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O Acre terá a eleição mais difícil da sua história para o Governo e o Senado

Por
Nelson Liano Jr.

Começou 2018 e as expectativas crescem em relação a eleição que acontecerá em outubro. Pelo andar da carruagem tudo indica uma das disputas mais acirradas aos cargos majoritários que já se teve notícias no Estado. O equilíbrio entre as forças políticas é notável e não se pode ainda indicar nenhum favorito. Para o Governo o prefeito da Capital Marcus Alexandre (PT) e o senador Gladson Cameli (PP) estão na frente das pesquisas publicadas até agora tecnicamente empatados. Mas não se pode descartar a possibilidade de uma surpresa com a candidatura do Coronel Ulysses, ainda sem partido. Existe, inclusive, a possibilidade dele ter dois presidenciáveis em seu palanque, o Bolsonaro (PSC) e o presidente da Câmara Rodrigo Maia (DEM), que anda ventilando a possibilidade de ser candidato. Marcus terá que carregar consigo o desgaste natural dos 20 anos do PT no Governo do Estado e Gladson a impopularidade do presidente Temer (PMDB), seu aliado. Resta saber qual dos dois terá mais recursos para investir na campanha e também quem terá melhor desempenho nos debates televisivos. As alianças partidárias dos dois grupos são bem abrangentes e qualquer detalhe mal colocado será fatal. Porque no Acre infelizmente ainda se faz campanha “batendo” e não ressaltando as qualidades dos candidatos. Quem tiver um “telhado de vidro” maior estará em desvantagem. Marcus e Gladson preparem-se para terem as suas vidas políticas e pessoais remexidas nesse período eleitoral. Não vai ficar pedra sobre pedra. Quem não estiver preparado que não entre no jogo que será muito pesado.


A batalha do Senado
A princípio teremos sete candidatos. As pesquisas publicadas até agora mostram a liderança do senador Jorge Viana (PT), ainda um dos políticos mais conhecidos do Estado. Ele terá Ney Amorim (PT) na chapa. Acho difícil a FPA fazer os dois senadores, mas não impossível pelo próprio jogo da oposição que está rachada na questão do Senado.


Fogo amigo
Recentemente um importante aliado próximo do candidato Márcio Bittar (PMDB) me revelou que a tendência do grupo é apoiar silenciosamente uma das candidaturas da FPA ao invés do senador Sérgio Petecão (PSD). Lembrando que a publicitária e pré-candidata a deputada estadual Charlene Lima (PTB), que administra a conta de publicidade da Aleac, é naturalmente muito mais próxima ao Ney Amorim do que ao Petecão.


Fogo amigo 2
Por outro lado, pessoas próximas ao Petecão têm publicado ataques explícitos ao Bittar nas redes sociais. Sem falar que o deputado federal Major Rocha (PSDB) não se bica com o candidato peemedebista há muito tempo. Assim fica difícil uma dobradinha ao Senado de oposição “verdadeira”. Podem até publicamente tentar mostrar uma unidade, mas nos bastidores o “pau canta”.


Alternativas
No grupo de Petecão podem haver apoios ao Jorge Viana ou aos outros pré-candidatos Minoru Kimpara (Rede), Sanderson Moura e Fernando Lage (os dois ainda sem partidos). Votos ao Bittar desse grupo serão raros, isso se as coisas continuarem como estão no momento.


Correndo por fora
Minoru Kimpara entra no jogo com uma grande aprovação da sua gestão como reitor da UFAC. Isso significa um universo eleitoral de 20 mil votos entre professores, servidores e alunos. Sem falar naqueles que passaram pela UFAC nos mais recentes anos. Se considerada influência desse eleitorado sobre familiares e amigos a candidatura de Minoru tem lastro para brigar por uma das vagas.


Mais alternativas
O advogado Sanderson Moura há muito tempo ensaia a sua entrada na política. Resta saber se escolheu o melhor momento para mergulhar de cabeça. Por outro lado, o empresário Fernando Lage deve vir com uma plataforma “liberal” bem a direita como candidato defensor da iniciativa privada. Por enquanto, não há como avaliar concretamente esses dois nomes, mesmo porque as pesquisas ainda não incluíram as duas pré-candidaturas.


Projeção futura
Entendo ainda que alguns candidatos ao Senado, mesmo se não ganharem, projetam o seu futuro político para as eleições municipais de 2020. Querem fazer um bom papel em 2018 para se qualificarem à disputa da prefeitura de Rio Branco. Essa estratégia usada em 2014 pelo atual vereador da Capital Roberto Duarte (PMDB) deu certo. Seu nome já foi cogitado para vice e tem chances reais de se eleger deputado estadual no próximo pleito.


A hora das mulheres
Com o prefeito da Capital Marcus Alexandre e o governador Tião Viana (PT) de recesso para descanso, Socorro Nery (PSB) e Nazareth Araújo (PT) estão no comando dos dois principais poderes executivos do Acre. Segundo me informaram, Marcus deverá estar de volta no próximo dia 8 e Viana no dia 20.


Candidatas ocultas
Mas as eleições do Acre em 2018 podem colocar duas mulheres no palco principal da política. Marcus para ser candidato ao Governo terá que renunciar e a prefeita de Rio Branco, nos próximos dois anos e meio, será a Socorro Nery. Por outro lado, a suplente Mailza Gomes (PP) deverá entrar de cabeça na campanha de Cameli. Se ele ganhar o governo a esposa do ex-prefeito do Quinari será senadora por quatro anos.


Atento ao momento
O senador Jorge Viana esteve visitando por esses dias as duas mulheres nos Executivos de Rio Branco e do Estado. Levou para a Socorro a notícia da liberação de R$ 4,9 milhões de verbas extra-orçamentárias para a prefeitura de Rio Branco. O recurso tem origem no fato de Jorge ser membro titular da Comissão Mista de Orçamento do Congresso Nacional. Um recurso a mais em relação aos R$ 15 milhões de emendas que todos os senadores têm direito. Ao todo o senador acreano conseguirá liberar R$ 6 milhões a mais que serão distribuídos pelos sete municípios mais antigos do Estado, UFAC e IFAC.


A hora da política
Jorge esteve também com a governadora em exercício Nazareth Araújo com quem conversou longamente sobre política. A tendência é que a atual vice seja a sua suplente na candidatura que tentará a reeleição ao Senado. Os dois têm muitas afinidades na maneira de avaliar a política local e nacional.


Pé na estrada
Segundo me informou a assessoria o pré-candidato senador Gladson Cameli teve uma agenda movimentada nesses dias depois da virada do ano. Andou por Cruzeiro do Sul, Porto Walter, Marechal Thaumaturgo, Santa Rosa do Purus, Jordão, Mâncio Lima e Rodrigues Alves. Aproveitando a sua proximidade com o atual Governo Federal levou na bagagem recursos extra-orçamentários em torno de R$ 14 milhões para a saúde e a infraestrutura dos municípios. Se por um lado a proximidade do senador com o presidente Temer significa um evidente desgaste político, por outro viabiliza recursos. Resta saber qual dos dois fatos pesarão mais na balança na hora da eleição.


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Nelson Liano Jr.

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