A falta de medicamentos continua causando problema nos municípios acreanos. Dessa vez, Brasiléia está na lista das cidades cujas farmácias públicas não dispõem de medicamentos básicos para o controle da pressão arterial e das diabetes. Usuários da farmácia estão revoltados.
A situação foi confirmada pela Prefeitura de Brasiléia, que é administrada pela petista Fernanda Hassem. A prefeitura alega estar providenciando a reposição dos medicamentos Metformina e Atenolol, e diz que em 10 meses de gestão se esforça para manter os serviços funcionando.
“Já tem um mês que vou lá atrás desse remédio e eles dizem que não tem. Outro dia a prefeita foi denunciada na Polícia Federal por causa desses remédiso, e eu quero saber cadê os remédios que a gente aqui precisa tomar todo dia. Não tenho mais de onde tirar dinheiro”, dia o autônomo Paulo Alexandre, de 52 anos.
A situação, que já foi denunciada pelo ac24horas
, também acontece em Rio Branco há cerca de um mês. Esse drama, vivido na Capital se torna ainda mais prejudicial no interior, onde os serviços e até o acesso são mais difíceis. O agricultor Aparecido Faria, de 38 anos, é testemunha disso, como faz questão de contar.“Eu vim lá do [quilômetro] 70 buscar meu remédio, e a gente chegar aqui e não ter é uma palhaçada com a nossa cara. Eu paguei o carro para vir pra cá e fazem isso. É uma vergonha. A gente não sabe o que esse pessoal faz com o dinheiro dos nossos impostos, porque nem esse remédio de R$ 5 não tem na farmácia daqui”, reclama.
Além da Metformina e do Atenolol, outros remédios estariam em falta no município: Amoxilina, Nimesulida e Captopril. Mas a prefeitura da cidade nega, e diz que verificou antes de dizer isso à reportagem. Mas não é o que diz a cabeleireira Adriana Valente, de 27 anos.
“Meu filho de cinco anos estava com febre alta, garganta inflamada. O médico passou a nimesulida e amoxilina, mas disseram que eu ia ter que comprar, porque lá não tinha. A gente fica à mercê da boa vontade da prefeita e desses secretários aí. E eles ainda tem coragem de negar. Isso é uma vergonha. Quer dizer que eu tô mentindo? (sic)”.