Os auditores fiscais da prefeitura de Rio Branco deflagraram greve na última segunda-feira. A categoria afirma que foi “traída” pelo prefeito Marcus Viana (PT), que durante a última campanha para reeleição prometeu apresentar uma lei que valorizasse a categoria, mas o esboço apresentado pela gestão municipal não corresponde com o que estaria sendo negociados há dois anos.
“Nos tivemos uma negociação com o prefeito Marcus Alexandre, antes da reeleição. Inclusive, a promessa está no plano de governo dele, mas o que foi conversado não foi colocado em prática. Ele sempre pedindo para ter paciência, quando foi na quarta-feira da semana passada, tudo mudou. Eles apresentaram um esboço fora da realidade”, diz o presidente do sindicado, Wilson Madeira.
Segundo o presidente do Auditores Fiscais de Tributo de Rio Branco (SINAFIT), “várias reuniões foram realizadas para aprovação da Lei Orgânica da Administração Tributária. No entanto, de forma totalmente abrupta, desleal e rasteira, a administração, no último dia 01 de novembro de 2017, desfigurou toda a proposta que vinha sendo negociada há dois anos”, revela Madeira.
O representante dos fiscais tributários do município, entre as mudanças realizadas pelo prefeito, “foi retirando, inclusive, competências legais e constitucionais atinentes a nossa carreira. Para completar, Marcus Alexandre não recebe mais a categoria para conversar. A greve será mantida até o prefeito receber a categoria para fazer novas tratativas sobre o projeto”.
Wilson Madeira destaca que o movimento dos fiscais “é uma greve legítima, com amparo constitucional e o estopim da greve foi uma traição que sofremos por parte do prefeito após mais de dois anos de negociação. Cabe ressaltar que todas as negociações foram referendadas por meio de documentos assinados por Cláudio Ezequiel Passamani e Frank Batista”, afirma o sindicalista.
O secretário Cláudio Ezequiel, contudo, explica que o intuito dos auditores é se separar das demais categorias da prefeitura, tentando, assim facilitar as negociações e melhoras o salários já recebidos pelos trabalhadores. Segundo o gestor, a legislação agora apresentada é justamente a conversada com a categoria, o que desconstrói o discurso de “traição”.
“Eles querem se separar dos demais. Não existe traição por parte da prefeitura, sempre tivemos abertos ao diálogo com eles e, até o momento, nós não fomos comunicados da contraproposta. Apenas recebemos um ofício de que entraram em greve. Estamos honrando todos os compromissos que temos com eles”, explica.
Ainda segundo Ezequiel, a proposta de salários apresentada possibilita uma melhora considerável no bolso dos auditores. O secretário confirma que a lei proposta pelos trabalhadores tinha pontos ilegais e que, portanto, precisaram ser ajustadas. Além disso, foram mantidas as normas que unificam o plano dos trabalhadores.
“A lei foi apresentada diferente apenas tirando partes que atingem as prerrogativas da Projuri. Se já tem legislação, não precisa mais colocar. O que estão descontentes, é que queriam uma lei só para eles. É uma ação separatista. O problema e que eles apresentaram uma lei que invadia competências, e extraímos o que já tinha lei”, completa.
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