Os empresários do Acre estão preocupados com a elevação do nível do rio Madeira em Porto Velho e um eventual alagamento da BR-364 no trecho que liga a capital rondoniense a Rio Branco no Acre, o que não é descartado pelo Dnit, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes.
A primeira reunião, que reflete esse temor, para tratar sobre o assunto foi realizada nesta terça-feira, 09, à noite na sede da Associação Comercial do Acre, em Rio Branco.
A diretoria da Acisa que é composta por importantes nomes do setor privado no Acre, empresários do atacado e do varejo, se reuniu para discutir uma estratégia diante de uma possível inundação da única via terrestre que liga o Acre ao restante do país.
Os empresários não querem ser pegos de surpresa. Pretendem se antecipar a uma eventual interdição da rodovia e ao mesmo tempo evitar providências de última hora como aconteceu na traumática cheia do Madeira em 2014.
Para se ter uma ideia do risco iminente de um novo alagamento, o rio Madeira está medindo 19, 90 m, hoje. Nesta mesma época no ano passado, o rio marcava de 19,67 m. O Dnit está preocupado com a rápida subida e o volume das águas que avançam nas laterais da BR-364 e deve sugerir às hidrelétricas de Jirau e Santo Antônio a abertura das comportas nas duas usinas.
Há equipes do Corpo de Bombeiros e do Dnit monitorando a situação do rio. A previsão de chuvas para os próximos dois meses é bem acima da média, e a maior preocupação é que o rio Abunã, tributário do Madeira, atinja a marca de 22 m.
O presidente da Acisa, Celestino Bento, salienta a necessidade que há de reunir instituições públicas e entidades que representam o setor privado para a busca de alternativas de logística com o objetivo de reduzir qualquer impacto em uma possível nova cheia e isolamento.
“É importante que fiquemos atentos ao possível fechamento da BR 364 com antecedência, por isso, é importante realizarmos reuniões como estas, acionando os principais órgãos e instituições para debater alternativas viáveis e evitar o desabastecimento do comércio do nosso estado”, lembra.
Ao ac24horas, o empresário Adem Araújo, proprietário da rede Araújo de Supermercados, a maior do setor do varejo do Acre, disse estar preocupado.
“Estamos preocupados. Não é fácil fazer estoque, na haverá tempo pra isso também. Uma interdição sempre causará transtorno, mesmo que seja por pouco tempo.”
Banco da Amazônia
O superintendente do Banco da Amazônia, André Vargas, esteve no encontro e fez alguns esclarecimentos sobre o plano específico emergencial oferecido pela instituição, explicando sobre a variação das taxas de juros, que hoje está mais competitiva, variando mês a mês.
Ele destacou ainda a importância do empresário estreitar o relacionamento com a instituição, tendo em vista o acesso do limite de crédito que acaba apresentando um processo moroso em relação a liberação de crédito, só podendo ser formalizada diante do fato consumado, com base nos direcionamentos de órgãos de defesa e calamidade pública.
“Crédito tem que ser solução e não problema, por isso, nos deixamos a inteira disposição da entidade para facilitar os trâmites e fazer todos os esclarecimentos necessários”, disse.