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Muro de comunistas e gay nomeado no Governo geram polêmicas no Acre

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Definitivamente a política do Acre perdeu o foco. A prova disso são dois assuntos fúteis recentes de grande repercussão na mídia e nas redes sociais. O primeiro a pintura do muro da casa do casal dos ex-deputados Edvaldo Magalhães (PC do B) e Perpétua Almeida (PC do B). Moradores do luxuoso condomínio Ipê não gostaram porque estamparam imagens de Chico Mendes e Che Guevara. As pinturas eram bem feitas e não vejo nenhum problema nisso. Quem não quiser que não olhe para o muro da casa dos outros. Não estou defendendo os dois comunistas, mas a liberdade de expressão de cada um. Acho um absurdo a enorme repercussão do fato quando temos problemas reais no Estado com a violência e a saúde pública, entre tantos outros. Além disso, não vejo configuração de expressão ideológica. Che há muito tempo deixou de ser uma figura histórica ligada apenas ao comunismo e Chico Mendes é uma referência do ambientalismo mundial. Se queriam arrumar motivos para criticarem os dois políticos deveriam procurar outros, que não iriam faltar. Mas a atacar a liberdade de expressão me parece algo temerário. A onda de conservadorismo que vivemos nos tempos atuais cresce a cada dia e está se tornando muito perigosa.


Um caso pior ainda
Também a nomeação do ativista LGBT, Germano Marino, na Secretaria Estadual de Justiça e Direitos Humanos envolveu em algumas publicações da imprensa um preconceito sem precedentes. O fato de ser gay e pai de santo de uma Casa de Candomblé serviram para desqualificar o trabalho do ativista e comprometer politicamente o atual Governo do PT. Não faltam motivos para críticas à gestão petista, mas não essa nomeação. Quer dizer que se ele fosse cristão e “machão” estaria tudo certo? Mesmo que fosse um vagabundo?


Pior são os “vagabundos”
Num Estado inchado por milhares de nomeações políticas, criticar alguém que tenho certeza que trabalha beira a insanidade. Germano é uma pessoa importante da diversidade acreana. É um militante dos direitos dos homossexuais e outras minorias. É preciso respeito ao contraditório. Estamos falando do direito de outros seres humanos sejam de qual opção sexual ou religiosa forem. Temo que essa onda de conservadorismo possa virar uma verdadeira caça às bruxas de quem não pensa igual a maioria imaginaria.

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Essência da democracia
Quem não gosta de comunistas que os derrote nas urnas. Como fez o senador Gladson Cameli (PP) em 2014 com Perpétua Almeida e o Petecão (PSD) com Edvaldo em 2010. Mas é preciso respeitar a ideologia dos outros. A democracia é feita de debates e não de repressão contra a livre expressão.


Desconfiança
Quem torce o nariz para gays que não tenha relações sexuais com pessoas do mesmo sexo. Mas respeite a opção dos outros. Fico sempre muito desconfiado daqueles que tem ódio mortal aos homossexuais. Parece que existe algum “sentimento reprimido”.


A fé de cada um
Vivemos num país laico, ou seja, que não tem uma religião oficial. A nossa Constituição de 88 garante o livre arbítrio na escolha de cada um. Pra mim quem fala mal da religião dos outros é porque não tem firmeza na sua própria religiosidade.


Jogando pra torcida
Essa semana, na ALEAC, enquanto os representantes dos funcionários do ProSaúde faziam manifestações os deputados caprichavam nos discursos. Mas nos bastidores alguns parlamentares me diziam que toda aquela encenação era um jogo para a torcida e não resultaria em nada. E o pior: que a maioria dos que falavam inflamados pra plateia sabiam disso.


Situação triste
São mais de 1800 trabalhadores que podem ser demitidos do ProSaúde. Isso seria uma tragédia para a economia do Estado ainda dependente de dinheiro público. Claro que pior ainda é o fato de serem pais e mães de família que ficarão desempregados num momento de crise econômica. Outro questão é o desfalque de profissionais nas unidades de saúde no nosso já combalido sistema de atendimento público.


Guerra PMDB-PSDB
O clima não anda nada bom entre os dois partidos. Nos bastidores, entre militantes do PMDB e do PSDB, da barriga pra baixo é tudo canela. O pomo da discórdia é a indicação de Márcio Bittar (PMDB) para concorrer a uma vaga ao Senado. A rejeição do seu nome entre vários setores oposicionistas é evidente.


Os erros de sempre
Até hoje a oposição não conseguiu criar um conselho político e coloca-lo em prática. Tiveram algumas tentativas, mas isso não se concretizou. A indicação dos candidatos majoritários deveria sair de um debate entre todos os partidos. Esgotadas as discussões teriam nomes de consenso para atuarem unidos na campanha eleitoral. Isso está muito longe de acontecer.


Lógica invertida
O nome de um candidato majoritário deveria sair de dentro pra fora. Mas o “caciquismo” que vivemos no Acre inverteu essa lógica. Interesses pessoais e de grupos políticos são impostos e acabam gerando muito descontentamento. Os resultados estão registrados no TRE-AC nos últimos 20 anos. Tem gente que parece não querer aprender com as experiências sejam desagradáveis ou agradáveis.


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