Após o assassinato de Altevir Rodrigues de Oliveira, 61 anos, ocorrido em uma residência localizada no km 10 da estrada de Porto Acre, o delegado aposentado Walter Prado voltou a questionar na manhã desta terça-feira (9) as medidas adotadas pela cúpula da segurança pública no Acre para conter a onda de violência que resultou em várias execuções de pessoas nos primeiros dias do ano.
“Os bandidos vão tomar o governo se não vier uma ordem para que se faça prevenção. Porque senão a população não vai aguentar viver do jeito que tá vivendo. As pessoas estão vivendo um momento quase privativo da liberdade de sair às ruas. Todo mundo está gradeado. Eu andei ontem no bairro São Francisco e encontrei mais de 100 casas gradeadas. Todo mundo com medo”, diz Prado.
Para ele, “o caso do fazendeiro não tem nada a ver com ilicitude, mas vão querer justificar que é crime de fação para não identificar a autoria do assassinato. Isso vem acontecendo corriqueiramente no Acre. As facções estão sendo usadas como justificativa para tudo, mas o que faltam são medidas eficazes para combater a ação dos criminosos que estão à vontade nas ruas da cidade”, ressalta.
Segundo o delegado apesentado, nos últimos anos em que ele foi chefe de polícia, o maior índice de homicídios chegou a 56 pessoas. “O resto dos anos o índice foi de 40 pra baixo. Agora está acima de 480. Se não fizer prevenção a violência não vai parar. É preciso colocar a polícia nas ruas, através de forças tarefas de quinta, sexta, sábado e domingo até meia noite, levando tudo quanto é vagabundagem”.
Prado afirma que o Ministério Público deveria questionar quantos são os homicídios sem autoria identificada. “Tem que questionar isso. Nós tínhamos aqui no Acre um índice de 94% de elucidação, baixou para 50%. Enquanto não se elucida não para porque fica bom matar, os criminosos matam e não se descobre, mas as autoridades vão deixando como acerto de contas entre fações”.
O delegado aposentado destaca que é preciso mudar urgentemente a visão de segurança pública que vem sendo feita no Acre. “Tem que vir o comando de cima. Ou se faz prevenção, ou a população vai ficar impossibilitada de anda à noite, porque corre risco de levar tiros e aparecer como bandido e membro de facção. É preciso colocar delegados e coronéis acompanhando as forças tarefas”.
Ele acredita que dois grupos de 70 homens, um no primeiro e outro do Segundo Distrito fazendo abordagens pode ser o começo para reduzir os números da violência em Rio Branco. “Com a presença de delegados e coronéis, eu quero ver se não para. O correio entre a bandidagem é mais rápido que o sedex, na hora que estiver apertando pra valer, eles se comunicam e caem fora”, enfatiza Prado.
Mudanças na condução nas ações de segurança seriam necessárias, afirma Walter Prado. “Só nesse negócio de aparecer na televisão, de filmagem de operações policiais, voos rasantes de helicóptero, apresentar consumidores de drogas como membros chefes de grupos criminosos, prender gente com sandália de borracha e apresentar como membro de facção, jamais vai resolver o problema”, finaliza.
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