A empresária Janaína Terças denunciou na manhã desta quinta-feira, 22, que a área de terra do Vale do Juruá solicitada pela Cooperativa de Garimpeiros do município de Pontes de Lacerda, em Mato Grosso, ao Departamento Nacional Produção Mineral (DNPM), inclui até mesmo o cemitério de Cruzeiro do Sul. Órgãos públicos, o Igarapé Preto e Áreas de Preservação Permanente – as chamadas APPs – também estão nos limites dos 42 mil hectares solicitados ao DNPM pelos mineradores.
“Pelo que se vê, o projeto só pode ter sido feito através de imagens de satélites, já que a cooperativa nem sequer tem ideia do que existe dentro da área que solicitou ao DNPM para minerar ouro”, disse ela.
A Câmara de Vereadores de Cruzeiro do Sul vai realizar na manhã desta sexta-feira, 23, uma audiência pública para tratar do tema, informou o presidente da Casa, vereador Romário Tavares (PMDB).
Cinco olarias e seis areais estão impedidos de extrair barro e areia de propriedades particulares por ordem do DNPM, que analisa o pedido da cooperativa de garimpeiros do Mato Grosso.
Os empresários temem que a paralisação das atividades produtivas prejudiquem não apenas os cerca de 150 empregos diretos gerados pelos empreendimentos notificados, mas toda a economia do Vale do Juruá. Outro receio é que a concessão aos mineradores cause grandes prejuízos ambientais à região.
“Se garimpos fossem uma coisa boa, os locais onde eles foram criados não teriam problemas”, argumenta a empresária.
De acordo com ela, que vem estudando o projeto dos mineradores de Pontes de Lacerda, grandes áreas de terra dos municípios de Rodrigues Alves e Mâncio Lima constam do pedido feito ao DNPM.