Com uma pequena ajuda da bancada federal do Acre, a denúncia em que a Procuradoria-Geral da República acusa o presidente Michel Temer (PMDB) de ter cometido crime de corrupção foi rejeitada votação no plenário da Câmara dos Deputados na noite desta quarta-feira (2) após um longo debate.
Dos oito deputados federais acreanos, Flaviano Melo e Jéssica Sales, ambos do PMDB, seguiram a orientação partidária e votaram contra autorização para o Supremo Tribunal Federal analisar o caso, o que causaria o afastamento de Temer por 180 dias. Seis parlamentares da bancada do Acre votaram pela investigação do presidente.
Sem justificar seu voto, Flaviano Melo usou o microfone e disse apenas um “sim”. A deputada Jéssica Sales também usou rapidamente o microfone para seguir a orientação de bancada do PMDB, ela argumentou que estaria votando pelo bem da nação e disse sim pelo arquivamento do pedido de investigação.
Após uma especulação que estaria negociando o voto favorável a Temer em troca de liberação de emendas, Alan Rick (DEM) votou pela continuidade da denúncia contra o peemedebista. “Votando sempre com a minha consciência e em respeito ao desejo dos meus eleitores, eu voto não ao relatório e sim para pela investigação”.
O deputado Major Rocha (PSDB), que chegou a ocupar o cargo de vice-líder do governo Temer, votou pela continuidade das investigações. “Pela transparência e pela ética, nós não podemos fazer uma medida diferente para o presidente Temer para aquela que usamos para a presidente Dilma. Então eu voto contra o relatório”.
César Messias (PSB), que foi vice em governo do PT, que ajudou a eleger Temer e que é acusado de corrupção atacou o PMDB. “O PMDB implantou esse sistema de corrupção. O maior arquiteto de corrupção é o presidente Michel Temer. O meu voto é não porque o sistema brasileiro está podre e parte dessa podridão está aqui”.
O petista Raimundo Angelim não seguiu o exemplo de um governador de seu partido que exonerou secretários para ajudar a manter Temer. O parlamentar acreano votou não ao relatório de Abi-Ackel, deputado do PSDB. “Em defesa da ética e da honestidade na gestão pública, senhor presidente, eu voto não”.
Léo de Brito, do PT, também disse não ao relatório que pedia a arquivamento da denúncia contra Temer. “Os fatos e as provas são incontestes. Michel Temer é corrupto. Não ao relatório que joga a sujeira para debaixo do tapete. Não a um governo que assassina os direitos do povo brasileiro. Fora Temer. Diretas Já”.
O deputado Moisés Diniz (PCdoB), que ocupa a vaga do folclórico Sibá Machado (PT) também disse não ao relatório que favorecia Temer. “Pelos brasileiros que estão voltando para o Bolsa Família, pela juventude que está sendo morta nas periferias, contra a reforma da previdência e pelo Acre eu voto não”.