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O que os acreanos podem esperar da política para o Ano Novo de 2018?

Por
Nelson Liano Jr.

Essa é uma pergunta difícil de responder em tempos tão incertos como os que estamos vivendo. Ainda estamos no olho do furacão de uma das piores crises políticas da nossa história que têm afetado a economia e as conquistas sociais da população. Mas num balanço rápido sobre o ano que termina o Acre continuou seguindo os mesmos passos que atrasam a sua evolução. Esse estado permanente de campanha eleitoral atrapalha muito os avanços. Os nossos representantes estão sempre mais preocupados com a vitória no próximo pleito do que com projetos que garantam a qualidade de vida das pessoas. Notem que em 2017 a campanha já começou com a indicação dos candidatos majoritários e estratégias para vencer as campanhas. Tudo muito precipitado e antagônico aos verdadeiros interesses dos moradores do Estado. Já temos várias candidaturas postas na mesa, mas ainda nenhum projeto concreto para transformar a nossa realidade social. Tudo é eleição e o povo que se lasque. Então a tendência para 2018 é a campanha tomar uma dimensão ainda maior, inclusive, com o aumento da agressividade entre os militantes de todos os lados. A minha impressão é que os grupos políticos que se digladiam querem apenas o poder. Agora, para quê? Isso ninguém sabe. Se a base das candidaturas são nomes ou personalidades e não projetos sociais a casa está sendo construída na areia e não na pedra. Assim poderá desmoronar a qualquer momento. Sou um eterno otimista, mas antevejo ainda anos de dificuldades para os acreanos baseado no jogo político que acompanho diariamente. Egos inflados, vaidades a flor da pele, interesses pessoais a frente dos coletivos, são os sintomas da doença política que campeia a vida dos acreanos. Querem tirar um grupo para colocar outro, mas sem um projeto objetivo. Por outro lado, querem permanecer no poder, mas tampouco explicam as razões dessa permanência. Tudo se resume a cargos e salários de apaniguados que saqueiam os nossos cofres públicos e fazem falta para a educação, a saúde e a segurança pública. Quem está fora quer entrar e quem está dentro não quer sair. Mas ninguém tem o propósito de servir às necessidades prementes do nosso povo. É apenas um jogo de personalidades e vaidades alimentado pelo dinheiro que não se sabe de onde vem. Talvez quem seja mal atendido numa unidade de saúde pública, que vê seus filhos sendo assassinados nessa onda de violência e que não consegue arrumar um emprego digno para sobreviver possa explicar a origem dessa dinheirama toda utilizada no jogo
político.


Cúmplices
Agora, não adianta culpar apenas os nossos políticos por esse quadro desanimador. Porque quem os coloca lá são os eleitores que, muitas vezes, vendem o seus votos e as suas consciências por um punhado de dinheiro ou de
vantagens efêmeras.


A hora da ação
E se não houver uma mudança de mentalidade dos nossos eleitores na hora de escolher os seus representantes esse quadro caótico permanecerá. As escolhas precisam ser feitas baseadas na capacidade de servir de cada um dos candidatos. Não pela simpatia ou no montante de dinheiro que cada um deles irá distribuir durante a campanha.


Fácil de perceber
Acontecerão debates entre os candidatos durante a campanha de 2018. Procure assistir e entender a verdadeira intenção de cada um. Não comprem candidatos criados pelo marketing político que transforma fantoches desqualificados em lideranças. Porque isso é coisa de cego guiando cego e quando surgir o primeiro abismo no caminho todos cairão dentro.


Consequências previsíveis
Quem vende seu voto está vendendo também o bom funcionamento dos hospitais e unidades de saúde, das oportunidades de emprego e o pior, a vida dos nossos jovens expostas nessa guerra insana provocada pelo tráfico de droga. Porque, na verdade, a possibilidade de ganhar dinheiro fácil nas facções criminosas é um reflexo da falta de oportunidades, de educação e perspectiva de vida. E o final dessa novela está diariamente nas páginas policiais da nossa imprensa.


Telhado de vidro
A gente assiste o empenho dos nossos representantes em obras desnecessárias e o negligenciamento das necessárias. Falta foco e sensibilidade para ouvir a população. Tudo é campanha eleitoral. Quantos votos um determinado grupo pode dar para o candidato X ou Y é o mais importante. Quanto se pode desviar de uma determinada obra para fins eleitorais. Uma tragédia e a gente assistindo a tudo estarrecido com uma mordaça na boca.


Instituições falidas
Uma outra questão é que importantes instituições sociais no Acre funcionam como secretarias de Governo. Não têm vida própria para defender os interesses da população. Quem chega ao poder passa a dominar todas. Então a partir daí prevalecem os interesses pessoais e políticos para que ninguém afronte o rei, mesmo que esteja afrontando o povo.


Uma luz no fim do túnel
A minha esperança é que depois de tantos casos de corrupção o povo acorde. Aprenda a escolher os seus candidatos baseados em valores essenciais como a ética, a capacidade de realização, o trabalho, o altruísmo e o humanismo. Mandem de volta pra casa os mal intencionados saqueadores dos nossos cofres públicos. E não coloquem outros ainda mais ladrões. Não se seduzam com as migalhas que lhes são oferecidas a cada campanha. Pensem verdadeiramente nas comunidades e nas suas necessidades prementes. O Acre é ainda um dos melhores lugares para se viver no Planeta. A sua riqueza natural é imensurável e a luminosidade da sua gente é arrebatadora. Mas não é destruindo as floresta que vai haver prosperidade como alguns pensam. Os recursos naturais podem ser explorados de maneira inteligente para beneficiar mais pessoas. Os que querem a destruição da nossa natureza estão pensando em si mesmos, em riquezas pessoais. A natureza é pródiga e pode continuar alimentando os seus filhos. O importante é que se invista em pesquisa para explorar essa riqueza sem destruí-la. Os meus sinceros desejos ao povo acreano é que o amor prevaleça sobre o ódio. Que o bom senso vença a insanidade e os interesses coletivos se sobreponham aos pessoais.


Um 2018 iluminado para todos… Jay Jay!


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Nelson Liano Jr.

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