Os pacientes com câncer que precisam do medicamento Bleomicina estão passando por maus momentos. Há pelo menos 20 dias o remédio está em falta no Hospital do Câncer, em Rio Branco, e os pacientes voltaram a sentir fortes dores pelo corpo.
Um desses pacientes, de 37 anos, que não pode ter o nome divulgado, diz que não sabe mais a quem recorrer. Ele diz que já procurou o Ministério Público Estadual (MPE), mas nem assim conseguiu que o problema fosse resolvido.
“Eu estou desesperado. Chego a me retorcer de tanta dor que eu sinto. Hoje já desmaiei duas vezes, e não estou mais conseguindo viver dessa forma. O médico e disse que eu tinha chances de cura, mas sem o remédio é difícil isso acontecer. Não sei mais a quem recorrer”, diz.
Na semana passada, ao denunciar o problema pela primeira vez, o ac24horas foi informado que um processo licitatório seria iniciado pela Secretaria de Saúde do Acre (Sesacre) para reabastecer o estoque do hospital, mas até agora, não há nenhuma dose de Bleomicina à disposição.
Andréia De Luna, irmã de um dos pacientes, diz que a situação está a cada dia mais difícil. Ela conta que já ligou e foi, pessoalmente, em busca de comprar o medicamento, mas não encontrou em nenhuma drogaria ou junto aos fornecedores de medicamentos no estado.
“Nós estamos muito longe do centro comercial do país. Infelizmente, essa é nossa realidade. O que aconteceu? Eu tentei de todo jeito comprar esse remédio, mas não consigo. Ninguém tem, nem consegue comprar. Tem muitas vidas em jogo, e eu me pergunto quem se responsabiliza por isso”, comenta.
Um dos pacientes, que foi orientado a comprar o medicamento, sob pena de ver todo o tratamento realizado indo por água abaixo, já teve a história contada no portal, na semana passada. Tentando ajudar, uma funcionária do hospital chegou a entregar ao paciente um cartão com nome e telefone do distribuidor local.
“Eu já tomei algumas doses, e agora seria a sexta. Acontece que sem esse remédio fica difícil eu terminar o tratamento. É um ciclo: se eu não fechar esse ciclo, vou perder a primeira dose que tomei. Eu não consigo comprar esse medicamento, porque ele corre o risco de chegar aqui e não servir mais. Não sei o que fazer!”, diz o paciente.
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