Bom dia! Boa tarde! Boa noite!
Uma perguntinha aos meus três leitores. O que é mais importante para vocês, um novo museu ou um novo hospital bem equipado? Esta foi a tônica do debate dos deputados estaduais na Assembleia Legislativa, na sessão ordinária de terça-feira (16), logo após o governador Sebastião Viana (PT) anunciar um investimento – que de acordo com o líder do governo na Aleac Daniel Zen (PT) – estaria em torno de R$ 32 milhões. Enquanto a administração petista lança a obra milionária, o novo prédio do Pronto Socorro, iniciado em 2009, esta quase concluído, mas não tem equipamentos para estrutura que conta com heliporto e vários andares completamente vazios.
Os governistas afirmam que quem pensa dessa forma é ignorante, mas eu prefiro ser um ignorante com saúde de qualidade que um intelectual passeando doente num museu. Há quem pense diferente, como é o caso do deputado Nelson Sales (quase fora do PV) que levantou suspeita de interesse eleitoral nessa obra, já que de acordo com ele, todo ano, quando se aproxima de períodos eleitorais, o governo do PT anuncia um grande empreendimento, que teria como objetivo financiar suas disputas ao executivo estadual. “Por um bom tempo foram os recursos da BR. Todo ano que antecede uma eleição, o governo do PT financia alguma coisa”, afirma Sales.
Eu, particularmente, vejo um equivoco no novo investimento. Principalmente, quando se trata de edificações que deverão consumir quantias exorbitantes, enquanto o Estado é um canteiro de obras paradas e inacabadas. Não faltam exemplos. Em Cruzeiro do Sul, a construção de uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) se arrasta desde 2012. Tem ainda um frigorífico que foi apresentado como a redenção para os pescadores da região, nunca foi concluído. Em Rio Branco, várias casas de conjuntos habitacionais estão abandonadas. Em Brasileia, a obra do hospital parece mais a torre de babel. Vou parar por aqui porque vai faltar espaço para exemplos.
Será que o mais importante é fazer a propaganda de novos investimentos?
Vôte!
Atirando com a pólvora dos outros
Além de criticar e colocar a obra do “museu do Sebastião” sob suspeita, Nelson Sales disse que as administrações petistas do Acre atiram com a pólvora dos outros. Ele afirma que todos os investimentos anunciados pelos governadores do PT são de empréstimos ou de recursos federais, nunca com recursos próprios do Estado. “Uma coisa que o governo não conhece é manutenção, só se fala em reforma e revitalização, mas não se fala em manutenção. A ideia é só construir e largar. Eu gostaria de ver o governo trabalhando com recursos próprios para fazer ao menos a manutenção. As finalidades das ações deste governo há muito tempo estão equivocadas”.
Foi visível o constrangimento do deputado Jenilson Leite (PCdoB), quando usou a tribuna para defender o investimento milionário do governo petista num museu. O médico precisou voltar a época da campanha do impeachment de Dilma Rousseff (PT) para criar um argumento que justificasse a defesa da cultura invés da área de saúde. O comunista disse que os oposicionistas vão se arrepender de criticar a iniciativa de Sebastião, da mesma forma que se arrependeram de pedir que o povo fosse às ruas defender a saída Dilma e colocar Temer na Presidência. Menos, né, Jenilson. Afinal, Temer foi eleito com os mesmos votos que a esquerda pediu para o PT.
A deputada Eliane Sinhasique (PMDB) quer ter cesso a toda documentação de desapropriação do antigo prédio do colégio Meta. No local vai funcionar o Museu dos Povos Acreanos. A desapropriação, segundo ela, custou R$ 5 milhões. A peemedebista quer ainda cópia do contrato com a empresa que vai executar a obra. Sinhasique insiste que há desvio de finalidade nos recursos que o governo vai usar na construção. Outro detalhe que a inquieta parlamentar alega é que os padres levaram um calote do Estado. Sinhasique questionou os governistas se eles não teriam medo de serem excomungados pela igreja católica por causa do suposto calote.
A candidatura de Ney Amorim ao Senado foi referendada por unanimidade por todos os delegados estaduais do PT. Amorim anda com prestígio em alta e dificilmente não entra na disputa por uma das vagas. Segundo informações de “petistas cuecas apertadas”, além do apoio dos delegados, o nome de Ney Amorim conta com a aprovação das tendências que há dentro do partido. Será muito difícil excluir o presidente da Assembleia Legislativa da avaliação que será realizada pelos partidos que integram a Frente Popular do Acre. Ele soube trabalhar nas bases e conquistou a admiração dos dirigentes e militantes de partidos nanicos da coligação.
O deputado estadual Jonas Lima (PT) se tornou um dos maiores defensores do projeto da Frente Popular. Ele acredita que o papel da oposição não se restringe a criticar o governo do Acre. Para ele, os senadores e deputados federais de oposição também podem contribuir para resolver questões nas áreas de segurança, saúde, educação e produção. Lima destaca que as disputas partidárias devem ficar nos palanques eleitorais, após a divulgação do resultado, os eleitos devem pensar na população e trabalhar a política de inclusão para atender as necessidades de cada uma das comunidades espalhadas nos 22 municípios do Estado. Uma tarefa difícil.
Uma campanha que vem chamando atenção da população do Estado é a que o deputado Heitor Júnior (PDT) vem realizando para sensibilizar as pessoas na questão da doação de órgãos. Em todos os seus pronunciamentos, Heitor Júnior não esquecer de enfatizar que doar órgãos é um ato de amor e solidariedade. “O Acre vem ocupando um importante papel na área de transplantes. Estamos fazendo uma ampla campanha para que as pessoas conheçam esse importante projeto que vem sendo desenvolvido para salvar vidas. A doação de órgãos é um ato de amor ao próximo e o transplante é um tratamento efetivo para muitas doenças”, afirma o deputado.
Quem conhece Vagner Sales (PMDB) sabe que seu posicionamento contrário a Reforma da Previdência não é apenas populismo. Sales tem suas bases políticas ligadas aos trabalhadores rurais. Portanto, a decisão da deputada federal Jéssica Sales votar contra o projeto, mesmo sendo ameaçada de expulsão da legenda, foi pensada e debatida com seus eleitores. “Analisa comigo, você já imaginou, apenas citando como exemplo, um trabalhador rural que mora nos rios Môa e Azul no Vale do Juruá saindo de sua localidade apenas para pagar um boleto? Da forma que foi apresentada, essa reforma prejudica apenas quem realmente trabalha nesse país”, diz Vagner Sales.
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