Para o executivo Marcelo Odebrecht, pivô de um dos maiores escândalos de corrupção da história brasileira, o Acre sempre existiu. O principal delator à Lava Jato da Construtora Odebrecht não era um ET por aqui, mas um empresário importante que visitou o Estado, durante o Governo de Jorge Viana (PT). Isso aconteceu em 2006, quando Marcelo realizou uma palestra para os empresários acreanos no Palácio Rio Branco, sede do Governo Estadual, segundo matéria do dia 19/04/2006 do Jornal Página 20. Na ocasião o acompanhavam os executivos do Grupo Empresarial, José Bonifácio Júnior e Irineu Meireles.
Naquela época, a Odebrecht tinha duas obras importantes próximas ao Acre, a Rodovia Transoceânica, no Peru, e as eclusas das Usinas Hidroelétricas de Santo Antônio e Girau, em Rondônia. Segundo a matéria do jornal acreano ele elogiou o Governo do PT, durante a sua palestra, em 2006: O presidente do Grupo Odebrecht se disse impressionado com o processo de superação administrativa no Acre. “O Estado está muito bem gerido”, disse Marcelo, reafirmando que a região está prestes a se tornar o centro dos dois maiores investimentos do Grupo no Brasil.
Registro
Obviamente que a visita de Marcelo Odebrecht, em 2006, ao Acre, não condena ninguém. Mesmo porque ele era o presidente da maior construtora do país e seria recebido por qualquer governador naquela época. Mas mostra que havia interesses da empresa na região da Amazônia Ocidental. Portanto, não era um total desconhecido dos políticos acreanos. Se esse contato teve outros desdobramentos ou não quem deve dizer é a Justiça e a Força Tarefa da Lava Jato.
Bons caminhos
A publicitária Charlene Lima conseguiu o que desejava, um partido para dar as cartas. O PTB, um dos mais tradicionais da política brasileira, caiu no seu colo. No começo de maio, Charlene assume a presidência da legenda no Acre com a intenção de reestruturar as suas bases.
Várias opções
Charlene me disse que não decidiu se será candidata, em 2018, a deputada estadual ou federal. Primeiro quer fortalecer o PTB no Acre. Claro que o presidente nacional do PTB, Roberto Jeferson, deseja que a publicitária concorra a uma vaga na Câmara Federal.
Planos B e C
O articulador da ida de Charlene para o PTB foi o ex-deputado Márcio Bittar (PSDB). Como a sua esposa, Márcia Bittar, preside o Solidariedade, ele terá agora duas possibilidades de ser candidato ao Senado, caso seja rejeitado pelo PSDB.
É tudo verdade
Conversei com dois deputados estaduais de oposição essa semana na ALEAC. Eles garantiram que terão no presidente da Casa, Ney Amorim (PT), a segunda opção de apoio para o Senado, em 2018. Claro que pediram para não terem seus nomes revelados.
Criando o próprio destino
Ney Amorim, pelo que constatei, poderá receber apoios importantes muito além da esfera petista e da FPA. Sinceramente eu não acreditava que essa possibilidade fosse real, mas é. Será a segunda opção de vários colegas oposicionistas no Parlamento Acreano.
Jogo bruto
Não terá moleza as disputas das vagas do Senado e, menos ainda, o Governo do Estado. Quem achar que já ganhou corre o risco de levar uma bola nas costas. Nesse momento, os interesses pessoais de reeleição nas proporcionais são a principal moeda de “fidelidade”.
Chapa forte
O deputado federal Major Rocha (PSDB) me disse que o seu partido está montando uma chapa forte para a Câmara Federal. Para puxar a fila de candidatos figuram o atual deputado estadual Luiz Gonzaga (PSDB) e o ex-deputado Henrique Afonso (PSDB).
Questão de querer
Não sei se realmente Luiz Gonzaga irá encarar a disputa para federal. Mas o fato é que ele tem feito o seu mandato de maior destaque, entre os três que já teve. No entanto, com Rocha indo para a disputa do Senado ou Governo, o PSDB não irá querer perder a vaga que tem atualmente na Câmara. Vão investir.
Nada demais
Muito barulho por nada. Assim entendo essa questão que envolve o nome da vice-governadora Nazaré Araújo (PT), na prova da PM. Se o próprio Governo não faz a divulgação necessária das suas ações como vice, como uma questão num concurso iria alavancar uma “possível” candidatura majoritária?
Tiro no pé
Esse é o tipo de coisa que só cria constrangimento. Será que a Nazaré pediu para ser citada nas questões da prova da PM? Sinceramente não acredito. Isso pode ter sido feito por alguém no afã de agradar. Mas Nazaré é um bom quadro político para concorrer aquilo que achar conveniente.
Tem razão
O deputado estadual Nelson Sales (PV) tem razão ao cobrar, ao menos, a presença de um representante da Secretaria de Segurança, na audiência pública da ALEAC, em Sena Madureira. O momento nessa área é muito sério. Criminalidade não se vence com publicidade, mas com diálogo com a sociedade.
Mais técnica, menos política
Tenho escrito que o Acre precisa de diálogo entre todos os setores da sociedade, inclusive, entre os partidos da FPA e da oposição. O foco da política é resolver as demandas da população. Mas por aqui a questão eleitoral precede em muito o social. Tem alguns políticos que destilam ódio contra os seus adversários e os tratam como inimigos mortais. Isso é uma ignorância e um atraso sem fim.
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