao Senado, mesmo aquelas feitas internamente por partidos de oposição. Claro que ainda é muito cedo para um resultado antecipado. Mas o seu recall como prefeito da Capital e governador ainda faz dele um dos políticos mais conhecido no Estado e isso ajuda muito numa campanha de tiro curto.


Ainda na cabeça
Márcio Bittar também é mais lembrado nas pesquisas que vi para o primeiro voto. Tem a memória eleitoral recente de uma candidatura ao Governo, em 2014. Ele e Petecão, que se qualifica como segunda opção, estão numa disputa cabeça por cabeça, na soma dos primeiros e segundos votos, como se diz no trufe. Aguardemos os próximos lances do jogo.


Na dependência
Mara Rocha só vai entrar no jogo se o PSDB não indicar o vice de Gladson ou se houver um rompimento da chapa principal com o PMDB, o que acho improvável. O PMDB já sinalizou que não vai tirar o Bittar da corrida. Então tudo vai seguir com ouvidos de mercador. Vão tentar minimizar ao logo do tempo as suas desastrosas declarações.


Compasso de espera
Sanderson Moura ainda não sabe a qual partido irá  se filiar para concorrer ao Senado. Fernando Lage está no DEM, mas pode mudar de legenda. Se o DEM realmente fechar com Cameli não haverá espaço para uma candidatura sua ao Senado. Terá que buscar um outro partido. Isso tudo depende ainda da confirmação da terceira via de disputa ao Governo com o Coronel Ulysses.


Não acusou o golpe
Pelo comportamento do Bocalom em face a possibilidade do DEM sair do seu controle imagino que tenha um Plano B. Parece convicto que a melhor candidatura ao Governo é a do Ulysses. Bocalom não está reclamando e fazendo visitas com o seu candidato no interior.


Luta renhida
Não vejo facilidade na disputa das duas vagas do Acre ao Senado. Todos os candidatos têm representatividade política e potencial de votos. Quem souber jogar melhor nos próximos meses terá chances maiores. Esse racha na
oposição abriu novas possibilidades para todos os concorrentes.


Um eleição sem representatividade
Acho que quem perde com o Lula (PT) fora do páreo da disputa à presidência da República, em 2018, é a democracia brasileira. As pesquisas mostram que Lula ainda é uma liderança forte e representativa de alguns setores da sociedade. Se for cassado e não puder concorrer quem vencer será sempre questionado por uma parte significativa da população. Ficará aquela impressão de WO. Isso não é bom para o país que atravessa uma das piores crises políticas da sua história. A disputa presidencial precisa ser transparente e eleger alguém com capacidade de restabelecer a unidade política para que o Brasil volte a crescer economicamente. Assim todas as forças precisam estar representadas para que a vitória, seja do partido que for, credencie o próximo presidente a empreender as transformações necessárias.


Questão jurídica
Assim como eu, acredito que a maior parte da população brasileira não entenda essas escaramuças jurídicas que levaram a presidente Dilma (PT) ao impeachment e Lula à condenação. Na verdade, a maioria das análises são feitas a partir do ponto de vista político partidário e não da Justiça. Dilma poderia ter sido destronada por irregularidades na sua campanha em 2014. E por que não fizeram isso? Porque levaria Michel Temer (PMDB) junto e teria que haver outra eleição no Brasil. Então a sua cassação foi evidentemente política. Em relação ao Lula o que entendo é que a propriedade de um apartamento deve ser confirmada com uma escritura num cartório de registro de imóveis. Isso não aconteceu. Acho natural que haja investigação, mas achei tudo muito rápido o que não é comum na Justiça Brasileira. Assim deixaram dúvidas na condenação. Se existem outros elementos que associam Lula à corrupção isso tem que ser provado. Li artigos de vários juristas brasileiros que colocam em dúvida essa condenação. Um caminho muito perigoso que pode levar o país a um retrocesso democrático. Como não sou jurista, na minha opinião, o melhor julgamento para o Lula seria o das urnas. Assim a sua condenação ou absolvição não deixariam dúvidas para a nossa democracia seguir o seu caminho.


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Nelson Liano Jr.

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