Conversei com o presidente regional do DEM, Bocalom, logo depois do anúncio do PMDB de que o vice de Gladson Cameli (PP) deve ser do DEM. Ele me disse que o DEM terá o Coronel Ulysses como candidato ao Governo e não uma candidatura a vice. “Nos próximos dias estaremos fazendo uma caravana aos municípios do Juruá para apresentar o Ulysses à população, assim como eu fiz em 2010,” afirmou. Bocalom sinalizou ainda que Ulysses deverá se filiar ao DEM para a empreitada de disputar o Governo. Portanto, parece que o deputado federal Flaviano Melo (PMDB), presidente regional do PMDB, esqueceu-se de um pequeno detalhe ao declarar à imprensa essa “novidade”: consultar o DEM. Entendo que Flaviano tenha mexido no tabuleiro da sucessão ao Governo indicando o DEM para a vice por dois motivos: primeiro para contrapor a candidatura de Mara Rocha (PSDB) ao Senado que seria prejudicial ao seu candidato Márcio Bittar (PMDB) e, segundo, para tentar unir a oposição em torno de um único candidato, no caso, Gladson Cameli. Nesse caso, estaria enfraquecendo a terceira via que se apresenta com Ulysses.
Diplomático
Bocalom me disse que se sentiu lisonjeado pelo fato do DEM ter sido lembrado para compor a vice de Gladson. Mas me garantiu que não tem volta a candidatura de Ulysses. “Essa decisão já foi tomada lá trás e não pretendemos retroceder,” garantiu.
PMDB e PSDB em conflito
Não existe simpatia entre os dois partidos. A candidatura de Mara Rocha acirrou ainda mais os ânimos nos bastidores entre PMDB e PSDB. O erro, na minha opinião, foram os peemedebistas escolherem uma candidatura ao Senado muito questionada na oposição, no caso Bittar.
Precipitação
Mais uma vez colocaram a carroça na frente dos bois. Essa decisão de indicar um vice do DEM deveria ser negociada nos bastidores. Muita conversa e acordos. Só depois poderia ser anunciada para a imprensa. Mas no afã de “detonar” a candidatura de Mara Rocha anunciaram publicamente algo que afeta a independência partidária alheia. Ou não?
Muito barulho por nada
Outra questão importante é que a prudência política aconselha para deixar que os fatos que não têm sustentação se esgotem naturalmente. Não é preciso agir no calor da emoção. Que a candidatura de Mara prejudica a de Bittar é evidente. Mas ainda tem muita água para rolar antes das convenções partidárias.
Dobradinha milionária
Agora, uma reflexão óbvia. Uma chapa de Gladson com o médico e empresário Eduardo Veloso (PSDB) teria muitos recursos para serem investidos nas eleições. Um é filho de um dos maiores empresários da Região Norte e o outro um médico e homem de negócio bem-sucedido. Um poderio considerável.
De volta à cena
O fato é que o Bocalom que havia sido esquecido pelo grupo mais forte da oposição acabou se tornando a cereja do bolo. Claro que o deputado federal Alan Rick (DEM) vai mexer seus “pauzinhos” pra tentar arrastar o partido na direção de Cameli. Será que vai haver uma queda de braço entre Bocalom e Alan? Aguardem os próximos capítulos.
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