O ex-governador Binho Marques (PT) foi alvo de polêmica nesses dias ao rebater algumas críticas à sua gestão (2007-2010) através de uma postagem nas redes sociais. Ele reafirmou que até dezembro de 2010, o Acre, era realmente o melhor lugar da Amazônia para se viver. Claro que isso desagradou uma parte de petistas ligados ao atual governador Tião Viana (PT), que iniciou o seu governo no dia 1 de janeiro de 2011. Mas, na verdade, Binho me contou que a sua intenção com a postagem foi explicar o projeto que desenvolveu durante os quatro anos em que esteve a frente do comando do Acre.
Conversei por telefone com Binho. Ele mora atualmente em Cuiabá (MT) com a esposa Flávia, professora da UFMT. Depois de ser secretário executivo do Ministério da Educação, durante os governos de Dilma Rousseff (PT), está iniciando uma nova fase profissional ajudando em projetos sociais nas gestões educacionais.
“Fiz um trabalho para o Espírito Santo a pedido do Instituto Unibanco. Agora, estou iniciando outro com municípios de São Paulo, em regiões vulneráveis. Também estou envolvido na construção de um modelo de financiamento da educação nacional para o pós FUNDEB,” relatou.
Perguntei se Binho ainda tem a intenção de ser candidato no Acre. Como sei da sua amizade muito próxima com a ex-senadora Marina Silva (Rede), especulei sobre a possibilidade de ir para a Rede e concorrer alternativamente ao Governo. Binho respondeu:
“Não penso em me candidatar. Apenas estou torcendo para que o Acre aproveite a sua história e o potencial que tem. Não tenho afinidade com a Rede. Tenho a Marina no meu coração. Ela é minha irmã, mas a minha história está ligada ao PT,” afirmou.
Argumentei com o Binho que ele poderia ainda dar uma importante contribuição ao processo político do Acre. Tanto pela sua gestão a frente do Governo acreano quanto pelo trabalho que desenvolveu no MEC.
“Fico feliz com as tuas palavras. Especialmente porque é você falando. Mas não acho que posso ajudar. Eu sou das antigas. Gosto de defender um projeto construído coletivamente, como fizemos no passado. Hoje está tudo mudado,” rebateu Binho.
Indaguei ainda ao ex-governador se ele poderia trocar de partido. Mesmo porque o PT atual é muito diferente do partido ideológico dos anos 80 e 90. Ressaltei que aquele PT ao que ele se referia não existia mais. Ele contra argumentou:
“Nem todo mundo da nossa geração passou por alguma formação política. Alguns não sabem exatamente para onde querem ir. Por outro lado, vejo uma juventude nova, bacana, com novas formas de luta e bandeiras que não tínhamos consciência na época, como a valorização da diversidade e a opção de gênero, por exemplo. Tenho acompanhado com grande alegria a atuação dos meus filhos e dos filhos dos meus amigos. Alguma coisa muito boa vai nascer dessa desgraceira toda (se referindo à confusão política no Brasil),” explicou Binho.
Quanto a uma possível saída do PT, Binho, se esquivou. Preferiu falar da sua atuação em relação a sigla no Acre e no Mato Grosso.
“Sempre que me chamam dou a minha opinião, digo o que penso, sugiro o que acho conveniente. Mas não me meto onde não sou chamado. Aqui em Cuiabá o pessoal do PT tem me chamado para participar de encontros. Tenho participado e dado minha opinião sempre que posso,” ressaltou.
Na verdade a conversa que tive com o Binho foi num tom pessoal. Portanto, seguindo a ética do bom jornalista, perguntei se não teria problema em publicar o nosso bate-papo. Ele me respondeu:
“Não gostaria de colocar lenha em nenhuma fogueira. Não pensei que a minha postagem fosse gerar debate. Não quero também virar vítima, nem vilão. Apenas achei que meu governo estava sendo mal interpretado e deveria explicar melhor o significado do nosso projeto,” disse ele.
Depois fez uma recomendação: “Então, Nelson, confio em você. Pode publicar o que quiser, desde que seja num tom amoroso, sem clima de rancor ou coisa parecida, ok?”
Quando as pessoas do meio político se referem à gestão de Binho Marques, a primeira palavra que vem é que foi um governo técnico e não político. Ainda que muitas pessoas admirem o caminho escolhido pelo ex-governador que, aliás, em tempos de tantas denúncias de corrupção, nunca foi citado em nenhuma delas.
Especialmente os jornalistas sempre dizem que nenhum profissional foi processado durante aquele período. Mesmo os que faziam as críticas mais contundentes contra o seu governo. Então também ficou conhecido como um governador democrático que respeitava o trabalho da imprensa.
Mas Binho, no nosso bate-papo, contestou essa pecha de ter feito um governo apenas técnico.
“Acho que alguns não entenderam que não existe separação entre o técnico e o político. Meu governo foi eminentemente político porque tinha um projeto. E foi também técnico porque empregou toda a competência possível para transformar o nosso projeto em realidade,” finalizou.
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