O debate recorrente sobre os problemas de segurança na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac) suscitou uma acalorada troca de farpas entre os deputados Gerlen Diniz (PP) e Eber Machado (PSDC). O bate-boca começou após Diniz pedir investimentos na área de segurança e criticar o governador Sebastião Viana (PT) e o secretário de segurança Emylson Farias. “Parece que vossa excel6encia está preocupado com o Rock in Rio, preocupado em conhecer o mundo. Entregue o governo para a vice e vá curtir sua vida, governador”, recomendou Diniz
Os deputados da base de governo se revezaram na tribuna para fazer a defesa do secretário de segurança Emylson Farias. Mas o discurso que resultou na troca de farpa foi o do Eber Machado, que disse que a questão da violência não é exclusiva do Acre, destacando os problemas que o Rio de Janeiro enfrente com o tráfico e o enfrentamento das facções criminosas. “Quero parabenizar o Emylson Farias, natural de Xapuri, primeiramente pela coragem que ele tem de ser secretário de segurança, pois estamos convivendo com pessoas que pedem a saída dele”.
Eber Machado fez um desafio aos deputados de oposição. “Acham que podem resolver a questão da segurança no Acre? Que tenham a coragem de assumir o lugar dele. Essa não é uma questão somente do Acre, é nacional. Temos que ter a coragem de participar desse debate com compromisso, não atacando o secretário que coloca a vida em risco para atender a população do nosso estado. Quero fazer esse desafio para saber qual desses parlamentares aceita”. Machado criticou as audiências de custódia. “Eu acho que essa casa tem que se posicionar”.
Gerlen Diniz voltou a tribuna e rebateu as declarações de Machado. “O deputado Eber esqueceu de tomar o remédio dele. Vem na tribuna falar asneiras. Essas falas parabenizando o secretario é porque ele é pré-candidato a vice-governador. O único feito desse secretário incompetente foi permitir a instalação do Bonde dos 13 no Acre. Quem é o responsável pela segurança? Não é o secretário de segurança? Se não é, eu não sei mais de nada. Quer defender o nome do secretario defenda, mas é um incompetente não há como negar”.
Segundo o oposicionista, os deputados da base de governo receberam ordem para defender Emylson Farias. “a ordem é que têm que elogiar o Emylson não importa como. Isso é uma base subordinada, não é uma base aliada. Tomara que chegue o mês de abril para ela sair. Se expor ao ridículo de vir a tribuna pedir que um deputado que critica resolva o problema da segurança é um absurdo”. Eber Machado voltou a discursar no grande expediente e chegou a chorar, afirmando que foi humilhado e chamado de louco por Diniz.
“Volto a tribuna com mais tranquilidade, tomei o remédio que o deputado Gerlen disse que eu não tinha tomado. Quero dizer ao senhor que tomo remédio para hipertensão. “Quando vossa excelência sai do debate normal para o pessoal é ruim. Vossa excelência me chamou de louco. Todo mundo sabe qual o significado dessa palavra. É uma palavra muito forte. Vossa excelência se apequena. Tentou me humilhar. Isso é ruim para sua biografia. Não faça isso mais não”.
Gerlen Diniz soltou beijos para o colega durante seu discurso, como se justificasse o fato de Eber Machado ter fica de pé na sua frente durante o discurso que perguntou se o colega tinha esquecido de tomar seu remédio. De volta a tribuna nas explicações pessoais, Gerlen disse ironizou as lágrimas de Machado. “A Globo está perdendo quando não vem a essa Casa e procura atores. Aqui está cheio de artistas que criticam e não gostam de ser criticados, que tentam pautar os discursos da oposição”, ressalta o oposicionista.
