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A política como um instrumento para melhorar a vida das pessoas

Por
Nelson Liano Jr.

Quem acha que a política serve como um negócio para enriquecimento pessoal ou para satisfazer vaidades pessoais está enganado. Podem até fazer esse uso, mas o final da história é sempre turbulento. Vejam quantos políticos na prisão, outros condenados a devolver dinheiro roubado ou respondendo a processos criminais, sem falar daqueles que sofrem com a consciência culpada e com medo da máscara cair a qualquer momento. Na minha opinião, não vale a pena se arriscar tanto para conseguir riquezas efêmeras e ainda arcar com o carma de ter feito mal para outras pessoas. Posso garantir que essa história nunca termina bem, ainda que alguns aparentemente pensem estarem livres das consequências. Um dia a consciência irá mostrar que não se pode enganar as pessoas e quem está fazendo isso vai ter uma grande decepção consigo mesmo.


No livro que lancei recentemente O Despertar de Homens Comuns (Editora Best Seller) procurei tratar desse tema através de diálogos com o Guru e mestre espiritual Prem Baba, num dos capítulos. É importante fazer essa reflexão sobre o verdadeiro propósito da política porque isso significa o bem estar de milhões de pessoas se for bem compreendido. Ao mesmo tempo que poupará muito sofrimento aos políticos que estão nesse caminho sem terem conhecimento da responsabilidade das suas ações.


A política não pode estar dissociada da realidade das pessoas de um lugar, seja um país, um estado ou um município. É um serviço que deve ser prestado com toda a atenção e desapego dos frutos desse trabalho. Servir ao coletivo em detrimento do pessoal é o propósito mais elevado que deve ter um político.


Durante uma gravação do Prem Baba para o livro ele revela a sua visão sobre o comportamento mais frequente que levam os políticos à corrupção e, consequentemente, ao inevitável sofrimento:


Essas pessoas no poder estão passando por um desafio cármico para poder encontrar o seu dharma, a conduta correta. Mas precisam superar algumas mazelas. A primeira é o egoísmo. Estão muito preocupadas consigo mesmas, de verdade. Estão querendo se libertar de um desconforto e uma culpa. Por trás dessa corrupção na política, que a gente assiste todos os dias na mídia, tem muito egoísmo. Eles querem proteger a sua própria família e os seus em detrimento da sociedade. Assim acabam negligenciando a verdadeira missão que receberam de serem instrumentos para o desenvolvimento social. Isso acaba gerando muito sofrimento para os outros e eles próprios. E esse ciclo só pode ser quebrado pelo despertar do Ser. Por isso, nesses encontros que tenho com políticos, emano a minha energia para que eles acordem e entendam a suas funções.”


Criminalização da política


Devido aos acontecimentos políticos escandalosos envolvendo corrupção em várias nações do mundo a política se tornou criminalizada. Decisões que visam somente o bem estar pessoal de castas sociais da elite têm prejudicado milhões de pessoas no Planeta. A maioria dos políticos se esqueceram do verdadeiro propósito de servir. Fazem da política um jogo para alcançarem benefícios próprios e satisfazerem as suas vaidades. E assim acabam condenando os seus semelhantes ao sofrimento. Mas isso é uma distorção da política que, na verdade, é um instrumento poderoso de transformação social.


Se os membros de uma sociedade têm as suas necessidades básicas atendidas poderão mais facilmente trilhar o caminho do autoconhecimento. A conscientização dos indivíduos significa a melhoria do coletivo. A miséria, a fome, a exploração humana e as guerras só vão terminar quando as pessoas despertarem para a realidade espiritual. Entenderem que não são apenas corpos e personalidades, mas herdeiras do Criador. A consciência de cada um saber quem é de verdade faz o ter perder o sentido para o ser.


Trecho do Capítulo “A Política como instrumento para a mudança de consciência” do livro O Despertar de homens comuns.


Bate papo com o Cacique


Conversei com o deputado federal Moisés Diniz (PC do B) sobre alguns aspectos desse olhar novo sobre a política. Estranhamente o Cacique desistiu de tentar a reeleição, ainda que esteja fazendo um bom papel na Câmara Federal. Moisés acredita ser possível servir a sociedade acreana mesmo sem um mandato. Acompanhe a entrevista:


ac24horas – Deputado o senhor realmente desistiu de ser candidato à reeleição em 2018?


Moisés Diniz – Sim. Acredito que há outras formas de lutar fora da política. Estou me preparando para outra frente de atuação.


ac24horas – O PC do B fechou a possibilidade de uma candidatura sua em função da ex-deputada Perpétua Almeida (PC do B)?


MD – Desde o começo eu defendi a candidatura da Perpétua. Ela tem mais memória eleitoral, é mulher e pode disputar melhor do que eu. Sem contar que ela sofreu exclusão da FPA. Eu não tinha como brigar por essa vaga de deputado federal no partido. Para mim, o sentimento é mais importante que o poder.


ac24horas – Mas a Rede creio que te receberia bem. Seria uma ajuda importante para o partido conquistar uma vaga na Câmara Federal. O senhor pensou nessa possibilidade? Ou pensa?


MD – Eu tenho um carinho muito grande pela Marina Silva (Rede) e uma simpatia muito forte pela Rede, pelo jeito maleável deles olharem o mundo e a política. Mas a minha decisão é recuar da disputa e fazer a minha autocrítica no meio da população, sem poder de mando, apenas com a minha palavra.


ac24horas –  Deputado o senhor vê algo de novo nesses três nomes, Marcus Alexandre (PT), Gladson Cameli (PP), Coronel Ulysses (Patriota),  que se colocaram para a disputa do Governo do Acre, em 2018?


MD – Acho que os três candidatos, incluindo o meu, representam o novo. Cada um do seu jeito e com seu conteúdo, representam ideias novas de governar. Cada líder político traz a novidade do seu tempo.


ac24horas – Moisés qual será a sua atividade fora da política?


MD – Estou me preparando para organizar um movimento nos moldes das mobilizações que fiz no Quero Ler. Promovendo ações coletivas de proteção à vida, de cultura e de esporte para a juventude dos bairros mais pobres e das comunidades excluídas.


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Nelson Liano Jr.

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