A forte chuva que atingiu Rio Branco e região nesta sexta-feira, dia 06, marcou 112 milímetros na régua da Agência Nacional de Águas (ANA). O episódio é sinal de que o inverno amazônico já começou e anuncia muita chuva para os próximos meses, justamente o que o Acre precisa para sair da crise hídrica.
O pesquisador meteorológico Alejandro Fonseca Duarte, da Universidade Federal do Acre (Ufac), explica que esse tipo de chuva é característica da época e que o temporal da sexta-feira é semelhante aos que vem sendo registrados nas últimas semanas. Prenúncio do inverno que já se aproximava junto com o mês de outubro.
“Nas partes altas da cidade, hoje, choveu quinze milímetros. Agora nas partes mais baixas, é possível que tenha chovido mais, contudo ainda não temos esse número. Quanto aos ventos, ventou muito, mas nosso aparelho da universidade não está funcionando. No outro, no quilômetro 40, foram fracos”, explicou Fonseca.
Já segundo a Defesa Civil municipal, o volume total de chuvas que caiu sobre a cidade representa 72% do esperado para todo o mês de outubro. Os ventos, pelos dados da Agência Nacional e Águas (ANA), chegaram a 95 km/h em alguns pontos. Tanto o volume de chuva, como os ventos, podem variar muito a depender do local.
ESTRAGOS
Fotografias registradas por internautas mostram uma árvore centenária no Mercado do XV, no 2º Distrito da Capital caída sobre veículos que estavam estacionados em frente ao local. Houve corre-corre durante o temporal. No Rio Acre, em frente ao Calçadão da Gameleira, o bar Flutuante se soltou e foi arrastado pelas águas até bater no pilar da ponte metálica.
Nos bairros Bosque, Vila Ivonete e Alegria, ruas ficaram alagadas porque os esgotos estavam transbordando e prejudicando a vazão da água. Dezenas de residências sofreram avarias após a queda d’água. Um barco da Secretaria de Saúde do Acre (Sesacre) também tombou no rio Acre e foi arrastado.
Estragos também foram registrados no Calçadão da rua Benjamim Constant, onde ficam os camelôs. A Praça dos Tocos, que fica em frente ao Fórum Barão do Rio Branco, no Centro, ficou parcialmente destruída com a força dos ventos. Foram mais de 80 chamados à Centro Integrado de Operações de Segurança Pública (CIOSP), apenas tratando sobre queda de árvores pela cidade.