Às véspera de passar uma semana visitando vários municípios no interior, entre Manoel Urbano, Santa Rosa, Jordão, Tarauacá, Feijó e o Vale do Juruá, o deputado federal Flaviano Melo (PMDB) fez uma leitura do momento da oposição. Ressaltou mais uma vez a necessidade do diálogo e da negociação entre os partidos. Ele também comentou as denúncias contra gestores em cargos federais indicados pelo PMDB no Acre e falou da situação do presidente Michel Temer (PMDB) que passará por um “teste de fogo” no Plenário da Câmara Federal no começo de agosto.
ac24horas – Deputado Flaviano qual o risco dessas várias candidaturas ao Senado da oposição? E também a possibilidade do grupo PSDB-DEM lançar um candidato ao Governo? O senhor acredita ser ainda possível a união da oposição para disputar o Governo em 2018?
Flaviano Melo – Nós temos que ver que existe uma diferença muito grande entre quem está no poder e quem está na oposição. Quem está no Governo Estadual resolve tudo facilmente porque tem como acomodar as pessoas nos cargos. Do outro lado, nós temos vários partidos e lideranças e todos se acham no direito de ter candidaturas. Então é preciso ter juízo, sentar e conversar muito e evitar trocar farpas para deixar a coisa se acomodar e chegar a uma candidatura única ao Governo e duas ao Senado. É difícil, mas isso é natural na política. Eu acredito ainda na união entre todos e vou trabalhar para que isso aconteça.
ac24horas – A chave do diálogo é o abrir mão de projetos pessoais. Como conseguir isso dentro da oposição?
FM – Se sair mais de dois candidatos ao Senado vamos perder tudo. Se tiver quatro fica claro o que vai acontecer. A gente tem que conversar até a exaustão e ter juízo.
ac24horas – Recentemente algumas pessoas indicadas pelo PMDB a cargos federais na saúde indígena foram denunciadas e estão sob investigação da Polícia Federal. Como o senhor vê essa situação?
FM – Se estão denunciadas então que respondam pelos mal feitos que fizeram. Nós não temos nada com isso. Pelo contrário, queremos que tudo seja bem apurado e que cada um pague pelos seus erros.
ac24horas – O senhor considera que esse seu mandato está mais ativo que os outros?
FM – Quando o tempo passa a gente vai esquecendo o que ficou lá pra trás. Estou procurando trabalhar e ajudar os prefeitos aproveitando que temos o presidente da República do nosso partido. Assim a gente tenta viabilizar mais alguns recursos, tanto pras prefeituras quanto outras instituições. Isso transparece que está se trabalhando mais. Mas estamos aproveitando a oportunidade que temos tido porque o Michel Temer (PMDB) é um grande amigo e um bom político.
ac24horas – Como o senhor avalia as prefeituras em que o PMDB está na gestão no Acre?
FM – Está tudo muito no começo ainda. Mas a gente pode ver que o prefeito de Porto Walter, Zezinho Barbary (PMDB) foi o mais bem avaliado do partido e continua bem na sua gestão. Os outros são novos prefeitos. Mas o trabalho do Mazinho Serafim (PMDB) de Sena, já está aparecendo. Como ainda não fui ao Juruá não posso ter uma visão. Vou está semana para lá para observar melhor o trabalho que os prefeitos de Cruzeiro do Sul, Rodrigues Alves e Marechal Thaumaturgo estão fazendo.
ac24horas – O Temer consegue barrar a denúncia contra ele no plenário da Câmara? E o senhor acredita que ele vai sobreviver até o final de 2018?
FM – Sem nenhum problema. Só nós conseguimos no impeachment da Dilma (PT) colocar 342 votos. A oposição não tem isso e não vai conseguir dar prosseguimento ao processo do Temer. Não tenho nenhuma dúvida que o Temer irá terminar o seu mandato com tranquilidade.
ac24horas – Como o senhor está vendo uma possível candidatura à presidência da República do PMDB com o ministro da Fazenda Henrique Meirelles?
FM – Eu vejo isso muito distante. Isso é a imprensa que está falando. Na bancada a gente não ouve nada sobre isso. Não despertou ainda. Vamos esperar pra ver o que vai acontecer.
ac24horas – Mas existe outro nome dentro do PMDB para disputar a presidência em 2018?
FM – Não tem. Nós temos o presidente da República e o normal seria ser candidato à reeleição. Acontece que com as medidas que ele está tendo que implantar no país a popularidade dele não é boa, mas vai ficar pra história lá na frente porque está arrumando o país que voltará a crescer. Aliás, já está voltando a crescer.
ac24horas – Qual a meta do PMDB no Acre de candidaturas majoritárias em 2018?
FM – O PMDB quer estar na chapa majoritária. Seria uma das vagas ao Senado ou o Governo. No Governo já tem um candidato de oposição que não é do PMDB se colocando e bem avaliado. Então temos que batalhar pela vaga do Senado.
ac24horas – Nesse sentido como estão as negociações com o ex-deputado Márcio Bittar?
FM – O Bittar já foi do PMDB e saiu, mas querendo voltar não tem problema. Só não vamos aceitar ninguém que venha pra cá com a prioridade de ser candidato ao Senado. O nome que lançamos foi o do ex-prefeito Vagner Sales (PMDB).
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