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Família acusa médico de se negar a fazer parto de grávida e bebê morre “afogado em sangue”

Por
João Renato Jácome

Um caso grave foi registrado em Boca Acre, a 208 quilômetros de Rio Branco, onde o clínico geral do Hospital Maria Geny Lima, Fábio Silva, teria se recusado a realizar um parto cesariana na grávida Leide Diana Silva, de 27 anos, que estava com 39 semanas e cinco dias de gestação. O caso foi parar na polícia e repercute fortemente na cidade amazonense.


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Segundo apurou ac24horas, Leide Diana esteve no hospital na quinta-feira, dia 27 de agosto, sentindo dores, mas o médico a avaliou e disse ela não estaria em trabalho de parto. A grávida ficou internada e, no dia seguinte, recebeu alta. No mesmo dia, começou a sangrar, o que só parou no domingo, após um parto de emergência.



“Eu cheguei lá na quinta, ao meio dia. O doutor Silvio me examinou e disse que eu estava e trabalho de parto. Aí ele me pediu para aguardar. Depois o doutor Fábio me avaliou e disse que eu não estava. No outro dia, como eu não estava com dor, só sangrando, ele me liberou, mas depois a dor voltou, porque o efeito do remédio passou”, conta a mulher.


Segundo Leide Diana, foi preciso voltar ao hospital no domingo, dia 30, quando ela já não aguentava mais resistir às dores. Fizeram o parto cesariana, mas antes, segundo conta, o médico Fábio Silva teria se recursado a sair de casa e ir ao hospital fazer o parto do bebe que já não mexia mais desde a tarde daquele domingo.


“Era muito sangue que saia de mim. O enfermeiro ligou e ele disse que não ia para lá, e que eu ti há que esperar até de manhã. Minha filha morreu. A minha filha estava bem, e ela não ia morrer afagada em sangue. Passei nove meses fazendo tudo, preparando fralda, e fiz tudo na mão. Vai fazer muito falta para mim e para o pai, principalmente, Era o nosso primeiro filho”, completa.



Procurado, o médico Fábio Silva conversou coma reportagem na casa dele e negou todas as denúncias. O clínico geral diz que nunca foi chamado para ir ao hospital e que, sim, um enfermeiro ligou para ele, por volta das 23 horas daquele domingo, mas foi para comentar a situação da mulher, e não para chama-lo para realizar um parto. Ele nega que recusaria esse tipo de pedido.


“Ela foi examinada por mim. Naquele momento, na quinta-feira, não tinha indicação de realizar a cesariana. O que eu fiz? Interno a paciente, para ficar aos meus cuidados. E ela ficou até o dia seguinte. Ela saiu de lá sem dores, sem queixa nenhuma. O hospital não tem incubadora para eu fazer um parto assim. E se o bebê morresse, que seria o culpado?”, se defende o médico com mais de 15 anos de atuação.


O médico relata que está sendo ameaçado por pessoas ligadas à Leide Diana. Além da polícia já ter sido acionada, um advogado foi contratado para processar os que estão sugerindo risco à vida do médico e de seus familiares, como esposa e filhas. Fábio relata que já mudou parte da rotina do dia a dia, tudo para evitar muita exposição. Ele não pensa em deixar a cidade e abandonar o posto de médico por isso.


“Já providenciei um advogado e, com certeza, vou até a última instância para resolver isso. Estou sendo ameaçado, minha família está sendo ameaçada por redes sociais. Essas pessoas vão ser processadas. A gente está evitando algumas coisas [por conta das ameaças]. Eu acho que a verdade com certeza está ao meu lado”, finaliza o médico.


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João Renato Jácome

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