Leio estarrecido a festa e a badalação que o governador Tião Viana (PT) e a primeira dama, a arquiteta Marlúcia Cândida, fizeram para iniciar a obra do Museu dos Povos da Floresta. Um investimento que custará aos cofres públicos a bagatela de R$ 12 milhões, fora os aditivos, que se acorrerem, podem levar a conta para perto de R$ 20 milhões. Isso numa das mais severas crises econômicas da história do Brasil e num Estado que vive praticamente dos contracheques do funcionalismo, apesar da propaganda oficial dizer o contrário. Mas papel e tela de televisão pega tudo. É só criar a alegoria e mandar pro ar.
Então vamos à análise
Segundo a foto da placa que está em frente ao antigo Colégio Meta, onde ficará o famigerado Museu, está escrito que o dinheiro é fruto de empréstimo junto ao BIRD (Banco Interamericano). Ou seja, alguém vai ter que pagar a conta da “festa” um dia. A mesma placa diz que o recurso seria para investimento em saneamento básico. Algo essencial para a saúde da população, transformado numa pantomina.
Antes vivo do que morto
Mas tudo bem se querem homenagear os povos da floresta, acho justo. Então que invistam esses recursos nas aldeias e antigos seringais. Algo vivo e não morto como um museu. Coloquem água potável, melhorem as escolas, forneçam assistência médica, criem instrumentos de produção, invistam em pesquisa para o uso realmente sustentável da floresta. Melhorem a qualidade de vida dos Povos da Floresta. Não queiram usá-los como alegoria para um museu. Ou simplesmente invistam esse dinheiro emprestado no seu verdadeiro objetivo que é o saneamento tão necessário.
Brilho falso
Vivemos um momento muito complicado e não é a hora de arroubos de genialidades, vaidades e egos exarcebados. O gestor que vai escrever o seu nome na história é aquele que faz o simples e garante à população segurança, saúde e educação. O resto é a ilusão. Mas fiquem tranquilos que a história fará o seu julgamento.
Contradição escandalosa
O mesmo Governo do PT que cria um Museu dos Povos da Floresta permite a exploração de uma madeireira portuguesa de quase 200 mil hectares de matas virgens às margens do rio Purus. Uma fonte técnica “de dentro” me disse que quando essa produção de “paus” terminar na região vai ficar um “buraco” imenso no meio da mata.
Consequências danosas
Mesmo que digam que se trata de “manejo florestal” a gente sabe que se não tiver uma fiscalização rigorosa a devastação é enorme. E quem autorizou e incentivou é que vai fiscalizar? Essa área de floresta virgem é importante para o regime de chuvas na região e pode afetar, inclusive, o clima planetário.
Perguntar não ofende
Será que os povos da floresta preferem viver melhor ou um museu? Não seria uma homenagem mais eficiente para os povos floresta preservar os seus lares? Ou seja, as matas de onde tiram a sobrevivência e fazem seus ritos espirituais? Esses investimentos não seriam mais justos em coisas vivas que podem ajudar as pessoas que moram na floresta? E por que não recuperar outros museus? Adaptar a Biblioteca da Floresta (prédio que realmente tem valor arquitetônico)? Otimizar o Casarão? Tantas saídas…
Outra opção
Poderiam até mesmo investir em turismo. Uma atividade econômica realmente sustentável. Atrair pessoas para conhecer a cultura dos povos da floresta. Isso gera emprego e renda. Mas lá onde vivem os índios e ex-seringueiros, como escreveu com razão nas redes sociais a historiadora acreana Fátima Almeida.
A questão é lógica e não de ódio
Qualquer crítica que se faz ao atual Governo do PT é interpretada como ódio da “oposição”(sic). E a perseguição é uma consequência natural. Não se trata de questão partidária, mas de bom senso. Não tenho nada pessoal contra ninguém, nem mesmo contra aqueles já foram “amigos” e viram a cara quando me encontram na rua. Eles não suportam críticas. Quem não acreditar é só ver quantos jornalistas já foram processados por pessoas ligadas a esse atual Governo do PT.
Dinheiro no balde
Mais um museu para o deleite de meia dúzia de intelectuais acreanos que se dizem adeptos da “sustentabilidade” não seria nada se parassem de nomear apadrinhados políticos. Só neste ano de 2017 já foram 357 que custarão R$ 21 milhões aos cofres públicos. Como diz o Silvio Santos: “Quem quer dinheiro?”
Questão de propósito
Ao invés de ficarem reclamando por estar vindo “pouco” dinheiro do Governo Federal poderiam investir esse valor dos cargos comissionados e museus em segurança pública, por exemplo. As centenas de jovens que foram executados na guerra entre facções talvez tivessem tido uma chance de terem sobrevivido.
Ou então…
Quem sabe esse mar de dinheiro para os comissionados pudesse ser utilizado para a melhoria do nosso ensino. Oferecer mais oportunidades. As famílias dos jovens assassinados (que não são apenas números) talvez estivessem mais felizes.
A Divina Comédia ainda não terminou
Mas vamos mais adiante. Querem construir um Centro Administrativo em Rio Branco. Um investimento que, segundo a imprensa local, poderá chegar a R$ 280 milhões. Talvez até seja uma obra necessária para abrigar tantos funcionários e comissionados. Mas adivinhem quem vai pagar esse “luxo”?
“Megaprojeto?”
Nesse ritmo megalomaníaco fizeram a Cidade do Povo, com 12 mil casas populares, em Rio Branco. Parece genial. Mas, na realidade, concentraram grande parte dos problemas sociais da Capital num único lugar. Algo parecido com a Cidade de Deus no Rio de Janeiro. Agora, perguntem para um taxista se ele topa te levar na Cidade do Povo, às 22 horas. Ou pesquisem quantas bocas de fumo foram fechadas no local. E quantos assassinatos já aconteceram.
Nada contra
Para deixar claro. Beneficiar as pessoas de baixa renda com a casa própria é louvável. Mas isso poderia ser feito em pequenos núcleos espalhados pela cidade. Muito mais fácil de dar a assistência de serviços básicos e garantir a segurança pública. Mas mais uma vez quiseram deixar uma “marca” de “genialidade” sem avaliar as consequências. Pura vaidade e vento que passa…
Cada um colhe o que planta
Agora, não adianta comungar com as medicinas da floresta e mandar destruir as matas. Transformar os valorosos homens e mulheres da floresta e a sua rica cultura em peças de museu. Dizer que é uma pessoa da “paz” e perseguir com “ódio” os seus adversários políticos. Bater no peito e arrotar “honra” quando “desonra” outros semelhantes por apego ao poder. Na cultura védica karma significa ação e não destino (prabda) como alguns pensam. O destino (prabda) de cada ser vivente é fruto das suas ações (karmas). Então o destino de quem planta abacaxi é colher o abacaxi. E não adianta querer auto julgar as ações por meia dúzia de falsos amigos “interesseiros” a sua volta. Esses mesmos quando alguém estiver caminhando em direção a um precipício, se for para se dar bem, estarão aplaudindo, dizendo amém e já prontos para iniciar um novo ciclo de “interesses” ou de “puxa-saquismos” por quem vai ocupar o poder no futuro.
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