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Caminhos abertos para candidaturas ao Governo de uma terceira via

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Nelson Liano Jr.

Terceira via é uma força de expressão, mas na verdade existe a possibilidade de haver várias candidaturas ao Governo do Acre, além das duas previstas. As confusões para as indicações dos vices na oposição e na FPA podem gerar descontentamentos e dissidências que incentive outros candidatos a concorrerem ao Palácio Rio Branco. É bom que isso ocorra. Na minha opinião, essa polarização entre o PT e a oposição não reflete a pluralidade da sociedade acreana. Tenho visto pessoas comuns que não querem votar nem em Marcus Alexandre (PT) e nem no Gladson Cameli (PP). O argumento principal contra o prefeito de Rio Branco é o fato de ser do PT. Para muitos Marcus certamente manteria esse mesmo time que manda no Acre há 20 anos. Alguns têm cargos comissionados há tanto tempo que com mais um Governo do PT poderão até requerer aposentadoria. O vício do poder não agrada parte da população. Por outro lado, existem muitos questionamentos sobre a capacidade de gestão do senador. Ele terá que mostrar o quanto entende de administração pública. Sem falar nas confusões políticas que acontecem ao seu redor. Por exemplo, vários personagens foram convidados a serem seu vice. Chegou ao cúmulo de Gladson fazer duas reuniões no mesmo dia, no PSDB e no DEM, prometendo as mesmas coisas para os partidos. Sendo que a lei da física não mente porque é imutável e dois corpos não podem ocupar o mesmo espaço. Existem descontentamentos e suspeitas em casos que ainda estão sendo apurados como a distribuição de Casas da SEAB e o desvio de dinheiro público da EMURB, nas gestões do PT. Mas também acontecimentos contraditórios que se tornam públicos e despertam a desconfiança e a falta de credibilidade em relação a oposição. É nesse vácuo que novos nomes podem surgir ao Governo com projetos para a mudança que a população espera no Acre.


Argumento frágil
O que refreia a formação de novos grupos políticos no Acre é o dinheiro. Por um lado, um candidato terá o apoio da máquina pública nas mãos do PT. E a oposição escolheu um candidato que vem de uma das famílias mais ricas do Norte do país.


Vale quanto pesa
Mas será que só o poderio financeiro é o suficiente para eleger o novo governador? Não seria necessário também um projeto social de transformação que contemple uma parcela maior da população? As pessoas se contentam em receber uma pequena vantagem qualquer em troca de rifar o futuro do Estado?


Possíveis vias
O PSDB depois de tomar uma bola nas costas na chapa de oposição poderia ser uma dessas alternativas. O PDT, caso não tenha seu vice indicado na FPA, também já anunciou que poderá ter um candidato ao Governo. Sem falar no DEM que, no momento, é uma incógnita. Outros partidos como a Rede e o PSOL também deveriam levar a sério a possibilidade de candidaturas.


Morderam a isca do PT
Uma das maiores fantasias criadas na política do Acre foi a famigerada “união das oposições”. O marketing petista criou a “lenda” de que a oposição só merece ganhar se estiver unida. A isca foi digerida e alimentada pelos próprios oposicionistas. Se matam tentando uma união na “marra” quando a diversidade de interesses pessoais e partidários naturais transformam-se em verdadeiras dinamites internas.


Mapinguari
Já escrevi sobre isso e vou repetir, essa história de união das oposições só existe no Acre. Imagine se no Rio, São Paulo e outros estados importantes haverão apenas duas candidaturas aos seus Governos. A eleição é justamente em dois turnos para que as forças partidárias se apresentem à população com as suas propostas. Mas muitos políticos acreanos continuam a acreditar em Mapinguari.


Lenda
Também costuma-se dizer no Acre que se a eleição for para o segundo turno o PT ganha. Dá vontade de rir de tanta ingenuidade. O PT ganhou as mais recentes eleições para o Governo porque jogou melhor ao transmitir a sua proposta. Inegavelmente profissionalizou a política no Estado. E, se tinha vantagens financeiras, soube usar melhor do que a oposição. Mas nesse momento essa vantagem não existe mais.


Quadro de momento
O poder em Brasília está na mão do PMDB e dos seus aliados, entre eles, o PP e o PSD. Obviamente que vão socorrer os seus partidários no Acre. E o candidato da oposição não é um “duro”. Então nesse aspecto financeiro vejo o jogo empatado. Vai ganhar quem se atentar aos detalhes.


Carisma ainda conta
Mas acredito que se aparecer alguém com uma proposta de mudança bem estruturada e que tenha carisma pode colocar em risco essas duas maiores forças políticas do Acre. Nem todo eleitor se vende por um punhado de dinheiro.


Como uma onda
Uma onda começa como uma marola, mas se for bem impulsionada pelos ventos pode se transformar num tsunami. Nada estará resolvido até o dia 5 de outubro de 2018. Absolutamente todos que entrarem no jogo terão chances.


Erros de estratégias
Gladson Cameli está em campanha para o Governo desde o dia que ganhou o Senado, em 2014. Marcus Alexandre se tornou o nome natural do PT ao vencer no primeiro turno, com muita facilidade, a disputa pela prefeitura da Capital, em 2016. Mas essa precipitação toda tornou os dois vidraças da opinião pública. Se surgir uma novidade, em 2018, vai fazer barulho, acredito eu.


Debate e plano de gestão
É preciso estar preparado para enfrentar uma campanha. Não é com palavras ao vento que se vence. Os partidos políticos do Acre se esqueceram da importância do debate de ideias e de apresentarem projetos para gestões eficientes. Se preocupam muito mais com o quanto terão para gastar nas eleições. Essa frase poderia ser trocada por quanto disporão para “comprar”. Uma tragédia, enquanto a população padece dos mesmos problemas de falta de emprego, uma segurança pública ineficaz, uma educação meia-boca e uma saúde de quinto mundo. Ainda há tempo para que a campanha de 2018 do Acre se torne produtiva. Que possa despertar nos eleitores a esperança de dias melhores. E que novos grupos realmente comprometidos com as mudanças possam surgir para enriquecer os debates.


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Nelson Liano Jr.

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