Os pretendentes a vaga de governador em 2018 esqueçam o glamour e se preparem por que não será tarefa fácil administrar o Estado. É aquela história, quem casa com a viúva assume também os seus filhos. Então quem quiser encarar a missão já sabe que a herança será de uma máquina estatal endividada por seguidos empréstimos e, na minha opinião, investimentos equivocados. Entre os piores erros, na minha avaliação, a tentativa da entrada do Governo em negócios privados. Exemplos, Dom Porquito, Peixes da Amazônia, concessão de área de floresta para exploração madeireira na região do Purus, entre outros. Não sei se na Contax também houve aplicação de recursos públicos. Ficam as perguntas: esses negócios estão bem? Geraram os empregos pretendidos? Aqueceram a economia do Estado? A prioridade de uma gestão pública é investir em ações sociais ligadas à educação, à segurança pública, à saúde, à infraestrutura, e etc. Será que o dinheiro público colocado nesses projetos deu o retorno esperado? Os outros setores sociais essenciais estavam contemplados para o Estado se dar o luxo de investir recursos nessa parcerias público-privadas? Isso deveria ser, inclusive, pauta para investigação de como foram realizados esses contratos e como será o retorno aos cofres públicos desses valores. A coisa é pública e deve ter o máximo de transparência. Afinal, um Governo não é um banco. Ou é? A defesa óbvia é de que esses investimentos foram para gerar emprego e mudar o espectro econômico acreano. Mas isso aconteceu?
A cereja do bolo
Agora, quem assumir o Governo terá um pagamento mensal de milhões à empresa que irá construir o Centro Administrativo. Ou alguém acha que essa empresa está vindo ao Acre e investindo milhões por ação de caridade? A obra é realmente prioritária diante do atual quadro social no Estado?
Abacaxi gigante
É preciso responsabilidade para governar. Isso não pode ser brincadeira de “criança buxuda” como se diz no Acre. E quem quiser ser governador não vai poder ficar reclamando e colocando a culpa no antecessor. Tem que estar preparado para descascar o abacaxi gigante de Tarauacá de governar e atender as expectativas da população.
Questão de realidade
Não gosto de assumir o papel de profeta do Apocalipse Mas numa análise rápida, mesmo as obras sociais têm problemas. O Ruas do Povo não chegou nem perto de asfaltar todas as vias do Acre. E muitas já se esfacelaram em pouco tempo de uso. A Cidade do Povo é um ponto social delicado. A distribuição de casas populares gerou dúvidas nos seus critérios e a BR 364 continua a ser um sonho. Sem falar na violência que campeia Rio Branco.
A hora da Justiça
Então quem for o novo governador não me venha com a conversa que não sabia que encontraria o Estado com muitos problemas. Não quero condenar ninguém. Se existe alguma coisa irregular nesses empreendimentos todos que a Justiça investigue e puna.
Erro de foco
Muitas vezes a oposição fica de “mimimi” com besteiras, mas não apura onde realmente estão os problemas do Estado. Todos esses projetos foram aprovados por maioria na ALEAC. O atual Governo eleito democraticamente. Então foi dado o direito de governarem e fazerem desse jeito. Se a coisa vai continuar assim é com o eleitor.
Entre a cruz e a espada
Comtemplo três situações possíveis ao futuro do Acre. Ganhar um candidato da FPA e tentar contornar os problemas. Outra é um candidato de oposição que seja diplomático e contemporize com os atuais governantes. Mas se ganhar um opositor radical que revirar as gavetas haverá muito choro e ranger de dentes e muita gente hoje que ri na sua vaidade irá perder o sono.
Time titular
Ficou claro que a FPA não irá entregar o Governo e as vagas do Senado à oposição de bandeja. Pelo que estou acompanhando já escalaram o time titular para a disputa majoritária. E não é uma equipe “mosca morta”. Será uma eleição muito disputada a de 2018 no Acre. Aliás, como sempre foi…
Trunfo da oposição
O desgaste natural de 20 anos de governos do PT. Governar gera erros e descontentamentos. Mas isso não é suficiente para vencer uma eleição em que as máquinas públicas, quase todas na mão do PT, são as maiores geradoras de empregos.
Debate salutar
É preciso ouvir todos os setores da sociedade acreana e formular um projeto de Governo exequível que contemple a expectativa de mudança. Ninguém quer trocar seis por meia dúzia e, menos ainda, algo que possa ser pior do que está posto atualmente.
Escalação
Os líderes da oposição devem aprofundar o debate além dos nomes. Analisar quem terá condições de enfrentar os problemas do Estado com competência técnica e apoio político. Mas tem que ser algo que inspire a confiança dos eleitores. Não ganharão a eleição apenas com simpatia e falando mal dos outros.
Vapt vupt
As campanhas agora são muito rápidas. Se não houver um preparo adequado de pré-campanha os nomes mais conhecidos levarão vantagem. E quem está no poder mais ainda. A oposição deveria escalar seu time com antecedência, assim como já fez a FPA.
O calcanhar de Aquiles
Na oposição a questão mais delicada é a do Senado. Muita gente com pretensões de assumir uma das vagas na Casa Maior da República. Aí reside o perigo para desmontar a possibilidade de candidatura única das oposições. Mas se for necessário mais de um candidato ao Governo não briguem entre si. Porque se isso acontecer a FPA continuará a comandar a política do Acre por mais quatro anos.