De repente o PMDB resolveu transformar o funcionalismo público na Geni do povo brasileiro. Para recordar, Geny é a personagem da música e letra de Chico Buarque, na qual todos tinham o prazer de cuspir, bater e jogar bosta.
Todavia, antes de falar mais da Geni e antes que algum assessor parlamentar saia do gabinete para me atacar, faço o seguinte esclarecimento: como sou concursado em 1982, portanto antes de 2003, a reforma me prejudicará, mas minha dor será menor que daqueles que não tem esse “privilegio”.
Sem arrodeio e melindres: Geni era a prostituta, ao mesmo tempo mais procurada e também a mais humilhada, que os poderosos da cidade gostavam de levar pra cama para saciar seus instintos sexuais.
De igual forma está o PMDB de Michel Temer, Flaviano Melo e outros menos cotados: estão humilhando a Geni, no caso os servidores, sobre o pretexto de beneficiar os trabalhadores da iniciativa privada, para depois pedir seus votos e continuarem no “bem-bom” de seus mandatos.
Para aprovar a reforma previdenciária dos sonhos dos banqueiros e empresários sonegadores de impostos e contribuições, o governo decidiu, ao custo de muitos milhões de reais em propaganda, “ bater”, sem dó,
nem piedade, em servidores públicos de todas as espécies de categorias. E o pior: além de covarde, o governo do PMDB é mentiroso, pois a reforma atingirá a todos, indistintamente.
A reforma é tão perversa que nem oferecendo dinheiro e comprando deputados o governo ainda não conseguiu o apoio necessário para aprová-la.
Não pensem aqueles que se aposentarão pelo INSS que curtirão seu pijama navegando num mar de rosas. O punhal é muito bem afiado.
Ao final da vida, quando precisarem dos remédios para pressão e as pernas não responderem aos comandos do cérebro, talvez se lembrem da omissão com a qual se comportaram neste momento, Cálculos de especialistas indicam que a aposentadoria corresponderá, em média. a 60% do valor recebido na ativa.
Os mais jovens sequer atingirão os requisitos exigidos pela lei do PMDB.
Mulheres funcionárias, que hoje estão a um passo da aposentadoria, terão que esperar o bolo de aniversário de seus 62 anos. Para homens, 65.
O que mais indigna é assistir ao falso moralismo do quadrilhão do PMDB que se aposentou, em média, aos 54 anos, entre os quais o presidente da república e seu primeiro- ministro Elizeu Padilha. Espero que em 2018 a Geni não esqueça das pedradas que levou.
Luiz Calixto é um “privilegiado” que contribui para previdência há 39 anos e 4 meses.
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