O prefeito de Cruzeiro do Sul, Ilderlei Cordeiro (PMDB), está praticamente rompido com o ex- prefeito Vagner Sales (PMDB), padrinho da sua candidatura. Em conversa que teve esta semana com o Procurador Jurídico daquela prefeitura, advogado Jonathan Donadoni, Ilderlei anunciou que ao final do mês demitirá os secretários Neto Vitalino (Comunicação), Ivo Galvão (Administração), Rosa (Meio Ambiente) e Dayana Maia (Cultura), todos ligados ao ex-prefeito Vagner. O argumento usado é que as pesquisas o estão lhe apontando como um dos piores prefeitos desta safra e para voltar por cima foi aconselhado por marqueteiros a dar a sua cara à administração, criando um perfil próprio. “Eu ainda argumentei que o caminho para a sua recuperação não era o da demissão de secretários, mas sim deixar a cidade limpa e sem buracos, e que o confronto político não seria bom. Mas não me ouviu e vai mesmo demitir. Ao secretário Ivo Galvão já comunicou a decisão pessoalmente”, revelou ontem Donadoni à coluna. Ilderlei, mesmo procurado, não atendeu para falar sobre a anunciada iniciativa. Tampouco o ex-prefeito Vagner Sales. O clima entre os secretários é de completa incerteza.
AFASTAMENTO COMPLETO
O ex-prefeito Vagner Sales tem tido como conduta o afastamento completo do prefeito Ilderlei Cordeiro, para não ser acusado de ingerência na sua gestão, deixando-o à vontade. A coluna tem informação que, assim que demissões forem concretizadas, Vagner se pronunciará.
CANETA NA MÃO
Se o prefeito Ilderlei Cordeiro vai subir na popularidade com as demissões tenho sérias dúvidas, o caminho de recuperação não passa por demissões de secretários, mas é um direito do prefeito, que tem a caneta na mão, nomear quem bem entender para cargos de confiança.
NÃO PODE FUGIR
Mas de um fato o ex-prefeito Vagner Sales, não pode fugir: ser o responsável, principal, pela vitória de Ilderlei Cordeiro, cujo nome impôs mesmo com aconselhamentos contrários.
PRIMEIRO SINAL
O primeiro sinal de que a aliança entre o ex-prefeito Vagner Sales e o prefeito Ilderlei Cordeiro não iria longe, aconteceu quando Ilderlei decidiu apoiar o familiar Rudiley Estrela a deputado federal, descartando assim apoio à reeleição da deputada federal Jéssica Sales (PMDB).
FALANDO DE BURACOS
E falando de cidade esburacada tem que se botar no mesmo cadinho de Cruzeiro do Sul, Rio Branco, problema que poderá se agravar caso a PMRB não triplique suas frentes de serviço. No atual estágio não há nem como o PT pegar a prefeitura de Cruzeiro do Sul para Cristo.
CONVERSA PROVIDENCIAL
O senador Jorge Viana (PT) diz que espera a chegada do governador Tião Viana, no próximo dia 17, para ter uma conversa sobre a cidade e pedir que o Governo entre com frentes de serviço na cidade no auxílio à PMRB. Considera que, sem esta ação o problema não será contornado.
PREPARANDO PARA O PIOR
E tudo indica que vem mais um problemão para o prefeito Marcus Alexandre, o da cheia do Rio Acre. De forma preventiva ficou decidido ontem pela manhã, numa reunião entre representantes da PMRB e a Defesa Civil, começar a preparar o Parque de Exposição para receber desabrigados. Ontem ao meio dia o nível do Rio Acre já estava nos 11.49 metros.
UM ADENDO
O Pastor da IBB, Agostinho Gonçalves, ligou para fazer um adendo à sua entrevista, de que a nomeação do secretário de Saúde, Gemil Junior, o contempla, por ser um membro da Igreja.
CALDO GROSSO
Não sei onde vai dar este confronto do empresário Jarbas Soster com os irmãos Vianas, depois desta chamada para a briga feito pelo empresário ao governador Tião Viana. Não se sabe ainda a reação do governador, mas pode dar caldo grosso, dependendo da sua manifestação.
NÃO SE BRIGA EM VÁRIAS FRENTES
Os estrategistas do governo estão incorrendo em erro primário, o de abrir várias frentes de confronto no último ano de gestão, quando o normal e procurar aparar todas as arestas.
LEVOU UM CAPOTE
O Pastor Pedro Abreu levou um capote do Pastor Luiz Gonzaga e a Assembléia de Deus ficará mesmo com dois grupos religiosos diferentes: Luiz Gonzaga com os Câmaras e Abreu com a direção nacional. Na balsa da aleluia foram Pedro Abreu e o deputado Jairo Carvalho (PSD).
