As duas principais chapas que irão disputar as eleições majoritárias no Acre em 2018 estão “quase” prontas. Mas esse “quase” ainda poderá gerar muitas dores de cabeças para a FPA, comandada pelo PT, e pelos principais partidos que compõe a oposição. Não existe uma definição e nem mesmo uma tendência certa nas duas coligações de quem serão os vices dos candidatos ao Governo. Na FPA a vaga de vice deverá ficar entre PC do B, PDT e PSB. Enquanto na oposição a “briga” é entre o PSDB e o DEM. Para as principais lideranças dos dois grupos políticos o melhor é empurrar com a barriga a decisão para o próximo ano. Mas os partidos que têm a perspectiva de participarem das chapas majoritárias “forçam a barra” para que as indicações sejam feitas logo. Verdadeiras “brigas de foice no escuro” despontam no horizonte do quadro político eleitoral acreano em função dos vices. Se as coisas não forem bem conduzidas essas disputas poderão prejudicar os candidatos titulares Gladson Cameli (PP) na oposição, e o provável indicado da FPA, Marcus Alexandre (PT). Uma novela que promete ainda muitos capítulos emocionantes.
Vantagem da FPA
Como o PT está no Governo do Estado e na prefeitura da Capital, os partidos que compõe a FPA estão “amarrados” em cargos de confiança. Isso facilita as coisas. Quem ficar de fora da vice não vai espernear muito com medo da perda dos cargos.
Sinais de “guerra”
Já na oposição é diferente. Se os articuladores da candidatura de Cameli não souberem conduzir o processo podem perder aliados. Tanto o DEM quanto o PSDB ameaçam com candidaturas ao Governo e ao Senado caso não possam indicar o vice. O surgimento de uma outra força na oposição mudará o jogo sucessório ao Governo no Acre.
Questão lógica
Ainda no Governo, caso tenha mais uma candidatura de oposição, a eleição é em dois turnos. Então a vontade popular poderá vigorar. Mas para o Senado se os oposicionistas tiverem vários concorrentes a vantagem poderá ficar para o senador Jorge Viana (PT) e o presidente da ALEAC, Ney Amorim (PT). Um racha na oposição para o Senado pode facilitar a eleição dos dois do PT. Essa é a lógica.
Prejuízo menor
O raciocínio, nessa altura do jogo dever ser simples se não for encontrada uma solução que satisfaça o PSDB e o DEM em relação a disputa majoritária. A perda de qual desses dois partidos seria menos impactante? Quem ajuda mais, DEM ou PSDB? Façam as suas apostas.
Dois bicudos não se beijam
O deputado federal Major Rocha (PSDB) já avisou que se tirarem a vice do PSDB haverá retaliação. Por outro lado, Bocalom (DEM), não esconde de ninguém que se o indicado não for o deputado federal Alan Rick (DEM), ele vai ser candidato ao Senado. E durma-se com um barulho desses…
Sinais de fumaça
O líder do DEM na Câmara Federal, Efraim Filho (DEM-PB), que participou da filiação de Alan em Rio Branco, deixou um aviso claro. De que não existe possibilidade do DEM participar da coligação de Cameli sem ter uma vaga ao Senado ou de vice. Caso contrário o partido terá chapa própria. Na realidade esse é o mesmo discurso do Bocalom.
Fogo na FPA
Em Tarauacá, durante o encontro com os candidatos majoritários do PT, neste final de semana, o PC do B levou centenas de militantes. Deram uma demonstração de força para exigir que a vaga de vice seja do partido.
A tese
O deputado estadual Jenilson Leite (PC do B) explicou a motivação dos comunistas para indicar a vice. “A FPA precisa fazer dois gestos de grandeza. Primeiro é reconhecer a importância da região do Tarauacá-Envira que sempre ajudou de maneira fundamental nas nossas vitórias majoritárias. O segundo é analisar a importância do PC do B que sempre emprestou os seus melhores quadros na defesa dos Governos do PT. Temos duas prefeituras, um deputado estadual e outro federal, 16 vereadores e diretórios nos 22 municípios do Acre,” argumentou.
Nomes à disposição
O PC do B já indicou para a vaga de vice da FPA, Jenilson Leite e o deputado federal Moisés Diniz (PC do B), ambos com bases eleitorais fortes na região do Tarauacá-Envira. Se os caciques da FPA vão “comprar” esse discurso só o tempo dirá.
Todos querem…
Atualmente um dos principais articuladores do PSB é o deputado estadual Manoel Moraes (PSB). Ele me falou que o seu partido também quer indicar o vice de Marcus Alexandre. Eles analisam com entusiasmo o nome da candidata derrotada à prefeitura de Cruzeiro do Sul, Carla Brito (PSB). Mas podem até filiar alguma outra pessoa representativa da sociedade do Juruá no partido para fazer a indicação. O deputado federal César Messias (PSB) deverá ser candidato à reeleição.
E lá vem o Tchê…
O PDT que tem o nome do secretário de segurança, Emylson Farias (PDT), como um dos quatro pré-candidatos ao Governo, e já sabe que não deve levar a vaga. Mas vão trabalhar intensamente para viabilizarem o Emylson como vice. O discurso do presidente do PDT, Luiz Tchê, já está na ponta da língua para conseguir a vaga.
Retaliações
O único partido da FPA que poderá inventar uma candidatura majoritária própria é o PDT. Mesmo porque o partido terá Ciro Gomes (PDT) como candidato à presidência da República, em 2018. A direção nacional pode até pedir que o PDT lance nomes no Acre ao Governo e ao Senado. PC do B e PSB se forem preteridos ficarão nas mesma. Não vão criar “briga”. No caso do PSB, de qualquer maneira, ficariam com a prefeitura de Rio Branco, com Socorro Nery (PSB). Na oposição é certo que DEM ou PSDB podem lançar chapas majoritárias, caso não tenham as suas expectativas atendidas. Vamos ver quais das duas coligações, FPA ou oposição, vão tirar primeiro o coelho da cartola para resolver de vez essa história de vice.
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