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Carlos Gomes: Por que a nota dos secretários em defesa de Sebastião Viana não cita Jorge Viana?

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*Carlos Gomes


Em tempos de profundas e agudas crises, ter ética e bom senso é artigo de luxo para um país devastado.


Essa semana a tão temida e esperada lista do Procurador Geral da República, Rodrigo Janot, foi divulgada por vários meios de comunicação Brasil a fora, o Acre não ficou de fora, os irmãos Vianas aparecem arrolados no maior escândalo até então da história do país.


Nas terras de Galvez se vive um universo paralelo, totalmente avesso ao mundo real, aqui é o melhor lugar para se viver na Amazônia, é modelo de desenvolvimento para a Europa, é referência em saúde, aliás, saúde de primeiro mundo, a segurança é modelo (para o crime organizado), e o senso de justiça é medido na maioria das vezes pelo cargo que se ocupa.


Há um projeto de poder que caminha para seus 20 anos, nesse meio tempo, em muitos casos, adversários políticos foram perseguidos, assediados, comprados e tantos outros seguem na resistência contra esse modelo falido, fracassado e de legado perverso. Digo isso pelas inúmeras injustiças cometidas e linchamento moral contra os desafetos do Palácio Rio Branco, patrocinadas, muitas vezes, pelos solidários de plantão.


O fato mais recente que nos mostra que a maior crise vivida nos últimos tempos é a ética, são as notas replicadas exaustivamente pelos secretários de estado, assessores e alguns tantos cargos comissionados, notas de solidariedade ao Governador do Acre, Sebastião Viana, por seu suposto envolvimento na relação espúria entre Odebrecht e políticos no Brasil.


Se tirarmos os cargos de secretários e assessores quantas notas de solidariedade ao governador Tião Viana sobrarão? A nota não é em solidariedade, mas em defesa dos cargos que essas pessoas ocupam, tanto é que as notas não mencionam o Jorge Viana (senador da República, ex governador e irmão de Sebastião Viana), justamente por esse não ter o poder da caneta do governo do estado como outrora.


Contraditoriamente não há uma notinha sequer em defesa do trabalho da justiça, da importância da operação lava jato para o país. A história registra a falta de coerência e dignidade em razão de cargos. O poder é transitório, a história não perdoa e não perdoará, ela colocará cada um no seu devido lugar. Aos que vendem a dignidade em razão das benesses do poder, esses terão seu lugar registrado e não hesitaremos em manter a história viva.


Enquanto o Acre for uma terra arrasada que gira em torno da máquina pública, muitas pessoas terão como ideologia o cargo que ocupam em detrimento da ética e do bom senso, as notas de solidariedade atestam a crise moral e ética que vai do Acre o sul do país.


*Carlos Gomes é porta-voz da Rede Sustentabilidade no Acre


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