De acordo com estudo da analista ambiental Tainah Guimarães, do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), 48% das unidades de conservação federais possuem alguma espécie de fauna exótica, sendo que em 60% das unidades de proteção integral há ocorrência desses animais. O estudo foi divulgado recentemente pelo instituto.
Em UCs do Acre foram encontrados pombos, pardais e ratos como espécies consideradas invasoras. “Há registros de fauna invasora no estado do Acre como o pombo-comum ( Columba livia), pardal (Passer domesticus), rato (Rattus rattus), ratazana (Rattus norvegicus) e camundongo (Mus musculus), sobretudo em UCs de uso sustentável e que possuem população no interior ou nas adjacências”, explicou Rammila Correa Rodrigues, assessoria de imprensa do ICMbio em Brasília.
Ao todo, 104 espécies exóticas estão presentes em UCs e 59 delas colocam em risco a biodiversidade local. As espécies exóticas são aquelas que estão fora de sua distribuição natural e foram introduzidas por seres humanos. Geralmente, elas são inseridas com objetivos econômicas (tilápias) ou acidentalmente (navios trazem espécies incrustadas nos cascos). Podem ser ainda animais de estimação abandonados (gatos, cães, peixes ornamentais, coelhos).
Fatores como dieta flexível, capacidade de gerar vários filhotes por ninhada, baixo intervalo do ciclo de reprodução, dentre outros, ajudam uma espécie a se fixar num ambiente e a se propagar. Cães, gatos, peixes ornamentais, cabras, porcos, cavalos e jumentos são comuns em áreas de conservação. As pessoas costumam abandoná-los nesses locais, o que pode causar grande desequilíbrio ambiental, já que eles acabam se multiplicando. Outro fato preocupante é a soltura indiscriminada de animais exóticos à fauna brasileira como lagartos geckos, espécies variadas de cobras e aranhas.