Enquanto o valor da arroba do boi despenca no mercado brasileiro em decorrência das revelações da Operação Carne Fraca, em Cruzeiro do Sul os preços se mantêm estáveis. E há uma razão para que isso aconteça, segundo o gerente regional do Instituto de Defesa Agroflorestal (Idaf), Marcos Pereira: com um rebanho médio de 80 mil cabeças de gado, o município depende da produção pecuária de Feijó e Tarauacá para abastecer o mercado local.
A informação foi confirmada por proprietários de casas de carne. Paulo Ribeiro, que trabalha em um box no Mercado Municipal, afirma que o escândalo envolvendo as duas maiores empresas do ramo no país não preocupa o consumidor cruzeirense.
“Aqui todos sabem que nossa carne é de qualidade e não tem nada a ver com essa confusão lá de fora. Por isso o consumidor não tem receio de comprar”, assegura.
O problema, segundo ele, é outro. “A crise que derrubou a economia afetou o movimento. Tá muito difícil vender”, se queixa.
Proprietários de açougues localizados em uma rua paralela ao Mercado Municipal, no centro da cidade, já pensam em desistir do negócio. O aumento recente no preço da arroba em Cruzeiro do Sul teve de ser repassado ao consumidor, o que espantou a clientela.
Fiscalização
Marcos Pereira, do Idaf, assegura que o órgão, em parceria com a Vigilância Sanitária municipal, pretende aumentar a fiscalização no comércio.
“Essa parceria tem o objetivo de coibir a venda de carne de animais abatidos de forma clandestina”, disse ele.
O Idaf planeja, junto com o município, reunir nos próximos dias os comerciantes para alertá-los sobre as sanções impostas àqueles que vendem carne sem certificação.
De acordo com Pereira, entre as doenças que podem ser contraídas pelo consumo de carne imprópria estão a tuberculose e a brucelose.