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Delegado leva “cotoco” no trânsito e quer processar caminhoneiro; MP diz que Justiça não é “jardim de infância”

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Da redação ac24horas


O delegado Pedro Rezende, responsável pela delegacia de Bujari, no interior do Acre, volta ao cenário das polêmicas. Após ter sido acusado de torturar um professor da cidade, por suspeita de estar furtando energia elétrica, agora, o delegado levou um tremendo puxão de orelha do promotor da cidade, Rogério Muñoz, por ter levado à justiça um caso “sem relevância jurídica”.


Segundo apurou ac24horas, o Rezende dirigia atrás de um caminhão da Coca-Cola, na BR-364, entre Rio Branco e Bujari, quando, sem conseguir fazer uma ultrapassagem, começou a buzinar irritando o condutor que estava à frente dele. Ao conseguir ultrapassar o caminhão, teria recebido um “cotoco”, abordou o motorista e o levou à delegacia.


O delegado formalizou a denúncia por suposto crime de injúria, mas o Ministério Público discordou, sob o argumento que no momento do “cotoco”, o motorista do caminhão não tinha conhecimento de que Rezende era um delegado. Além disso, escreveu o promotor, o Poder Judiciário não pode ser confundido como “jardim de infância ou escola de ensino infantil”.


“O Poder Judiciário deve se ocupar de questões que possuam real relevância na sociedade no ’mundo dos adultos’. Deve se ocupar quando o direito de alguém for violado, desde que isso tenha relevância no mundo jurídico. Será que um “cotoco” possui relevância jurídica? Acredito que não!”, escreveu o promotor.


Segundo motorista, ainda em depoimento na delegacia do município, afirmou o caminhão estava na faixa da esquerda por conta dos buracos da rodovia. Tão logo passou a área de obstáculos, ele retornou à faixa da direita. Ainda de acordo com o motorista, ele teria mesmo dado um “cotoco” para o delegado, mas porque este estaria buzinando continuamente.


Mesmo tendo sido intimado por oficial de justiça sobre a decisão judicial que acatava o parecer do Ministério Público e oportunizava ao mesmo ajuizamento de ação própria, por telefone, Pedro Rezende disse desconhecer a manifestação do Ministério Público. O delegado também questionou o interesse em noticiar tal fato, informando que, sendo ele publicado, iria discutir isso judicialmente. O juiz da cidade, Manoel Pedroza, extinguiu a pretensão punitiva proposta pelo delegado.


Após a denuncia do delegado, o motorista da Coca-Cola perdeu o emprego e, agora, não tem contra ele nenhum processo, nem por injuria ou desacato, aberto pelo delegado Pedro Rezende. A reportagem não conseguiu localizar o motorista.


O Termo Circunstanciado decorrente da denúncia é público e embora tenha sido arquivado, sua consulta está disponível no site do Tribunal de Justiça do Estado do Acre.


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