A queda de braço para o lançamento de uma candidatura própria ao governo do Acre pelo Democratas pode não passar de um balão de ensaio. Em reunião da Executiva do DEM, que aconteceu em novembro de 2017, os cardeais do partido decidiram dissolver seus diretórios estaduais. A articulação seria uma estratégia para tentar desvincular a imagem da legenda do escândalo da Lava Jato.
A articulação aconteceu após o presidente nacional da sigla, o senador Agripino Maia ser denunciado por supostamente atuar para destravar um financiamento do BNDES para a obra da Arena das Dunas, em Natal, em troca de propina da construtora OAS. A intenção da cúpula do DEM é substituir o senador investigado e todos os presidentes estaduais na convenção nacional no dia (6) de fevereiro.
Com isso, o ex-prefeito Tião Bocalom, que defende a candidatura própria pelo Democratas no Estado, estaria fora da presidência, juntamente com os demais dirigentes que pregam que o DEM monte chapa própria e não apoie a pré-candidatura de Gladson Cameli (PP) ao governo do Acre. A mudança cairia como um balde de água fria nas pretensões do pré-candidato Coronel Ulysses.
De olho na estrutura financeira e o tempo de TV que o partido teria a oferecer, o militar chegou a anunciar que sairia candidato pelo DEM. Nos bastidores, filiados da legenda que não apoiam a candidatura própria afirmam Bocalom saberia da dissolução do diretório no Estado, mas estaria insistindo na candidatura própria para sair do processo de mudança como vítima de uma rasteira política.
A cúpula do Democratas decidiu ainda que o comando do partido deverá ser ocupado pelos deputados federais, ou seja, no Acre o DEM passaria a ser presidido pelo deputado Alan Rick, que poderá voltar a bolsa de apostas para ser escolhido como pré-candidato a vice-governador na chapa capitaneada por Gladson Cameli (Progressistas) e o MDB do deputado federal Flaviano Melo.