Marina Silva anunciou na tarde deste sábado que voltará a disputar a Presidência da República por seu partido, Rede, em 2018. Apesar da movimentação da acriana, Lula e Bolsonaro seguem disparados na nova pesquisa de intenção de votos do Datafolha, divulgada poucas horas depois do anúncio de Marina. O levantamento ouviu 2.765 pessoas nos dias 29 e 30 de novembro, em 192 cidades do país e tem margem de erro de dois pontos para cima ou para baixo.
Lula lidera mesmo quando a pesquisa é feita sem a apresentação de nomes. Nesse caso, ele tem 17%, seis pontos a mais que Bolsonaro (11%). Os demais candidatos não chegam a 1%. O mais “votado”, nesse caso, é “ninguém”, com 19%.
Em um cenário com Michel Temer, Joaquim Barbosa, Ciro Gomes e Henrique Meirelles, ministro da Fazenda que já declarou querer ser presidente, Lula, o líder, teria 34% dos votos, segundo a pesquisa. Bolsonaro aparece com metade disso, 17%, o que representa oito pontos percentuais a mais do que Marina, que por sua vez está três pontos à frente de Geraldo Alckmin. O governador de São Paulo, provável nome do PSDB na disputa, surge empatado com Ciro Gomes, do PDT.
Os outros citados estão mais abaixo na pesquisa. Joaquim Barbosa (Sem Partido) tem 5% das intenções de voto, Alvaro Dias (Podemos) tem 3%, Manuela D’Ávila (PCdoB), 1%, Temer (PMDB), 1%, Meirelles (PSD) 1%, Paulo Rabello de Castro (PSC) figura com 1% e 2% não sabem e 12% votariam em branco, nulo ou em nenhum dos candidatos.
Em um cenário sem Marina, Temer ou Meirelles, mas com Joaquim Barbosa e Guilherme Boulos, Lula dispara e chega a 37%. Bolsonaro sobe um ponto, assim como Ciro Gomes, que chega a 7%. Alckmin ganha dois pontos e vai a 8%. O ex-ministro do STF fica com 6%, Alvaro Dias (Podemos), com 4%, Manuela D’Ávila (PCdoB) tem 1%, Boulos (Sem Partido) surge com 1%, Paulo Rabello de Castro (PSC), com 1%, 3% não sabem em que votar e 14% declaram voto em branco, nulo ou em nenhum dos candidatos.
Um terceiro cenário, este com Henrique Meirelles e Boulos, mas sem Marina, Temer ou Joaquim Barbosa, também tem Lula disparado com 37% das intenções de voto. Bolsonaro figura com 19%, Alckmin com 9% e Ciro Gomes, com 7%. A lista se completa com Alvaro Dias (4%), Manuela D’Ávila (2%), Henrique Meirelles (1%), Paulo Rabello de Castro (1%), Guilherme Boulos (1%), em branco/nulo/nenhum (14%) e os que não sabem (5%).
Cenário com Marina, sem Temer e Barbosa
Lula, Bolsonaro, Marina Silva e Geraldo Alckmin (Paulo Whitaker/Reuters – Antonio Milena/VEJA – Paulo Vitale/VEJA)
Para Lula, a coisa pouco se altera. O petista figura com 36% das intenções de voto, de novo o dobro de Bolsonaro (18%). Já Marina sobe um pouco e chega a 10%. Alckmin e Ciro Gomes vêm de novo empatados, desta vez com 7%.
A lista conta ainda com Alvaro Dias (4%), Manuela D’Ávila (1%), Paulo Rabello de Castro (1%), Guilherme Boulos (1%), em branco/nulo/ nenhum (13%) e dos que não sabem (2%).
Cenário com Doria em vez de Alckmin
João Doria teria ainda menos votos do que seu padrinho político, Geraldo Alckmin: 5%. O líder aqui é de novo Lula, com 36%, o dobro de Bolsonaro (18%). Marina Silva sobe mais um ponto e chega a 11%. Ciro Gomes tem de novo 7%.
