O clima é tenso entre candidatos aos cargos de agente, escrivão e delegado da Polícia Civil do Acre. Indícios apontam que um grupo de candidatos teria sido privilegiado no último domingo, dia 07, durante a realização das provas objetiva e discursiva, primeira fase do certame público para contratação de novos servidores.
Na Secretaria de Polícia Civil ninguém foi encontrado para falar sobre o assunto. Os telefones do Instituto Brasileiro de Apoio e Desenvolvimento Executivo (Ibade), responsável pela aplicação das provas, que fica em Niterói (RJ), ninguém atendeu às ligações. A reportagem continuará tentando novas informações junto às instituições.
Do grupo, um dos candidatos teria afirmado a conquista de 70 pontos na primeira fase da seleção. Uma média acima das tantas outras que estão sendo expostas por candidatos nas redes sociais ou plataformas de cursos preparatórios. O portal teve acesso a vários áudios que colocam em xeque a realização do certame.
Numa dessas conversas, o suposto candidato privilegiado, cujas iniciais são “M.F”, afirma o seguinte: “Galera, depois de todo aquele problema com o voo, e ter conseguido fazer a prova em Rio Branco, conferi o gabarito. Graças a Deus consegui fazer 70/100 pontos na prova objetiva e 9,5/12 na peça prática”.
A mensagem do candidato gerou polêmica e, segundo a bacharel em Direito, Camila Bezerra, de Pernambuco, é a demonstração de possível fraude. “Com que provas, e como essas pessoas foram realocadas. A banca não pode dar esse privilégio a esses candidatos. Eu não posso deixar isso passar em branco”, denuncia a candidata ao cargo de delegada.
Outro candidato, que teme represarias por ser morador de Rio Branco, afirma que estava na sala e que acha estranho que pessoas de fora do Acre estejam sendo privilegiadas. “Cada um é responsável por sua chegada até o local de prova. Se esses três não chegaram, uma pena para eles, porque eu cheguei, e com antecedência. Isso é ridículo. Essa banca é irresponsável”, afirma o acreano.
Diante das denúncias, dezenas de candidatos procuraram o Ministério Público do Acre (MP/AC) e as delegacias de polícia, no Acre e em seus respectivos estados, para denunciar as supostas irregularidades cometidas pelo Ibade e seus colaboradores. Vários grupos foram criados em redes sociais para reunir os concorrentes numa só força e tentar impedir o avanço do concurso público.
As oportunidades, todas de nível superior, são para os seguintes cargos: Agente de Polícia Civil (176); Auxiliar de Necropsia (20); Delegado de Polícia Civil (18); e Escrivão de Polícia Civil (36). Dentro do total de funções, há vagas exclusivas para candidatos que se enquadrem nos itens especificados no edital.
Os profissionais irão atuar em regime de tempo integral e dedicação exclusiva, e terão remuneração mensal de R$ 3.007,78 a R$ 5.000,00, exceto para o cargo de Delegado, que é de R$ 15.378,00.
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