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Falta de água e demissão de servidores deflagram protestos em Cruzeiro do Sul

Por
Archibaldo Antunes

Cruzeiro do Sul viveu hoje, 5, o segundo dia de protestos decorrentes da falta de água nas comunidades e da demissão de servidores encarregados do bombeamento da água para os reservatórios. Ontem, 4, moradores dos bairros Remanso e Santa Terezinha se mobilizaram para bloquear vias públicas. Na manhã desta quarta-feira, 5, moradores insatisfeitos dos bairros Boca da Alemanha e Nova Olinda voltaram a fechar ruas de grande tráfego.


Com as vias interditadas impedindo o acesso à Ufac, Ifac, Cidade da Justiça e Polo Moveleiro, os protestos ganharam repercussão imediata. Estima-se que mais de mil pessoas tenham sido afetadas pelos bloqueios.


Além da falta d’água, os manifestantes criticavam as demissões dos funcionários provisórios responsáveis pela operação do sistema autônomo de abastecimento do município, que consiste em poços artesianos e redes de distribuição local. Os moradores temem que a decisão do prefeito Ilderlei Cordeiro (PMDB) de mandar pra rua os operadores do sistema independente acarrete o completo desabastecimento das comunidades.


Em alguns bairros, como o Remanso, a água não chega às torneiras desde a última sexta-feira, 30 de junho.


Sem aviso prévio e sob a alegação de ter ultrapassado o limite fiscal da folha de pagamento do município, Ilderlei Cordeiro determinou as demissões. O anúncio pegou de surpresa os servidores, alguns com mais de uma década de serviços prestados ao município.


Francisco Carneiro, o ‘Branco’, um dos demitidos, guarda o ofício datado do dia 30 do mês passado, no qual o prefeito de Cruzeiro do Sul determina sua demissão e estabelece para o dia seguinte o repasse da responsabilidade do sistema de água para a comunidade.


Ocorre que os sistemas autônomos não são mais capazes de atender à demanda crescente. Na Boca da Alemanha, o protesto também foi motivado pela necessidade de ampliação do abastecimento. Nos últimos anos, o número de moradores cresceu a ponto de não conseguir incluir cerca de 200 pessoas na rede de distribuição de água.


Por esse motivo, os protestos foram endereçados também ao Departamento Estadual de Pavimentação e Saneamento (Depasa).


Improviso e excesso de desconfiança


Depois de reconhecer o erro pela forma como procedeu as demissões, o prefeito Ilderlei Cordeiro, que no bairro Nova Olinda conversou com os manifestantes, assegurou que irá encarregar funcionários efetivos do quadro da prefeitura, que residam nos bairros afetados, de que façam a operação do sistema.


Já na Boca da Alemanha, os líderes do movimento não aceitaram apenas a promessa de Ilderlei, exigindo que o compromisso firmado nesta quarta seja registrado em ofício assinado por ele.


 


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Archibaldo Antunes

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