O Ministério da Saúde (MS) divulgou em sua página oficial orientações sobre cuidados a serem adotados envolvendo acidentes com animais peçonhentos devido ao período chuvoso. Em quase todo o Brasil, o clima é chuvoso e é nesta época do ano em que se percebe, com mais frequência, a presença de animais peçonhentos em casas e apartamentos, especialmente os localizados próximos às áreas verdes.
Entre os peçonhentos, os mais comuns são: Escorpiões, aranhas, lacraias e até cobras costumam buscar locais secos para se proteger das enchentes e acabam se tornando um perigo, especialmente para crianças.
O coordenador de Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, Renato Alves, explica o porquê de a atenção precisa ser redobrada. “Essa época de chuva coincide com a de maior calor e há, também, mais exposição das pessoas aos ambientes que estes animais estão. Estes bichos não regulam sua temperatura como os mamíferos e, por isso, buscam locais de maior exposição ao sol. A soma destes fatores faz desta época a de maior incidência de acidentes”.
Socorro médico – Segundo Renato Alves, em caso de acidentes com animais peçonhentos, é preciso procurar o serviço de saúde mais próximo e o mais rápido possível. Só numa unidade de pronto atendimento – UPA, Hospital ou SAMU -, após a avaliação clínica, o paciente receberá ou não um antiveneno específico.
“A única ação que a pessoa pode fazer é lavar bem o local da picada com água e sabão. Nenhuma outra substância pode ser colocada no local, nem amarrar, porque pode piorar a situação. E sobre levar o animal, não é necessário perder tempo capturando-o. Todavia, se ele for capturado, é relevante levar para ajudar o profissional de saúde a identificar a gravidade do veneno”, alerta o coordenador Renato Alves.
Um perigo eminente – Em 2016, em todo o Brasil, foram registrados 173.687 acidentes com animais peçonhentos, com maior incidência nos meses chuvosos, que começa em novembro e termina em março. Ao todo, 305 pessoas foram vítimas fatais.
O animal peçonhento que mais causa acidentes com envenenamento é a serpente surucucu. Em 2016, foram registrados 26.485 casos de acidentes por serpentes peçonhentas e não peçonhentas. Deste total, 524 casos – ou 1,9% do total – foram causados pela surucucu.
Prevenção – Lançada pelo Ministério da Saúde no ano passado, a Cartilha “Orientações para prevenção de acidentes por animais peçonhentos durante e após períodos de enchentes” traz orientações para que as pessoas consigam se prevenir de serem vítimas deste tipo de animais.
As principais recomendações são:
• Não andar descalço;
• Usar luvas de couro nas atividades rurais e de jardinagem;
• Nunca colocar as mãos em tocas ou buracos na terra, ocos de árvores, cupinzeiros;
• Não depositar ou acumular material inútil junto à habitação rural, como lixo, entulhos e materiais de construção;
• Controlar o número de roedores existentes na área para evitar a aproximação de serpentes venenosas que se alimentam deles;
• No amanhecer e no entardecer, nos sítios ou nas fazendas, chácaras ou acampamentos, evitar a aproximação da vegetação muito próxima ao chão, gramados ou até mesmo jardins.
Essas ações podem ser adotadas o ano todo. “Principalmente quando for mexer com entulho, jardinagem e fazer trilhas. É bom usar botas, luvas, calça, camisa de manga cumprida, protegendo o corpo para evitar a picada. Quando encontrar o animal, afaste-se, não toque nele”, completa Alves.
Depois dos dois acidentes, a Ana Paula está mais cautelosa com animais peçonhentos. “Agora eu estou todo tempo observando. Tem que tomar cuidado. Aqui onde moramos tem muito mato dos lados. E oriento as crianças que, se virem, chamem a gente imediatamente”.
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