Governo e empresários locais, principalmente do setor agropecuário, estão preocupados com os efeitos negativos da Operação Carne Fraca, da Polícia Federal, para o setor no Acre. Esse foi o tema debatido na tarde desta quarta-feira, 22, no auditório da Secretaria de Fazenda entre o governador Sebastião Viana e representantes da classe empresarial.
O secretário estadual de Agricultura, José Carlos dos Reis, prevê “turbulência na economia local e recorda que a pecuária responde por 59% do PIB do Acre.
“Está nos atingindo muito porque o nosso estado é um produtor de carne. Temos uma das melhores carnes do país, temos o melhor sistema de fiscalização do mundo e não é justo que um setor tão importante como esse pague um preço tão alto.”
Empresários e governo querem aguardar a reação do mercado após os embargos anunciados por países europeus e asiáticos.
O governador Sebastião Viana expôs sua preocupação. Ele sugeriu que os bancos ofereçam uma saída financeira, lamentou o embargo à carne brasileira no exterior e a onda desemprego no setor que pode afetar 500 mil pessoas.
“É necessário união numa hora de crise grave na vida nacional, na economia, com repercussão internacional enorme e mostrar que a tragédia foi instalada por um ato de emoção, por um ato impensado, porque se poderia se fazer tudo e se conseguir o mesmo resultado de regulação, de um problema pontual ou outro. Temos a melhor carne do mundo. Ela é cuidada com todo rigor sanitário internacional. Ela é fundamental para a economia do nosso país. Enquanto outros setores afundaram em crise a economia rural resistiu bravamente. Agora é ter união e discutindo o que sistema financeiro pode fazer”, disse o governador.
A Operação Carne Fraca, a maior já realizada pela Polícia Federal, realizada na sexta-feira passada, cumpriu mais de 300 mandados em sete estados do Brasil: São Paulo, Distrito Federal, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Goiás. Foram 27 mandados de prisão preventiva, 11 de prisão temporária, 77 de condução coercitiva e 194 de busca e apreensão.
As investigações chegaram às principais empresas do setor, como a BRF Brasil, que controla marcas como Sadia e Perdigão, e também a JBS, que detém a Friboi, Seara, Swift, entre outras marcas.
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