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Cavalgada 2017 foi a menor realizada nos últimos anos; apenas 10 mil participam

Por
João Renato Jácome

A Cavalgada, que abriu oficialmente neste sábado, dia 22, a Expoacre 2017, contou com apenas 10 mil participantes e ficou longe de bater recordes antes registrados. Se por um lado acabou esvaziada pela ausência de comitivas comerciais e caminhões, de outro, o público compareceu em peso às margens da Via Chico Mendes.


A mudança no estilo da Cavalgada remonta o perfil que outrora representava o evento: muitos cavalos, musica country e, claro, tranquilidade. As pessoas foram às ruas novamente. Crianças, pais, idosos. Todos estavam ali, sob um forte sol, prontos a prestigiar um dos eventos mais tradicionais de Rio Branco.


Dezenas de policiais militares deram segurança ao percurso que tem pouco mais de cinco quilômetros e começou na Gameleira, às margens do Rio Acre, encerrando-se em frente ao Parque de Exposições Marechal Castelo Branco, onde acontecerá a Expoacre até o próximo dia 30, domingo.


Mas o baixo número de pessoas que efetivamente participaram da cavalgada não preocupou o governador Sebastião Viana (PT) que, ao lado da mulher, Marlúcia Cândida, puxou a leva de cavalos e quadrículos que compuseram o evento. Viana acredita que houve retorno às origens da cavalgada.


“Houve um equilíbrio, não houve lucro para as carretas, pra quem fazia aquela coisa pesada e eu acho que agora nós vamos nos reencontrar fazendo aquilo que os produtores mais pediam que era a cavalgada em si. Acho que vamos ter cada vez uma retomada de uma identidade acreana e sem os excessos”, comentou.


Organizadora do evento, a Secretaria de Turismo, Lazer e Hospitalidade (Setul), informou que foram inscritos mais de 520 cavalos, 100 quadriciclos e 20 jeeps, veículos característicos à zona rural. Esse ano, a diferença também estava no horário de saída dos cavalos e veículos, que foi de 40 minutos um do outro.


“Estamos num ano de transição, sem as carretas. Esse é um novo modelo de Cavalgada que está surgindo. Tivemos 150% a mais de inscrição de cavalos e aumento significativo na inscrição de quadriciclos”, comentou a secretária da pasta, Rachel Moreira, que também destacou o retorno da cavalgada para um sábado, já que há alguns anos o evento ocorria nos domingos.


Dinheiro circulando


Com a chegada da Expoacre, o comércio da cidade fica aquecido. Não apenas para os expositores do parque de exposições, mas também para quem pensa em ganhar um dinheiro extra com a venda de bebidas ou petiscos. Foi o que fez José Mariano Soares, de 44 anos, que não deixou a oportunidade passar.


“A gente está meio sem dinheiro com essa crise, então aproveitei que a cavalgada ia passar perto da minha casa e já montei um ponto com água, refrigerante e churrasco. Quem quiser, já come, bebe e fica satisfeito, porque o prato com carne é bom e vale a pena. Tudo por R$ 5,00. Vai ajudar muito lá em casa”, diz o autônomo.


Durante toda a Expoacre, a expectativa é movimentar mais de R$ 70 milhões. Serão oito noites de festa com atrações musicais de renomes local e nacional. Além de exposições, a feira -que deixou há muito tempo de ser apenas agropecuária- também vai oferecer acesso a serviços públicos, e um cardápio de variedades.


Polícia Rodoviária Federal prejudica evento


A cavalgada seguia muito bem até o cruzamento da Via Chico Mendes com a Via Verde, na Corrente, já nas proximidades do Parque de Exposições. E seria assim até o fim caso a Polícia Rodoviária Federal não tivesse mantido liberado o fluxo de veículos que seguiam para a 3ª Ponte, ou no sentido de Senador Guiomard.


Com o não bloqueio as vias, para a passagem de cavalos, dezenas de veículos invadiram a área em que os animais estavam, dispersando público participantes. No final, apenas o pequeno grupo à frente, com cavalos -onde estava o governador Sebastião Viana- chegou ao Parque de Exposições Marechal Castelo Branco ainda com segurança.


“Não dá para entender o que esses policiais estão fazendo aqui. Eu vim montado lá da Gameleira até aqui, meu carro está lá no parque agora, e a gente não consegue passar porque o transito não está fechado. É um absurdo. Depois, quando acontece um acidente, eles vem para cima de nós. Muita desorganização deles”, reclama Alcides Gomes, que estava à cavalo.


Após o problema, os participantes retornaram e se aglomeraram em frente ao estacionamento do Estádio Arena da Floresta, onde centenas de pessoas estavam assistindo à passagem da cavalgada.


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João Renato Jácome

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