RINDO DE CAMAROTE
Quem deve estar rindo com o resultado é a ex-deputada Antonia Lúcia (PR), que é desafeta política do Pastor Pedro Abreu, de quem era uma antiga aliada. A estratégia de Pedro Abreu de englobar todo o poder na Assembléia de Deus fracassou, com o golpe do Luiz Gonzaga.
UMA ELEIÇÃO INDECIFRÁVEL
Com o fato da eleição para o Senado ter nomes fortes como Ney Amorim (PT), Jorge Viana (PT), Sérgio Petecão (PSD), Márcio Bittar (PMDB), Fernando Lage (DEM), Sanderson Moura e Minoru Kinpara (REDE), fica indecifrável se pinçar os dois prováveis vencedores.
LÓGICA, EM TERMOS
A lógica política é que pelo fato dos candidatos ao governo da oposição e da FPA serem fortes, a tendência natural é que cada grupo eleja um senador. Mas política não é uma ciência exata, um bloco pode eleger os dois senadores ou até nenhum. Será uma eleição muito embolada.
TODOS COM QUALIFICAÇÃO
Nesta disputa do Senado um fato chama a atenção: a boa qualificação dos candidatos.
CERTINHA
A presidente do PTB, Charlene Lima, está fazendo a coisa certinha na montagem da chapa de estadual, não fechando as portas para candidatos que, mesmo não sendo eleitos, beliscaram com as primeiras suplências. Quanto mais voto obtiver a legenda, mais deputado vai eleger.
PREPARANDO PARA 2020
Os chamados partidos nanicos estarão vivendo nesta eleição o último ano para os conchavos políticos, na eleição de 2020 para prefeito e vereador, cada partido terá que ter chapa própria.
DISCORDAR SEM FURAR O OLHO
Numa eleição é normal se ver cabos-eleitorais agressivos, partindo para ataques pessoais aos adversários e até mesmo contra quem tem alguma discordância política. Pessoal, a eleição é só uma festa cívica, não é uma guerra cruenta, quando termina, a vida segue o seu ritmo normal.
UM BOM EXEMPLO POLÍTICO
Para pinçar um bom exemplo de que eleição não é uma guerra sangrenta: deputado federal Flaviano Melo (PMDB). Faz a campanha com as suas propostas, quando critica é o cerne dos erros dos adversários e não entra nunca para a baixaria. E assim ele vem se reelegendo.
SÓ NA DELE
Outra prova que baixaria não ganha eleição. A última disputa do Senado. O candidato Gladson Cameli (PP) passou a campanha sem fazer uma ofensa à adversária Perpétua Almeida (PCdoB), e esta lhe descendo a lenha. O resultado foi uma eleição tranquila do Gladson, que hoje é senador.
MESMO COMPORTAMENTO
O Marcus Alexandre é outro que faz a campanha sem agressões verbais, sem ataques à pessoa, e também vem ganhando eleição. Passou o tempo que com xingamento se elegia.
CRÍTICA LIQUIDOU
O livro do Bruno Borges teve uma vendagem pífia a partir do momento em que, a crítica especializada detonou com comentários negativos a sua obra. Isso foi fatal, o leitor se desinteressou e os livros ficaram empilhados. O mercado editorial é sensível às críticas.
VELHO SUPLÍCIO
O Rio Madeira já está lambendo a rodovia 364, no território rondoniense. Pode-se repetir o velho filme do desabastecimento do Acre por via rodoviária, como em anos anteriores.
CÉTICO
Alguns acham que, quem ousar colocar na rua campanhas milionárias pode acabar se complicando com a justiça eleitoral. Isso seria o ideal, mas é utópico, porque a estrutura da justiça eleitoral é pequena para um combate direto à nefasta prática da compra e venda de votos. Se tem a mania de crucificar o candidato que compra votos para se eleger. Tão bandido quanto ele é quem vende o voto, mas costuma ser criminalizado só quem compra. O crime
destes casos tem mão dupla. E tem mais um agravante na eleição, o de que os acordos espúrios, o pagamento financeiro de acertos políticos, acontecem nos bastidores e não se dá recibo. Em Rio Branco existem os que em todas as eleições vendem listas com nomes de supostos vendedores de votos. Alguns que se profissionalizaram neste crime foram presos, para servir de exemplo? Não me lembro! Por isso não fiquem sonhando que a eleição de 2018 será limpa. Será tão suja nos bastidores como foram as anteriores. Com compra e venda.