A decisão ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Morais, em autorizar a permanência de presos perigosos fora de seus estados de origem continua repercutindo. Na manhã desta terça-feira (7) os detentos do Pavilhão “A” do Presídio Francisco de Oliveira Conde (FOC) recusaram o café da manhã e aderiram a greve nacional pelo retorno dos líderes da facção Comando Vermelho (CV) ao Estado.

Para evitar que o alimento devolvido ou recusado pelos detentos, os agentes penitenciários (Agepen’s) levaram e doaram os pães para as entidades Lar dos Vicentinos e Educandário Santa Margarida ainda dentro do prazo de validade do alimento.

Segundo informações obtidas junto aos Agepens, a facção está agindo de forma sincronizada com os presos de outros estados do país, onde questionam a decisão do ministro do STF em manter os líderes longe dos seus locais de origem. A greve de fome nacional seria o primeiro passo.

Atualmente faz dois anos que os chefes dos grupos criminosos estão cumprindo duas penas em presídios de outros Estados. A greve de fome não tem prazo para acabar.

Problema local: barril de pólvora

Mas para os presos cumprindo pena no pavilhão “A” do FOC existe ainda outro problema grave para chamar a atenção: a superlotação da unidade reservada aos presos do CV.

Segundo informações dos Agepens, na atualidade existe mais de 610 presos se amontoando em um espaço onde cabem apenas 250 homes. Esta superlotação já teria sido inclusive comunicada para a juíza da Vara de Execuções Penais.

“A situação do ‘A’ é extremamente perigosa por conta do excesso pessoas confinadas em um mesmo local. Aquele espaço é um barril de pólvora com alguém sentado em cima e brincando com um palito de fósforo aceso”, disse um Agepen que preferiu não se identificar.