Conversei com o prefeito Marcus Alexandre (PT) sobre a sucessão ao Governo do Acre. Senti ele muito cauteloso para não atropelar o processo proposto pelo governador Tião Viana (PT) de colocar quatro nomes à disposição da FPA. Mas, por outro lado, também percebi que Marcus está consciente de que a escolha certamente recairá sobre o seu nome. O prefeito faz um esforço para não falar como candidato, mesmo porque, tem uma árdua missão em deixar a casa arrumada para quem for sucedê-lo na gestão da Capital, em tempos de “vacas magras” de recursos financeiros. Não perguntei sobre vice porque a resposta seria óbvia, ou seja, enquanto não for declarado candidato ele não vai mexer com isso. O bate-papo com Marcus Alexandre foi restrito a questão da disputa ao Governo em 2018. Uma entrevista política para mostrar o que ele pensa nessa altura do jogo eleitoral que apresenta um quadro polarizado com o seu provável adversário na oposição, o senador Gladson Cameli (PP).
Ac24horas – Prefeito o senhor já se decidiu a ser candidato ao Governo em 2018?
Marcus Alexandre – Olha Nelson, esse é um processo que está em curso na FPA. Pra mim é uma honra ter meu nome lembrado entre os da vice Nazaré Araújo (PT), do secretário de Segurança Emylson Farias (PDT) e do nosso líder na ALEAC, Daniel Zen (PT). É um processo inovador de discussão com plenárias que já aconteceram no Juruá, no Alto Acre e no Tarauacá-Envira. Agora teremos a plenária em Sena Madureira, no começo de outubro. Estamos aproveitando esses eventos para ouvirmos a opinião das pessoas e rever os amigos.
Ac24horas – Mas para a opinião pública esse processo já foi definido. O que se fala no Acre inteiro é que o senhor será o candidato da FPA. Confirmando essa tendência do senhor ser o candidato, aceitará o desafio?
Marcus Alexandre – Eu prefiro não antecipar em respeito a todo o processo. Tem os partidos da FPA que devem ser ouvidos. O momento é de seguir em frente com o que foi tratado pela Executiva da FPA e aguardar a última plenária e o calendário que será estabelecido. Acho que nesse momento não podemos antecipar nada, mais do que já foi antecipado. Porque as pessoas têm as suas opiniões e falam de política todos os dias. Além do fato tenho um trabalho enorme a ser feito com a nossa cidade. Nesse caso prefiro aguardar o resultado final.
A partir da conclusão do processo aí sim vamos poder discutir outros assuntos, mas por enquanto vou respeitar o que está em curso. Mesmo porque é um momento de muita reflexão da política nacional e da política local. É preciso ouvir as pessoas cada vez mais. E é isso que tenho buscado fazer todos os dias.
Ac24horas – Qual é a data que a FPA estabeleceu para bater o martelo e indicar o candidato ao Governo?
Marcus Alexandre– A partir da última plenária, em outubro, a Executiva FPA deverá se reunir novamente para discutir a indicação. Mas acredito que até o final do ano será decidido o nome do candidato.
Ac24horas – Marcus o senhor tem mais três anos pela frente na prefeitura. Conseguiu mostrar um grande volume de trabalho. Mesmo com as críticas que são naturais de qualquer gestão. Caso o senhor seja o escolhido, terá a confiança de que a gestão continuará no mesmo ritmo com a sua vice Socorro Nery (PSB)?
Marcus Alexandre – Tenho a alegria de poder contar com a Socorro. Ela tem sido uma companheira leal, trabalhadora e dedicada. Trouxe um olhar diferenciado para a gestão. A experiência dela na UFAC, nas políticas sociais, na educação têm ajudado muito desde o planejamento desse segundo mandato. Tenho só que agradecer. É claro que cada pessoa tem o seu jeito e sua forma de fazer as coisas. A gente tem que entender e respeitar.
Ac24horas – O senhor já foi da Secretaria Estadual de Planejamento, depois superintendente do DERACRE, está como prefeito de Rio Branco há cinco anos. Na sua opinião, de quem conhece bem o Acre, quais são os principais problemas que o Estado enfrenta atualmente e devem ser resolvidos pelo próximo governador?
Marcus Alexandre – Acho que nesses anos de governos da FPA, incluindo o próprio governador Tião Viana, foram enfrentados grandes desafios. Como da infraestrutura, das ruas, dos bairros. Rio Branco e os outros municípios tiveram grandes investimentos. Até mesmo se for analisado da ótica das responsabilidades houveram muitas parcerias com as prefeituras. Mas acho que o desafio que se coloca no país e no Acre tem a ver com o crescimento econômico. Temos uma crise instalada no nosso país, que chega na casa de todo mundo. A prefeitura de Rio Branco, por exemplo, está apertando o cinto há dois anos e meio por contadas receitas que não têm tido crescimentos.
Quando a receita de arrecadação não cresce, significa que também a economia não tem o mesmo dinamismo. As receitas são vinculados ao serviço e aos repasses nacionais. O ambiente nacional em relação a economia é o grande desafio para termos um caminho melhor em relação à política. É preciso ter uma profunda reflexão sobre o que o Brasil está vivendo.
Concluído o processo da FPA precisamos abrir uma discussão nos municípios, conversar com as pessoas e ouvi-las. Na prefeitura, quando fui candidato, em 2012, fizemos reuniões nas regionais. Construímos o nosso plano de governo a partir daquilo que ouvimos da população. Essa é a melhor maneira de fazer. Temos que ouvir as lideranças comunitárias, o setor empresarial, a sociedade de maneira geral, para que possamos construir uma proposta consistente. O cuidado que se tem que tomar no processo eleitoral é não prometer aquilo que não pode se cumprir. É preciso ter os pés no chão e fazer um bom planejamento para apresentar um plano consistente que venha dos anseios da população. Temos que andar todas as regiões porque as demandas são diferenciadas em cada município do Acre.
Ac24horas – O senhor acredita que na próxima eleição, tanto a nível de Brasil quanto de Acre, a tendência do eleitor será pelo voto conservador? Isso devido a tudo que aconteceu e vem acontecendo no país? Ou até mesmo de votos extremamente conservadores?
Marcus Alexandre – Primeiro que estamos passando, desde a eleição passada, um processo de transformação política. Vejo que a população tende a votar mais nas pessoas do que propriamente em partidos. Os eleitores estão olhando mais o que aquele candidato defende como bandeira, o que ele já fez e a sua capacidade de realizar ainda mais. Quais são os princípios éticos de quem está se candidatando e qual a sua dedicação quando se envolve em um trabalho. Os eleitores observam se o candidato tem condições técnicas, políticas, saber fazer planejamento e tem conhecimento para assumir uma função tão importante. Até mesmo porque do ponto de vista partidário é um momento muito difícil na política brasileira. O foco é muito mais a capacidade do candidato. Pelo menos é isso que eu vi nas eleições do ano passado.
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