A direção dos Sindicatos dos Médicos do Estado (Sindmed-AC) constatou diversos problemas nos hospitais de Cruzeiro do Sul. Em visita feita na segunda-feira (15) a três deles, a entidade condenou a segurança nas unidades de saúde, a falta de servidores para operar equipamentos essenciais à prestação dos serviços e as condições físicas dos prédios onde funcionam.
Outro problema é a escala de plantão dos médicos, que em alguns casos os obriga a trabalhar até 72 horas ininterruptas. Com a ameaça de demissão dos profissionais contratos pelo governo, a tendência é que essa carência se agrave.
O presidente do Sindmed-AC, Ribamar Costa, afirma que a entidade estuda uma alternativa à decisão da Justiça de obrigar o Estado a rescindir os contratos temporários – algo parecido com o que houve com os servidores do Pró-Saúde. Caso isso não seja possível, o atendimento nos hospitais estará inviabilizado.
Nos hospitais de Cruzeiro do Sul, os plantões têm sido cobertos por médicos residentes no município por apenas três dias. Os demais dias são preenchidos por profissionais da capital. Essa carência vem se agravando nos últimos dois anos, segundo o sindicato. E faltam substitutos para os plantonistas.
“Estamos encaminhando documentos à Secretaria Estadual de Saúde e ao Ministério Público do Estado com o relato da realidade sobre a falta de profissionais para atuar na área”, disse Ribamar.
A intenção do Sindmed é encontrar uma forma de garantir que os médicos continuem a trabalhar.
A segurança no interior das unidades de saúde é outra preocupação do sindicalista. Em Cruzeiro do Sul – onde um vigilante foi assassinado recentemente por bandidos que levaram o seu revólver – o Sindmed se deparou com a falta de vigias armados e a existência de um só deles em locais com duas entradas. É o caso da Maternidade.
O desvio de função desses profissionais é a principal reclamação da categoria. Eles acabam sendo designados para ajudar em serviços internos das unidades de saúde, como por exemplo lidar com os pacientes em horário de visita, carregar macas ou empurrar cadeiras de rodas. E esse contato direto com o público os transforma em alvos fáceis.
Falta de material
Segundo o presidente do Sindmed, o Hospital da Mulher e da Criança (antiga Maternidade), ficou várias semanas sem o cardiotocógrafo – um equipamento que monitora a gestação durante as fases que antecedem o parto –, devido à falta de papel. Esse tipo de entrave na administração pública revela a falta de uma gestão eficiente no setor.
Ali, o aparelho de ultrassonografia só fica disponível às pacientes durante determinado período do dia, quando o profissional que o opera está de serviço. Quando ele sai, o ultrassom deixa de funcionar.
Até mesmo a estrutura física dos hospitais de Cruzeiro do Sul é um fator de risco à saúde de profissionais e pacientes. Como se trata de um local propício à proliferação de micro-organismos, é preciso que suas instalações estejam sempre limpas e pintadas. Mas não foi o que o Sindmed constatou, por exemplo, no Hospital Dermatológico, conforme registrado pela assessoria de imprensa da entidade.
Outro problema ali é que no dia da visita não havia um vigilante sequer.
A Direção do Hospital da Mulher e da Criança do Juruá encaminhou nota ao ac24horas esclarecendo que é mentirosa a informação de que está faltando profissionais na unidade de saúde estadual. Diz ainda que um dos médicos que operam o equipamento de ultrassonografia está em férias, por isso os agendamentos para a realização dos exames.
A Direção também negou a denuncia do Sindimed sobre médicos que estariam trabalhado durante três dias, sem pausa para descanso. “(…) informamos que a escala de ginecologistas da unidade é composta por profissionais de Rio Branco que permanecem por até 48 horas de plantão. Portanto, não é verídica a informação de três dias seguidos”.
A informação de que o aparelho de cardiotocografia não está funcionando, ou estava com problemas, explicou a Direção do hospital, também é mentirosa. Houve, sim, a falta de material para a entrega dos exames, mas isso já foi corrigido e há estoque para os próximos 45 dias. ”A Sesacre já está adquirindo um novo lote para que não ocorra mais a falta do material”, finaliza.
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