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Coronel Ulysses é a surpresa nas pesquisas para o Governo do Acre

Por
Nelson Liano Jr.

O Coronel Ulysses (Patriotas) ainda não se declarou oficialmente pré-candidato ao Governo em 2018 e já apareceu com 6% de intenções de votos na recém divulgada pesquisa estimulada da TV Gazeta. Além de ser uma surpresa, mostra que o eleitor acreano está querendo alguma coisa nova na disputa. A terceira via está aberta para novos nomes que queiram participar do debate. Se analisarmos a porcentagem de Marcus Alexandre (PT) de 36% e de Gladson Cameli (PP) de 35%, os dois candidatos mais fortes, será fácil a constatação que existe ainda em torno de 40% de eleitores indecisos. Quem souber navegar nessa faixa poderá se fortalecer na disputa do Governo.


Impulso
A porcentagem de Ulysses tem dois fatores evidentes, o crescimento do candidato à presidência, Jair Bolsonaro (Patriotas) e o anseio da população por uma política mais forte de segurança pública. É uma candidatura que poderá “incomodar” e romper a polarização nas eleições do Acre.


Quem perde
Resta saber se o Ulysses tira mais votos do Marcus ou do Gladson. Acredito que com esses números iniciais o militar deverá se consolidar como candidato. Tem caminhos para crescer e participar dos debates televisivos. Se perder quem apoiará no segundo turno? Aguardem os próximos capítulos.


Cachimbo da paz
Recebi informações de um encontro do deputado federal Major Rocha (PSDB) com o ex-prefeito de Cruzeiro do Sul, Vagner Sales (PMDB). A pauta foi a coligação na oposição para a disputa das cadeiras de deputados federais. Parece que os dois políticos que se “estranharam” nas eleições municipais de 2016 acenderam o cachimbo da paz. Se vão tragar a fumaça já são outros 500.


Tiro errado
O PMDB escolheu muito mal o seu candidato ao Senado. Márcio Bittar (PMDB) não é bem visto dentro de alguns partidos da oposição. O PMDB terá que superar divergências para se garantir dentro de um “chapão” de oposição para a Câmara Federal e, nesse caso, Bittar mais atrapalha do que ajuda.


Isolado perde
Se o PSDB e o DEM, por exemplo, se coligarem numa chapa única para a disputa federal e o PP tiver chapa própria, os riscos para a reeleição de Flaviano Melo (PMDB) e Jéssica Sales (PMDB) serão enormes. Os dois sozinhos podem não alcançar o coeficiente eleitoral para eleger nem um, o que dirá dois.


Chapão favorece o PMDB
Por outro lado, se todos os partidos de oposição que apoiarão Gladson ao Governo, fizerem uma chapa única para federal o maior beneficiado será o PMDB. Nesse caso, acredito que as reeleições de Flaviano e Jéssica estariam garantidas.


Dilema
Será um decisão difícil para o PP. Se entrarem num “chapão” praticamente jogam fora a possibilidade de elegerem um deputado federal. Por outro lado, se não quiserem entrar no jogo com o PMDB poderão perder um apoio importante para a candidatura de Cameli para o Governo.


Se ficar o bicho come…
Outros partidos de oposição que sonham com possíveis eleições de federais precisam avaliar bem esse jogo. Num “chapão” não é preciso muito esforço e nem de pesquisas para afirmar que Jéssica, Flaviano e Rocha voltarão para a Câmara.


…se correr o bicho pega
Também é evidente que uma divisão muito grande de coligações na oposição para as vagas de federais atrapalha a candidatura ao Governo. Será preciso um “negociador” experiente e ponderado para fechar essa equação com o menor dano possível.


O ovo da serpente
Se acontecer do DEM de Bocalom e do deputado federal Alan Rick (DEM) se unir ao Livres e ao Patriotas do Ulysses estará gestada uma candidatura competitiva. Nesse caso, Bocalom poderá concorrer ao Senado sem empecilhos e o Alan poderá realizar o sonho de ser vice.


Quem pode mais…
A disputa para o Senado, com o Bocalom, ficaria bastante embolada. Seriam cinco candidatos para duas vagas. Eu não descartaria o “poder de fogo” do ex-prefeito de Acrelândia. Tem memória eleitoral e costuma gastar sola de sapato para “seduzir” os eleitores.


…chora menos
E não adianta falar que vai ganhar a vaga do Senado quem tem mais recursos financeiros para investir na campanha. Numa eleição majoritária o dinheiro até pode ajudar, mas não é o único fator. Quando se trabalha com o eleitorado global existem sutilezas que fazem a diferença.


Dias de paupérrima
Outro fato evidente é que com o financiamento de dinheiro público de campanha os partidos com forte representação federal, como é o caso do DEM, terão recursos. Então Bocalom não fará uma campanha sem um níquel no bolso. E quem tem dinheiro sobrando para jogar via caixas 2,3, 4  que se cuide. A fiscalização depois de tantos escândalos de corrupção ligados às eleições deverá ser muito maior em 2018.


Bom para todos
Uma cooperativa bem organizada e que se dispõe a cumprir os seus verdadeiros propósitos pode ajudar muita gente. O senador Jorge Viana (PT) esteve esses dias visitando a Cooperacre que movimenta quase R$ 70 milhões por ano. Em tempos de crise as cooperativas podem ser a saída para garantir renda a milhares de famílias no Acre. Cooperativa significa a democratização da oportunidade de trabalho. Mas tem gente que aposta ainda na escravidão da mão de obra para enriquecer muito poucos. Para a Amazônia essa história de agronegócios é um atraso. Produção de soja, de madeira e de gado enriquece os já ricos ao custo da destruição da floresta, o maior commodity dos estados amazônicos. O extrativismo ancorado por pesquisa de ponta é uma forma de produção muito mais humanizada e rentável.


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Nelson Liano Jr.

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