Os jogadores Neymar e Lionel Messi foram retratados em uma ameaça do Estado Islâmico (EI) à Copa do Mundo de 2018, na Rússia. O pôster mostra um terrorista que segura Neymar, de joelhos e com as mãos atadas, segurando uma bandeira do grupo extremista, enquanto Messi aparece executado. O novo cartaz foi divulgado dias após os jihadistas da Wafa Media Foundation, que apoia o EI, divulgarem uma imagem mostrando Messi, com um dos olhos sangrando, vestindo uma roupa de presidiário com seu nome escrito.
Antes do cartaz com Neymar e Messi e do outro em que o argentino figura sozinho, o organização divulgou outras imagens na campanha contra a Copa. Há duas semanas, um outro pôster mostrava o símbolo da Copa do Mundo ao lado de um homem com uma máscara, onde estava escrito: “Espere por nós.” Em uma outra ameaça, a Wafa divulgou um pôster que mostrava um jihadista observando o estádio Luzhniki, em Moscou, que receberá partidas da Copa, com a frase: “Inimigos de Alá na Rússia, juro que o fogo dos mujahedins queimará vocês. Aguardem.”
ATAQUE A ÚLTIMO REDUTO
O Iraque anunciou na quinta-feira o início do ataque ao último reduto do Estado Islâmico (EI) em seu território, perto da fronteira com a Síria. A batalha pretende asfixiar os jihadistas no vale do Eufrates, que vai da província de Deir Ezzor, no Leste da Síria, até Al-Qaim, no Oeste do Iraque. A ofensiva coincide com as movimentações do outro lado da fronteira, do Exército sírio e de seus aliados, para cercar os combatentes do grupo extremista.
As tropas governamentais e forças paramilitares expulsaram o Estado Islâmico de mais de 90% das áreas que dominavam. O general iraquiano Qasem Al-Mohamedi, que comanda as operações, disse que as tropas posicionadas ao redor da cidade de al-Qaim avançavam em “quatro frentes: leste, sul, sudeste da cidade e a partir da província de Nínive, mais ao norte”. De acordo com a ONG Norwegian Refugee Council (NRC), mais de 10 mil civis fugiram da região de al-Qaim e chegaram aos campos de deslocados da região de Ramadi desde o início do mês.
O Estado Islâmico (EI) vem sofrendo grandes derrotas, como a perda das duas capitais de seu autoentitulado califado, e, com isso, ao menos 5.600 combatentes do grupo de 33 nacionalidades, e suas mulheres e filhos, voltaram aos seus países de origem, segundo um relatório do centro de estudos antiterroristas The Soufan Center. Até 40 mil estrangeiros foram para a Síria e o Iraque para se juntar ao EI. Dados de centros administrativos em Raqqa conseguiram identificar 19 mil.
A partir de informações de diferentes fontes nacionais e internacionais, a lista de estrangeiros que foram lutar na Síria e no Iraque é encabeçada pela Rússia, que recebeu de volta 400 jihadistas dos 3.417 deixaram o país, seguida da Arábia Saudita, com 760 retornos dentre 3.244 saídas. A Jordânia vem em terceiro lugar, com 250 repatriados de 3 mil que saíram, a Tunísia, com 800 voltas de 2.926 e França de 271 de 1910. O Soufan Center reconhece que o fluxo de combatentes rumo ao Iraque e à Síria diminuiu no final de 2015, quando o EI começou a perder e os países começaram a implementar medidas para bloquear as viagens.
RETOMADA DE RAQQA
No dia 17 de outubro, a aliança de combatentes curdos e árabes apoiada pelos Estados Unidos retomou Raqqa, a capital do Estado Islâmico na Síria, onde dezenas de jihadistas estrangeiros estavam entrincheirados. A vitória teve um custo altíssimo: grande parte da cidade foi devastada pelos ataques aéreos liderados pelos americanos que mataram 3.250 pessoas — sendo 1.130 civis — nos últimos cinco meses, segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH). Ao todo, cerca de 270 mil moradores foram deslocados pelos combates e milhares de casas foram destruídas.
Nos últimos dias de combate, em virtude de um acordo negociado por responsáveis locais, civis presos na cidade puderam deixá-la e cerca de 275 combatentes extremistas e suas famílias foram autorizados a sair do local, segundo as FDS. A coalizão liderada por Washington afirmou que os jihadistas estrangeiros não seriam autorizados a ir embora de Raqqa.
— A última coisa que queremos é que os combatentes estrangeiros sejam liberados para poder regressar a seus países de origem e causar mais terror — declarou no domingo o porta-voz da coalizão, coronel Ryan Dillon.
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