A lista traz ainda o ex-tucano Alvaro Dias (4%), Manuela D’Ávila (1%), João Amoêdo (1%), Paulo Rabello de Castro (1%), Guilherme Boulos (1%), em branco/nulo/ nenhum (14%) e os que não sabem (2%).
Cenários sem Lula (em caso de prisão)
O Datafolha imagina quatro cenários sem Lula na disputa. Em todos, a briga fica acirrada. Bolsonaro lidera, mas a distância para o candidato mais próximo se reduz. Fernando Haddad, nome já ventilado pelo PT para substituir o ex-presidente na corrida presidencial, em caso de prisão, vai mal no levantamento. Confira abaixo cada cenário de primeiro turno sem Lula.
O primeiro quadro é uma eleição sem Lula e sem Marina, mas com Joaquim Barbosa, em que Bolsonaro teria 21% das intenções de voto no primeiro turno e Ciro Gomes assumiria a segunda colocação, com 12%, um ponto percentual a mais do que Geraldo Alckmin (11%) e três a mais do que o ex-ministro do STF (8%). Nessa lista, aparecem também Alvaro Dias (6%), o petista Fernando Haddad (3%), Manuela D’Ávila (2%), Paulo Rabello de Castro (1%), Guilherme Boulos (1%), João Amoêdo (1%), em branco/nulo/nenhum (28%), não sabe (4%).
O segundo quadro, também sem Lula e sem Marina, e com Henrique Meirelles no lugar de Barbosa, mostra Bolsonaro com 22% das intenções de voto, Ciro com 13%, Alckmin com 12% e Alvaro Dias com 6%, seguido de Haddad (3%), Manuela D’Ávila (3%), Henrique Meirelles (2%), Paulo Rabello de Castro (2%), Guilherme Boulos (1%), João Amoêdo (1%), em branco/nulo/ nenhum (30%), não sabe (5%).
O terceiro cenário, sem Lula, mas com Marina, traz a candidata da Rede com 16% das intenções de voto, apenas cinco pontos percentuais a menos que Bolsonaro (21%). Aqui, Ciro tem 12% e Alckmin, 9%. Eles são seguidos por Alvaro Dias (5%), Fernando Haddad (3%), Manuela D’Ávila (2%), Paulo Rabello de Castro (1%), Guilherme Boulos (1%), João Amoêdo (1%), em branco/nulo/nenhum (25%), não sabe (3%).
O último quadro sem Lula tem Marina (13%) e Doria (6%). Bolsonaro lidera com 17% das intenções de voto, Ciro Gomes e Alvaro Dias têm o mesmo número de Doria, 6%. Os três estão empatados em terceiro lugar. Depois, vêm Fernando Haddad (3%), Manuela D’Ávila (2%), Paulo Rabello de Castro (1%), Guilherme Boulos (1%), João Amoêdo (1%), em branco/nulo/nenhum (27%), não sabe (3%).
Segundo turno
Lula obtém vitória com facilidade nos três cenários previstos para o segundo turno pelo Datafolha. A disputa mais apertada é contra Marina, de quem vence por 13 pontos de diferença: 48% a 35%. Com Bolsonaro, a distância é maior, de 18 pontos: 51% a 33%. E contra Alckmin a diferença sobe a 22 pontos percentuais: 52% a 30%.
Já um segundo turno sem Lula dá chance a Marina. Em uma possível disputa com Bolsonaro, ela venceria por 46% a 32%. Mas a distância entre eles já foi maior: em levantamento feito em setembro, ela tinha 47% num eventual segundo turno com o deputado, e ele, 29%.
Uma disputa entre Alckmin e Ciro, que em setembro teria o placar 37% a 29%, agora dá empate técnico, o tucano com 35% e o pedetista, com 33%
(Da Revista Veja)