Observar o par fazendo sexo com outra pessoa e tirar prazer disso é um fetiche mais comum do que se imagina. E não são apenas homens que curtem, não, embora os níveis maiores de testosterona no organismo e a educação mais liberal favoreçam que sejam os principais praticantes.
Os adeptos não associam a prática com infidelidade nem com amor. Para eles, ela pode não só proporcionar muita satisfação como ainda melhorar o relacionamento. Se você é do time que acha improvável tirar prazer do fetiche, veja algumas justificativas.
Perceber o par como mais sedutor
Quem é adepto narra uma enorme satisfação em ver o par sendo objeto de desejo e sedução de alguém. É como se a pessoa se tornasse mais interessante. Ainda sob esse aspecto, os homens voyeurs costumam curtir a fantasia de que a mulher é uma “safada”, uma deusa do sexo.
Alguns homens gostam simplesmente de ver outro cara mandando ver, mesmo que não admitam isso nem para si mesmos. É uma erotização “sem compromisso”, digamos, do homem em ação. Em alguns casos, há uma projeção homossexual – o voyeur, inconscientemente, projeta-se na própria mulher e tem uma relação com alguém do mesmo sexo.
Clandestinidade afrodisíaca
O prazer, para algumas pessoas, está no fato de assumir mesmo o papel de observadora, ou seja, elas sequer ficam no ambiente onde está rolando o sexo. Preferem espiar pela fresta da porta ou pela janela, atitude que torna a experiência mais excitante.
Observar o par transando também pode funcionar como uma espécie de combustível. Depois de assistir, muitos voyeurs também se dispõem a participar da brincadeira. Outros dispensam o terceiro elemento e preferem retomar a transa típica entre o casal.
Prazer em se sentir humilhado
Alguns homens, sobretudo os com tendências masoquistas, investem na fantasia de que estão sendo “obrigados” a presenciar a mulher transando com outro e sentem prazer nessa condição “humilhante”.
Forcinha para superar impedimentos físicos
Para homens com quadros de disfunção erétil, observar a mulher com outro também tem a função de uma espécie de projeção. É como se ele estivesse transando ali, mesmo que não consiga ou não possa.
Traição consentida
Para alguns casais, é seguro e libertador escolher livremente pessoas para terem experiências mais íntimas sem se arriscarem a cometer uma traição, já que tudo se combina previamente.
Antes de entrar nessa, é preciso muita conversa
Importante: vale lembrar que o casal precisa ter uma estrutura emocional bem madura e forte para lidar com a experiência. Quando passam por uma crise e acreditam que a prática vai servir como alternativa para esquentar ou superar certas coisas, há o risco de a relação afundar de vez.
Outra coisa: muitas vezes uma das partes entra mais pela curiosidade que, uma vez satisfeita, torna a atividade incômoda. Trata-se de uma fantasia que precisa ser muito bem conversada e aceita por ambos para ser realizada e trazer algo positivo para os dois.
Fontes: Arlete Girello Gavranic, psicóloga e terapeuta sexual do Isexp (Instituto Brasileiro Interdisciplinar de Sexologia e Medicina Psicossomática), em São Caetano do Sul (SP); Carlos Eduardo Carrion, psiquiatra especializado em sexualidade; Jussania Oliveira, psicóloga e sexóloga, e Oswaldo Martins Rodrigues Jr., psicólogo, terapeuta sexual e diretor do Inpasex (Instituto Paulista de Sexualidade Humana)